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Somos uma rede filantrópica colaborativa de colecionadores e músicos.

Uma comunidade que se conheceu e se comunica virtualmente, unidos em torno de uma paixão comum, o forró tradicional.

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DJ Ivan

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De quem é esse som?

Certo dia postamos aqui uma foto de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha acompanhado de duas mulheres, e perguntamos quem eram elas. Hoje faremos uma brincadeira mais ou menos parecida com essa. Mas dessa vez iremos postar uma música e perguntar quem é o artista que a está cantando, será que vocês irão acertar? Escutem a música abaixo e tentem descobrir quem é.

CD – Trio Sabiá – Água Barrenta

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Esse é um dos CDs do Trio Sabiá que eu mais gosto, foi a trilha sonora de uma fase maravilhosa do forró aqui em São Paulo. Suas composições são muito boas e certamente pode-se afirmar que é um dos melhores trabalhos do Trio.

Produção executiva do Trio Sabiá juntamente com Paulinho e Magno, direção musical de Oswaldinho do acordeon, que gravou as sanfonas ao lado de Tio Joca, zabumba de Zito e Lau gravou baixos e guitarras.

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Destaque para “Pra baixo eu não deixo” de João Silva, “Água barrenta” de Jorge Mello, “Feliz de novo” de Léu Marques, “O tempo vem” de Savilar, “Morena jambo” de Paulinho Mota, Edilson Dhiu e Sergio Luiz.

Trio Sabiá – Água Barrenta
1999

#01. Pra baixo eu não deixo (João Silva)
#02. Água barrenta (Jorge Mello)
#03. Animação (Antonio José)
#04. Chuva de seca (Tônia Santos)
#05. Pra você notar (Aluizio Cruz – Osvaldo Aragão)
#06. No balanço do forró (Jorge de Altinho)
#07. Desejo de amar (Manoel Fernandes – Tio Joca)
#08. Feliz de novo (Léu Marques)
#09. Alegria, alegria (Sidney Silva)
#10. Punhal de aço (Ivanilson Souza)
#11. O tempo vem (Savilar)
#12. Morena jambo (Paulinho Mota – Edilson Dhiu – Sergio Luiz)
#13. Dunas de Itaúnas (Tio Joca)
#14. Por que? (Ivanilson Souza)

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CD – Vanildo de Pombos – Homenageando o Brasil

Colaboração do DJ Felipe Campos de Belo Horizonte, que nos mandou dois CDs do Vanildo.

Vanildo Pombos – cujo nome verdadeiro é Vanildo Vítor Cavalcante – nasceu em 1960 no Estado de Paraná, no sul do Brasil, tendo ido morar para o nordeste ainda com dez anos, para a cidade de Pombos – e daí ter adotado este nome artístico. Antes desse álbum, Vanildo Pombos já havia gravado “Meu Horizonte” (1989), “Sou Carinhoso” (1996) e “Raio de Luz” (1998). As suas composições têm letras simples, retratando a linguagem do povo nordestino, resgatando os costumes e o quotidiano do sertão pernambucano.

Felipe disse: “ESSE CD É MUITO BOM – NO GERAL MUITO BOM PRA DANÇAR
FICA ENTÃO ESSES CDS PRA VOCÊS POSTAREM EM HOMENAGEM A MAIS UM GRANDE FORROZEIRO NORDESTINO QUE SE FOI. ULTIMAMENTE O FORRÓ ESTÁ PERDENDO SEUS GRANDE NOMES MAS É VIDA QUE SEGUE E COMO DIRIA TOINHO DO ROJÃO ‘ESSE BRASIL BRASILEIRO, GIGANTE, ALTANEIRO NÃO PODE PARAR’

Produção executiva, sanfonas, violão de 7 cordas e pandeiro de Genaro, zabumba e percussões de Quartinha e baixo de Toninho Tavares.

Vanildo de Pombos – Homenageando o Brasil
2000

01 Um galope galopado (Vanildo de Pombos)
02 Minha deusa (Vanildo de Pombos)
03 Olha nos meus olhos (Vanildo de Pombos)
04 O Rio de Janeiro continua lindo (Vanildo de Pombos)
05 Não esqueça (Vanildo de Pombos)
06 Meu dengo (Vanildo de Pombos)
07 Banho de sol (Vanildo de Pombos)
08 Gurupi em festa (Vanildo de Pombos)
09 Vaqueiro predestinado (Vanildo de Pombos)
10 Maraial bonita (Vanildo de Pombos)
11 Tá vendo amor (Vanildo de Pombos)
12 Foi tudo um sonho (Vanildo de Pombos)
13 Palmas capital do Tocantins (Vanildo de Pombos)
14 Deusa dos ventos (Vanildo de Pombos)
15 Gosto porque gosto (Vanildo de Pombos)

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Coletânea – As 12 mais do nordeste

Essa é mais uma colaboração do Rogérinho de São Paulo – SP.

“Aqui está parao discófilo que aprecia a música regional nordestina, um LP, que merece todo nosso apoio, pois, reúne a legítima pujança da poética música nordedstina, interpretada pelos seus verdadeiros astros, filhos do nosso imenso norte e nordeste do Brasil.

Este LP, ‘As 12 mais do nordeste’, que na íntegra reúne esses bons artistas que são dignos de aplausos pela finura de suas interpretações, tão originais que, ao ouvirmos esse LP, nos transportamos mentalmente ao nosso imenso norte e nordeste.” (Trecho do texto de Emmanuel Soares Pacheco, extraído da contra capa)

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O disco alterna músicas instrumentais com cantadas. Na faixa “Festão”, Joci Batista homenageia todos os grandes artistas da época. Das cantadas, destaque para “Minha morena me deixou” com Joci Batista e o xote cantado pelo Elino Julião “Rabo de jumento”.

Das músicas soladas eu gostei do choro “22 de abril” com Zé Bispo. O disco tem direção musical de Zé Cupido, não conheço ouros disco desse selo “Maraca”, não tem data, mas enfim, felizmente, após anos de baú, está aqui para quem quiser ouví-lo.

Coletânea – As 12 mais do nordeste
Maraca

01 Ventania – Valmir (Valmir)
02 Festão – Joci Batista (Joci Batista – Jackson Ferreira)
03 Forró do Zé Raimundo – João do Pife (Antonio Trajano – Jackson Ferreira)
04 Caculé – Manoel David (Manoel David – Zé Raimundo)
05 Forró na Freguesia do ó – Ciço do Pará (Ciço do Pará)
06 Meu doce – Bias (Bias)
07 Rabo do jumento – Elino Julião (Elino Julião – Dilson Dória)
08 Frevo do Orizo – Zé Bispo (Zé Bispo)
09 Congá do Bonfim – Sebastião Silva (Julio Antonio)
10 Rei do mato – Manoel David (Manoel David – Juarez Major)
11 Minha morena me deixou – Joci Batista (Joci Batista)
12 22 de abril – Zé Bispo (Zé Bispo)

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Trio Nordestino – Somos nós

Colaboração de Francisco Edvaldo Silveira, de Morrinhos – CE, as capas são minhas. Esse é o ante-penúltimo LP do Trio, na época com a formação, Coroné, Genário e Cobrinha.

O repertório é composto por várias regravações em pot pourris, além das inéditas, todas elas, músicas de autoria de medalhões, como Antonio Barros, Cecéu, João Silva, Onildo Almeida, Zinho, Jorge de Altinho e Petrúcio Amorim, entre outros.

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Arranjos de Genário, participação especial de Marinês na faixa “Tributo a um rei” de autoria da Cecéu, música em homenagem ao Gonzagão que falecera no ano anterior a esse álbum. Além dessa homenagem, tem também o pot pourri com sucessos do rei “Baião da garoa – Pau-de-arara – Algodão”, que como vários artistas da época, gravaram suas despedidas nos álbuns de 1990.

Depois desse álbum o Trio lançou mais dois LPs com Genário na formação e ficou alguns anos sem gravar até voltar com um novo trabalho, lançando o CD “Xodó do Brasil”, já com o sanfoneiro atual, Beto Souza, em 1997.

Trio Nordestino – Somos nós
1990 – Copacabana

#01.

  • Naquele São João (Antonio Barros)
  • Brincadeira na fogueira (Antonio Barros)
  • É madrugada (Cecéu)

#02. Sobejo de beijo (Cecéu)
#03. Sanjuando (João Silva – Zé Mocó – J. Freitas)
#04. Nó de amor (Carlos Pita – Gereba)
#05.

  • Baião da garoa (Luiz Gonzaga – Hervê Cordovil)
  • Pau-de-arara (Guio de Morais – Luiz Gonzaga)
  • Algodão (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)

#06. Dose certa (Genário)
#07. Tributo a um rei (Cecéu) Participação especial: Marinês
#08.

  • Último pau-de-arara (Venâncio – Corumba – José Guimarães)
  • Paulo Afonso (Gordurinha)
  • Cheguei agora (Beira mar, beira do rio) (Juracy Alcantara – José Gomes Filho)

#09. Bichim que rói (Onildo Almeida)
#10. Pão e mel (Jorge Silva do Recife – Petrúcio Amorim)
#11. Sabor de suar (Zinho – Coroné)
#12. Querendo chorar (Jorge de Altinho – Cobrinha)

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Cézar do Acordeon – Chegou o tocador

Um disco predominantemente instrumental, que mostra, em harmonias complexas e belas melodias, toda a virtuosidade do acordeonista cearense Cézar do acordeon.

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O disco tem apenas três faixas cantadas, são elas “Destinos Cruzados” de Abianto, “Rosa Maria” de Jardel Pinheiro e “Morena menina de Abianto e Anastácia.

Arranjos, sanfonas e direção musical do próprio Cézar do acordeon, ou Ceza, como se intitula nesse disco. Baixo e guitarras de Lau e percussões de Chica Brother. Uma curiosidade interessante é que “Nas quebradas do sertão” é o nome do selo pelo qual esse disco foi lançado.

Cézar do Acordeon – Chegou o tocador
1992 – Nas quebradas do sertão

#01. Nocaute (Abianto)
#02. Caiçara (Abianto)
#03. Chegou o tocador (Zé Paraíba)
#04. Matuto apaixonado (Abianto – Joãozinho dos oito baixos)
#05. Destinos Cruzados (Abianto)
#06. Tempero pra camarão (Abianto)
#07. Farinha seca (Abianto)
#08. Rosa Maria (Jardel Pinheiro)
#09. Lembrando Marcolino (Zé Marcolino)
#10. Jangadeiro (Abianto – João Bá)
#11. Morena menina (Abianto – Anastácia)
#12. Coração machucado (Abianto)

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Anastácia – É só pena que voa

Separei esse disco da Anastácia pra publicar por causa de uma música, o que não tira o brilho das demais músicas do álbum, que foi muito bem produzido por sinal. A música é uma belíssima composição de autoria do Gilberto Gil, é ela “De onde vem o baião”.

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Infelizmente não são todos os álbuns que trazem uma ficha técnica, com o nome dos músicos que participaram das gravações, enquanto isso nós vamos pescando informações nas falas presentes nas músicas. Como a guitarra de Heraldo do Monte e a sanfona de Dominguinhos.

Direção musical de Dominguinhos, o repertório passa por vários ritmos, como forró, xote, xaxado, baião, ciranda, carimbó, entre outros. Destaque para “O bom tocador” e “Lá vai forró” ambas de Anastácia e Dominguinhos.

Anastácia – É só pena que voa
1977 – Arlequim

#01. É só pena que voa (Anastácia)
#02. O bom tocador (Anastácia – Dominguinhos)
#03. De onde vem o baião (Gilberto Gil)
#04. Lá vai forró (Anastácia – Dominguinhos)
#05. Brincadeiras de criança (Anastácia)
#06. Bicho da seda (Anastácia – Dominguinhos)
#07. Inaê (Anastácia – Dominguinhos)
#08. Eu e tu (Gereba – Tuzé)
#09. Ciranda à beira mar (Anastácia)
#10. Jogo de amor (Anastácia)
#11. Ora essa! (Chico Anisio – Dominguinhos)
#12. Vício gostoso (Anastácia)

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Dominguinhos – Isso aqui tá bom demais

Esse é um dos primeiros LPs do Dominguinhos que comprei, foi lá no sebo do Amadeu, um senhor com quem eu conversava bastante enquanto garimpava pilhas e pilhas de discos, foram muitas conversas informais nas quais eu adquiri diversos discos por preços honestos e aprendi várias coisas sobre música e sobre a cultura brasileira em geral.

“Um músico é a síntese de diferentes elementos como talento, inspiração, força de vontade, perseverança e oportunidade. Uma mistura que resulta em arranjos e harmonias. No caso de Dominguinhos, essa composição surgiu a partir da origem Nordestina, na luta por uma vida digna, do temperamento calmo e da disposição em assimilar novas informações. A isso juntaram-se os temperos brasileiros tradicionais, as pitadas de sonhos modestos que habitam o mundo do povo.” (Trecho retirado do sítio oficial)

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Participações especiais de Chico Buarque na faixa título “Isso aqui tá bom demais”, de Luiz Gonzaga na música “Numa sala de reboco”, e de Sivuca e Chiquinho do acordeon na faixa instrumental “Nilopolitano”.

Produção executiva de Oséas Lopes, arranjos e regência de Chiquinho do acordeon, sanfonas de Dominguinhos, Sivuca e Chiquinho do acordeon, violão de José Carlos, baixo de Luisão, zabumba de Francisco Nonato, guitarra de Zé Menezes e ritmo de Manoel Serafim e Hermelinda Lopes. Destaque para “Anjo da guarda” de Dominguinhos e Nando Cordel.

Dominguinhos – Isso aqui tá bom demais
1985 – RCA

#01. Isso aqui tá bom demais (Dominguinhos – Nando Cordel)
#02. Amigo velho tocador (João Silva – Zé Mocó)
#03. Numa sala de reboco (José Marcolino – Luiz Gonzaga)
#04. Forró com gosto de pecado (Dominguinhos – Guadalupe – Nando Cordel)
#05. Anjo da guarda (Dominguinhos – Nando Cordel)
#06. Seu amor é tão gostoso (Dominguinhos – Nando Cordel)
#07. Forró do quem quer (Antonio Barros – Oseinha)
#08. Pra fungar e poeirar (João Silva – Maranguape)
#09. Nilopolitano (Dominguinhos)
#10. Rolo da moenda (Luiz Guimarães – Pássaro Triste)
#11. Te faço um cafuné (Zé Carlos)
#12. Salão de barro batido (José Marcolino)

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Boicote arbitrário

Na última sexta feira, sofremos um boicote inapelável do pessoal que oferecia o serviço de hospedagem do Blog para o Forró em vinil. O que mais nos incomodou foi a absoluta falta de diálogo e o fato de nenhum canal de comunicação ser oferecido para que pudéssemos reclamar.

Sem nenhuma explicação ou notificação, tiraram nosso Blog do ar. Segundo a mensagem deles, nós violamos os termos de serviço, mas pelo que ficamos sabendo, é uma caça as bruxas.

Felizmente conseguimos voltar ao ar, com todo o conteúdo anterior e esse baque nos fez ter mais vontade ainda de publicar os LPs, e assim, perpetuar o forró autêntico, faceta importante da música popular brasileira.

Devemos esse breve retorno ao amigo Zeca, do Loronix, que gentilmente nos ajudou a fazer essa transição. Coincidentemente, o blog Loronix foi o blog que nos inspirou a criar o Forró em vinil.

Valeu Zeca!!!

Texto – Você realmente sabe o que é o Forró?


Lá estava eu navegando pela rede, quando encontrei esse texto do Zé da Flauta:

“Há quem queira acreditar que a palavra forró vem do inglês “for all” (para todos). Tudo bem, quem quiser acreditar que acredite, mas pra mim isso é conversa pra boi dormir.”

“Há quem queira acreditar que a palavra forró vem do inglês “for all” (para todos). Tudo bem, quem quiser acreditar que acredite, mas pra mim isso é conversa pra boi dormir. Só falta dizer que foram os ingleses que inventaram o forró.

Quando eles chegaram ao Brasil, com a Great Western, para construir estradas de ferro, no início do século XVIII, o forrobodó já existia, assim como o pagode, o samba e o arrasta-pé – que eram expressões para designar as festas populares movidas à música, dança e aguardente. O forrobodó, por ser uma palavra nascida no Nordeste, foi que deu origem à palavra forró. O primeiro registro data de 1733, num jornal chamado O Mefistófolis (o satanás), no número 15: “Parabéns ao Dr. Artur pelo grande forró realizado em sua casa…” .

A construção das estradas de ferro no Nordeste deu origem, também, a algumas palavras do nosso vocabulário como baitola, que vem de bitola; sulipa (“dei uma sulipa nele”), vem de sliper (dormente) e algumas outras que não me recordo agora.

O forró também não é um gênero de música, como muitos acham. Se observarmos um disco de forró, por exemplo, vamos encontrar vários gêneros musicais como côco, xote, xaxado, marchinhas, baião etc. Forró é o coletivo da musicalidade popular do nordestino, a junção da música que vem da sanfona, da zabumba e do triângulo, originalmente, com a cachaça e a dança. Se você diz: “vai ter forró lá em casa”, todo mundo vai ficar sabendo que a festa vai ser legal.

Vários artistas fizeram e fazem sucesso cantando e tocando essa música alegre e contagiante: Luís Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Almira Castilho, Marinês e sua Gente, Trio Nordestino, Jacinto Silva, Toinho de Alagoas, Biliu de Campina, Edmílson do Pífano, Dominguinhos, Cascabulho, Elba Ramalho etc. E vão surgir muitos outros, pois o forró é uma música verdadeira, que fica.

Entra moda, sai moda e o forró tá lá (não confundir com o forró brega que vem do Ceará como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau e outras do gênero – que só tem o mérito de empregar vários músicos, bailarinos e técnicos num show de puro entretenimento).

Pra mim, o forró mais gostoso de se ouvir é o pé-de-serra instrumental; cada vez mais raro, pois nos lugares aonde chegava para fazer shows Luiz Gonzaga era muito procurado por sanfoneiros os quais, pra mostrar serviço, tocavam Tico-Tico no Fubá, Brasileirinho e outras similares, cheias de notas e de difícil execução. Seu Luiz olhava pra eles e dizia: “Sanfoneiro que não canta, não ganha dinheiro nem mulher”. Essa postura influenciou muitos músicos bons. Dominguinhos é um exemplo. Pra mim isso é errado, pois esses instrumentistas tocam bem, mas cantam mal.

Por outro lado, há aqueles que ainda dão mais ênfase ao forró instrumental quando gravam um disco. É o caso do grande sanfoneiro Duda da Passira. É comum nos discos de Duda encontrar apenas uma música cantada (normalmente, a última); todas as outras são instrumentais. Quando produzi o disco de Edmílson do Pífano, tive o cuidado de não o deixar cantar. Minha intenção era mostrar ao público a sua verdadeira arte: o dom de tocar aquele canudinho de bambu.

Grande parte da sociedade ainda não assimilou o forró. Acham que é música de pobre, de gentinha, que sanfona é instrumento de cego e coisas assim. Porém, não sabem o que estão perdendo. O forró é a dança mais sensual que já vi em minha vida. Aquele bate-coxa enlouquece qualquer um; a música é alegre, ritmada e contagiante.”

* Zé da Flauta é músico, produtor e coordenador musical da Fundação de Cultura Cidade do Recife (Fonte)

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