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Fatos e curiosidades sobre a vida e obra de Jackson do Pandeiro – Texto de Érico Sátiro

Fatos e curiosidades sobre a vida e obra de Jackson do Pandeiro

Texto de Érico Sátiro

 

Abraço de tamanduá

Na noite de 16 de janeiro de 1960, Jackson do Pandeiro faria um show, juntamente com Almira Castilho, no Texas Bar, no Rio de Janeiro. Antes da apresentação, foram jantar em um restaurante na av. Rio Branco, onde tudo corria tranquilo até que, ao levantar-se para ir embora, Jackson foi abordado por dois fãs que o cumprimentaram de maneira tão efusiva, que um deles começou a abraçar o artista e levantá-lo várias vezes, apertadanebte. Resultado: uma costela quebrada, show no Texas Bar suspenso e a perda do cachê de 10.000 cruzeiros pelo cancelamento da apresentação. Apesar do incidente, Jackson posou para fotos com seu habitual bom humor, usando um cartaz que dizia: “Cuidado! Não me abrace. Estou com uma costela quebrada de abraços de um fan”.


Foto: Radiolândia, 1960, edição 307.

 

Tri adiado

Quando a seleção brasileira de futebol conquistou seu terceiro título mundial em 1970, no México, a gravadora Continental lançou um compacto simples contendo a canção “Frevo do Tri” (Braz Marques/Álvaro Castilho), interpretada por Jackson do Pandeiro, para enaltecer a espetacular proeza do time canarinho, além da música “O caneco é nosso”, cantada pelo Coral 70. Esse compacto, ainda hoje, é facilmente encontrado à venda em sites da internet e era considerado, até pouco tempo, o disco de lançamento do “Frevo do Tri”.
Ocorre que Jackson foi artista da Continental apenas no ano de 1966, estando, em 1970, na gravadora Philips. O fato de sair uma música inédita do Rei do Ritmo pela Continental, em 1970, causava uma certa estranheza. Duas evidências encontradas pelos pesquisadores, então, clarearam melhor a questão. A primeira veio de uma matéria do Jornal do Brasil, de 1966, que informava o prejuízo do mercado fonográfico nacional com a precoce eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo daquele ano, a exemplo da gravadora Continental, que já havia preparado o lançamento do “Frevo do Tri”. A mais importante, entretanto, veio através da “descoberta”, por parte do pesquisador Jocelino Tomaz de Lima, de uma música perdida de Jackson: “Garota de Botafogo” (Álvaro Castilho/De Castro). O compacto dessa canção também é da Continental e contém, no lado A, justamente o “Frevo do Tri”. Embora o selo não traga o ano da gravação, tudo leva a crer (formato do selo, nº do disco etc.) que esse compacto, além de ter sido gravado em 1966, também foi lançado nesse mesmo ano.
Dessa forma, é certo que o “Frevo do Tri” foi criado para enaltecer uma eventual conquista brasileira na Copa da Inglaterra (tentando repetir o sucesso do “Frevo do Bi”, de Braz Marques/Diógenes Bezerra, gravada por Jackson em 1962), sendo gravado e muito provavelmente lançado pela Continental em 1966, e relançado em 1970, aproveitando que a letra não mencionava nomes de atletas, local ou data. O único trecho da composição que ficou extemporâneo foi a citação de “80 milhões”, em referência à população brasileira, já que, em 1970, o censo demográfico nacional apresentava números superiores a 90 milhões. A dúvida que permanece é em relação ao motivo de o compacto “Frevo do Tri”/”Garota de Botafogo” ter se tornado tão raro. Ou o disco teve um grande fracasso de vendas, por conta de ter sido distribuído após a eliminação do Brasil no torneio, ou então foi produzido e teve sua comercialização cancelada, ficando as unidades fabricadas nas mãos de poucos fãs.

 

Censurado!

Também em 66, com repertório bastante diversificado, Jackson gravou “O cabra da peste”, um dos melhores discos de sua carreira, trazendo canções magníficas como “Capoeira mata um” (Álvaro Castilho/De Castro), “A ordem é samba” (Jackson do Pandeiro/Severino Ramos) e “Forró quentinho” (Almira Castilho), apesar do período de ostracismo pelo qual vivia o Rei do Ritmo e o próprio gênero do forró. “Polícia feminina” (Severino Ramos/José Pereira), uma das faixas do álbum, porém, acabou sendo alvo da censura proporcionada pelo regime militar, que determinou sua retirada do disco a partir da segunda tiragem.

 

LP “O cabra da peste”

 

A perseguição da censura aos artistas nordestinos do forró, que não costumavam gravar canções de protesto, tornou-se mais comum nos anos 70, com a explosão das músicas de duplo sentido. Não era o caso, entretanto, de “Polícia Feminina”, censurada por pura bobagem. Confiram a letra da canção e tirem suas conclusões:

Saí do cinema
De braço com Rosalina
Quando ouvi um “siu”
Era uma polícia feminina
Pediu meus documentos
Perguntou onde eu morava
Se era solteiro ou casado
E onde eu trabalhava
Mandou a garota embora
E eu fiquei detido
Eu fiquei desconfiado e muito constrangido
Falou que era dona daquela jurisdição
E eu continuava preso no seu coração
Só depois de meia-noite veio me libertar
Porque a fiscal da turma tinha que passar
Gostei do bate papo, qualquer dia eu vou voltar
Porque marcamos um encontro lá em Paquetá

 

Jackson no cinema

Entre os anos de 1956 a 1962, período em que gozou de grande popularidade, Jackson do Pandeiro participou de diversas produções cinematográficas, apresentando, em sua grande maioria, números musicais. O único filme em que integrou o elenco como ator foi a comédia “Minha sogra é da polícia”, de 1958, onde interpretou o cômico personagem Biriba, atuando ao lado de nomes como Violeta Ferraz, Wilza Carla e Costinha. Nas demais produções Jackson apresentava quadros musicais, participando também de um documentário sobre a noite do Rio de Janeiro. Abaixo, a relação de filmes e canções apresentadas pelo cantor paraibano em cada um:

1956 – “Tira a mão daí” – música “No quebradinho” (Marçal Araújo/José dos Prazeres);
1958 – “Minha sogra é da polícia” – Jackson do Pandeiro interpreta o personagem Biriba;
1958 – “O batedor de carteiras” – música “Querer e não poder” (Aparecida, Jackson e Jorge de Castro);
1959 – “Cala a boca Etelvina” – número músical intitulado “Fantasia Nordestina”, onde Jackson canta a música “Baião” (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira);
1959 – “Aí vem a alegria” – canção “Vou buscar Maria” (Jackson/Severino Ramos);
1960 – “Pequeno por fora” – canção “De araraê” ((Jackson/José Batista);
1961 – “O viúvo alegre” – música “Minha marcação” (Jackson/Alventino Cavalcanti/Uzias Silva);
1962 – “O bom mesmo é carnaval” – música “Vou ter um troço” (Arnô Provenzano/Jackson/Otolino Lopes);
1962 – “Rio à noite – A capital do samba” – documentário sobre a vida noturna carioca.

 


Cartaz do filme “Minha sogra é da polícia”

 

Além dos filmes já citados, Jackson do Pandeiro também participou da trilha sonora de vários outros. O mais importante deles, para a obra do Rei do Ritmo, foi o premiado “O amuleto de Ogum” (1974), que se encerra ao som de Jackson cantando “Revendo amigos” (Jards Macalé/Waly Salomão), gravada especialmente para a ocasião. A trilha dessa película também contém a música “Sim ou não”, interpretada pelo próprio autor, Geraldo Gomes Mourão, o Cícero, irmão de Jackson do Pandeiro (que faz a segunda voz na canção). Outras produções em que Jackson teve canções incluídas na trilha sonora:

1975 – “Pedro Bó, o caçador de cangaceiros”, com a música “Coco do Norte” (Rosil Cavalcanti);
1985 – “Bajado: um artista de Olinda”, com a música “Sou eu o teu amor” (Alceu Valença/Carlos Fernando), em dueto com Gilberto Gil;
2002 – “Deus é brasileiro” (2002), com “O canto da ema” (João do Vale/Alventino Cavalcanti/Ayres Viana);
2003 – “Benjamim” (2003), com “Sebastiana” (Rosil Cavalcanti);
2003 – “Raízes do Brasil II”, com “Ele disse” (Edgar Ferreira);
2003 – “Pelé eterno”, com “O Rei Pelé” (Jackson do Pandeiro/Sebastião Batista);

Em 1978, Jackson do Pandeiro foi também tema de um pequeno documentário, um cineclipe intitulado “A brasa do norte”, dirigido por Ivan Cardoso. Já em novelas, teve a canção “A feira” (Nonato Buzar/Mônica Silveira) incluída na trilha de “Pigmalião 70”, exibida pela rede Globo em 1970.

 

Briga em Recife

Uma temática comum nas letras do repertório de Jackson do Pandeiro era a narração de brigas, confusões e causos de valentões. “O desordeiro” (Maruim), “Lei da compensação”(Rosil Cavalcanti), “A mulher do Aníbal” (Genival Macedo/Nestor de Paula), “Cabo Tenório” (Rosil Cavalcanti), “Forró de Surubim” (José Batista/Antônio Barros), “À base de bala” (Maruim/Oscar Moss) e “Forró em Caruaru” (Zé Dantas) são alguns exemplos. Na vida de Jackson também houve um fato que poderia virar letra de forró.
Contratado em 1955 para fazer uma apresentação na residência de Eládio de Barros Carvalho, ex-presidente do Clube Náutico Capibaribe, no bairro da Tamarineira, em Recife/PE, onde vários atletas e dirigentes do time realizavam uma comemoração, Jackson foi tirar satisfação na festa com Guerra de Holanda, cronista do periódico Folha da Manhã, que soltava pilhérias para sua esposa Almira, chegando ao ponto, inclusive, de passar a conhecida “mão boba” na artista. Um jogador do Náutico tomou as dores do jornalista e passou a discutir com Jackson. Foi o suficiente para vários atletas da equipe partirem para cima do indefeso cantor com chutes, socos e cadeiradas. Jackson e Almira tiveram que se retirar às pressas do local, ele com o rosto ensanguentado e com séria lesão em um dos olhos, que quase o deixou cego, e ela com a roupa rasgada pelas agressões.
Posteriormente, Jackson atribuiu o fato como um dos motivos que o fizeram deixar Recife definitivamente, magoado com a falta de providências por parte das autoridades.

 

Universo em desencanto

Em sua música, Jackson do Pandeiro explorou a religião em vários momentos. Canções natalinas, homenagens a santos, músicas sobre o candomblé, tudo isso faz parte do repertório jacksoniano. De todas, talvez a mais polêmica seja a fase em que o paraibano foi adepto do Universo em Desencanto, também conhecido como Cultura Racional, espécie de doutrina criada e pregada por Manoel Jacinto Coelho, autor do livro que detalhava os princípios da teoria, segundo ele, ditados por um ser extraterreno, o “Racional Superior”. A obra, inclusive, chegou a figurar entre as mais vendidas no país nos anos 70, e a filosofia virou tema de um documentário semanal televisivo, apresentado pelo músico e produtor João Roberto Kelly, durante vários anos daquela década. Lady Francisco, Procópio Ferreira, Lúcio Mauro e, principalmente, Tim Maia, além de Jackson, foram nomes conhecidos que integraram a seita – Manoel Jacinto costumava dizer que a Cultura Racional não era seita, filosofia ou religião, mas sim um “conhecimento das origens da humanidade”. Enquanto Tim Maia chegou a gravar dois discos inteiramente dedicados à divulgação do Universo em Desencanto, Jackson do Pandeiro lançou apenas 4 músicas sobre o tema, entre 1974 e 1978: “Mundo de paz e amor” (Zito de Souza/Alexandre Alves), “Acorda meu povo” (João Cruz), “Alegria minha gente” e “A luz do saber” (as duas de autoria de João Lemos). Em comum com Tim Maia, a excelente qualidade no balanço e no instrumental das canções.
O Rei do Ritmo permaneceu ligado à doutrina até o final dos anos 70, quando foi, aos poucos, deixando de frequentar a comunidade sem, aparentemente, um motivo específico.

 

Polêmica com Flávio Cavalcanti

Em 1957, o apresentador e jornalista Flávio Cavalcanti comandava na TV Tupi o programa Um instante, Maestro!, onde um dos quadros consistia na quebra simbólica de um disco quando uma música era considerada ruim. Em um desses programas, Flávio avaliou a composição “Hotel do Zeferino”, de autoria de Rosil Cavalcanti, atribuindo sua gravação a Jackson do Pandeiro, seu colega nas Emissoras Associadas. No periódico Diário Carioca, onde possuía uma coluna, Flávio Cavalcanti publicou a letra da música e escreveu as seguintes palavras sobre a composição:
“…isto aqui é uma coisa que se chama “Hotel do Zeferino”, que o sr. Jackson do Pandeiro, das Associadas, gravou em discos Copacabana (…) É preciso rasgar coisas assim. Em nome da música popular brasileira. É preciso rasgar partituras que contenham letras assim. E nesse papel rasgado, e nesse disco quebrado, fica uma desforra da boa, da incomparável música brasileira.”
O problema é que Jackson do Pandeiro não havia gravado a canção, embora realmente tenha recebido a letra junto com outra dezena de canções enviadas por Rosil Cavalcanti. Era costume do compositor enviá-las ao amigo sempre que compunha. As composições foram, então, encaminhadas à Copacabana para que providenciassem a liberação, ganhando tempo com o processo. Uma funcionária da gravadora adiantou-se e liberou as letras para a revista “Modinhas Populares”, que publicou a composição como se já estivesse gravada por Jackson. O cantor paraibano, ao saber das críticas de Flávio Cavalcanti a sua pessoa por conta dessa música, defendeu-se no programa em que atuava pela própria TV Tupi, “Festa no Arraial”, com palavras pouco amistosas ao seu colega. A contenda resultou em uma suspensão de Jackson nas Associadas, culminando com o seu pedido de rescisão. “Fiquei frio de raiva e de vergonha, pois sempre me orgulhei de ter um repertório limpo e faço questão disso principalmente: manter meu repertório limpo e elevado. Em vista disso, e como a Tupi não tomava qualquer providência para salvaguardar meu nome, pedi a rescisão de nosso contrato (junto com Almira) com as Associadas”, declarou Jackson.
Após o episódio, Flávio Cavalcanti reconheceu o erro, admitindo-o como um mal entendido e pedindo explicações ao diretor da “Modinhas Populares” sobre os critérios utilizados para a publicação de uma canção naquela revista. Eis a letra de “Hotel do Zeferino” (Rosil Cavalcanti):

O hotel do Zeferino
Não há cristão que aguente
Tudo é fraco tudo é frio
Só a mulher dele é quente

O freguês pede um filé
Só vem carne de pescoço
E se pede feijoada
Ninguém gosta, ninguém quer
A comida é ruim demais
De bom só tem a mulher
Zeferino sabe tudo, bota a mulher pra servir
Se a turma dá gorjeta, Zeferino só faz rir
O hotel faz bom negócio, e o lucro tá na vista
Só porque a mulher dele é bonita e vigarista

 

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Jackson do Pandeiro “atravessado na garganta” com Flávio Cavalcanti. Foto: Revista do Rádio, 1957, ed. 00413.

 

Discografia

Ao longo de sua carreira, Jackson do Pandeiro gravou mais de 430 canções, contidas em 29 Lps de carreira e centenas de outros discos, entre compactos e coletâneas diversas. Ainda não se pode chegar a número exato de gravações em razão de haver registros impressos de canções atribuídas a Jackson cujos áudios não foram localizados. Além disso, não há uma homogeneidade nos critérios adotados entre os pesquisadores para se incluir uma gravação na lista. Inaldo Medeiros, autor do livro “A musicalidade de Jackson do Pandeiro” (Editora IGP, 2011), que tem como foco a discografia do artista, optou por deixar de fora da relação das músicas a canção Tarima (Nivaldo Lima/José Gomes) apenas porque a primeira voz é executada por Almira Castilho. Da mesma forma, a música Chico Bendengó (Ayres Viana/Uzias Da Silva/Alventino Cavalcanti). Há que se destacar ainda que Jackson do Pandeiro também cantou em discos de outros artistas, como Abdias, quando fez a voz principal de “Forró do Regatão” (Araponga do Rojão/Antônio Bispo) no LP “Forroriando”, de 1973. Outro aspecto a se considerar é em relação aos registros de canções executadas por ele em vídeo, como filmes ou programas televisivos, sem a respectiva gravação em disco.
Após grande período de descaso do mercado fonográfico, boa parte do acervo jacksoniano foi relançado em cd, principalmente através do box “Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo”, produzido por Rodrigo Faour e lançado em 2016 com 235 faixas do artista em ótima qualidade sonora. Por questões de direitos autorais, porém, apenas 2 álbuns foram reeditados na íntegra nessa caixa: “Aqui tô eu” (1970) e “Isso é que é forró” (1981). Outro box disponível é o “Jackson do Pandeiro – Anos 60”, que trouxe para o cd 3 lps completos (“O cabra da peste”, de 1966, “A braza do Norte” – brasa grafada com “z” mesmo, de 1967, e “É sucesso”, de 1968), além de uma coletânea com raridades. O problema dessa caixa está na baixa qualidade do áudio da maioria das canções. Outros lps de Jackson que possuem edição em cd são “Forró do Jackson” (1958), “Jackson do Pandeiro” (1959) e a coletânea “Sua Majestade o Rei do Ritmo” (1960). O restante são seleções organizadas e lançadas após seu falecimento. A maior lacuna em compact-disc se refere aos álbuns gravados na década de 70.
Praticamente tudo da obra de Jackson que foi disponibilizado em cds também está disponível em plataformas de streaming, como Deezer, Spotify, Apple Music etc.

 

Bibliografia sobre o Rei do Ritmo

Ao se falar em obras escritas sobre Jackson do Pandeiro, a primeira memória remete, claro, à principal delas: a biografia “Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo”, escrita pelos jornalistas Fernando Moura e Antônio Vicente e lançada pela Editora 34 em 2001. Fruto de um trabalho de aproximadamente 10 anos de pesquisas, a obra disseca, com uma narrativa brilhante, a vida do artista paraibano desde sua infância em Alagoa Grande até o falecimento em Brasília, no ano de 1982. Além disso, em tempos onde as fontes de pesquisa sobre Jackson na internet ainda eram escassas, apresentou uma discografia quase que completa do músico, que serviu de base para que outros pesquisadores pudessem se debruçar e aprofundar seus estudos sobre o legado fonográfico do renomado pandeirista. Enfim, é leitura obrigatória não somente para quem busca saber um pouco mais sobre a vida e obra de Jackson do Pandeiro, mas também para todos que apreciam a boa música brasileira.

 


Livro “Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo”

 

Além da biografia citada, Fernando Moura foi o responsável, no ano 2000, pelo texto e edição do suplemento de nº 32 da série “Paraíba – Nomes do Século”, da Editora A União, que teve como tema o Rei do Ritmo. Jackson do Pandeiro também foi o personagem de outras duas obras:
– “A musicalidade de Jackson do Pandeiro”: de autoria de Inaldo Soares, foi lançado pela editora IGP no ano de 2011. O livro tem como foco a discografia de Jackson, elencando, em ordens cronológica e alfabética, os discos e canções gravados pelo músico paraibano.
– “Jackson do Pandeiro em quadrinhos”: com roteiro de Fernando Moura e ilustrações de Megaron Xavier, faz parte do vol. 9 da série Primeiras Leituras, da Patmos Editora. Lançada em 2016, a publicação é voltada principalmente ao público infanto-juvenil, narrando, de forma didática e ilustrada, a trajetória de Jackson do Pandeiro.
Tema constante de obras da literatura de cordel, Jackson também foi abordado academicamente, servindo, por exemplo, como tese para o Doutorado em Música de Cláudio Henrique Altieri de Campos, pela UNESP, em 2017, e como dissertação para o Mestrado em História de Manuela Fonseca Ramos, pela UFPB, em 2012.
Os livros a seguir são exemplos de algumas publicações que não têm como abordagem central o paraibano de Alagoa Grande, mas possuem capítulos ou partes dedicados a ele:
– “A canção no tempo – 85 anos de músicas brasileiras – volume 1: 1901-1957 (Severiano, Jairo; Mello; Zuza Homem De. Editora 34, 1997);
– “A canção no tempo – 85 anos de músicas brasileiras – volume 2: 1958-1985 (Severiano, Jairo; Mello; Zuza Homem De. Editora 34, 1998);
– “Os 100 melhores CDs da MPB (Domingues, André. Sá Editora, 2004);
– “Forró de cabo a rabo” (Anísio, Ricardo. Editora Bagaço, 2012);
– “O fole roncou: uma história do forró” (Marcelo, Carlos; Rodrigues, Rosualdo. Zahar, 2013);
– “101 canções que tocaram o Brasil” (Motta, Nelson. Estação Brasil, 2016).

 

Homenagens em discos e canções

O maior legado de Jackson do Pandeiro, além de seus discos e gravações, claro, foi a influência que exerceu e ainda exerce sobre os artistas de diversos gêneros da música brasileira. A divisão vocal, o ritmo, a desenvoltura e personalidade com que passeava pelos mais variados estilos da nossa música serviram de espelho e inspiração para inúmeros músicos.
Nomes como Jacinto Silva, Gilberto Gil, Chico Buarque, Genival Lacerda, Alceu Valença, João Bosco, Jarbas Mariz, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Gal Costa, Silvério Pessoa, Biliu de Campina, Tom Zé, Fuba de Taperoá declararam publicamente sua admiração pelo Rei do Ritmo e buscaram incorporar em suas discografias elementos característicos do cantor paraibano. Até mesmo artistas de outros gêneros, como Marcos Valle, representante da bossa nova, e a turma da Nação Zumbi e Herbert Viana, nomes do rock nacional, também reverenciaram Jackson. O cd “Jackson do Pandeiro revisto e sampleado”, que trouxe regravações por nomes O Rappa, Gabriel O Pensador, Fernanda Abreu e The Funk Fuckers, é um exemplo clássico disso. Tamanha exaltação resultou em diversos discos e canções gravados em homenagem a Jackson do Pandeiro ao longo dos anos.
Para este 2019, quando se comemora o centenário de nascimento de Jackson, esperava-se a gravação de vários álbuns em sua homenagem, porém, até o mês de julho, não se teve notícia de nenhum lançamento importante. É verdade que os lançamentos fonográficos atuais não dão mais aos músicos o mesmo retorno financeiro de outras épocas, em razão das mudanças nos modos de consumo musical, porém, o principal motivo da falta desses tributos só pode ser um: cantar igual ou próximo ao Rei do Ritmo não é para qualquer um!

A seguir, alguns discos já lançados em anos anteriores em tributo a Jackson do Pandeiro ou explorando seu repertório:

– “Tributo a Jackson e Rosil”, de Biliu de Campina (1989);
– “Forró que não acaba mais – Tributo a Luiz Gonzaga & Jackson do Pandeiro”, Banda Umbuzada (1994);
– “Revivendo Jackson do Pandeiro”, de Fuba de Taperoá (1995);
– “Mastruz com Leite no forró do Jackson do Pandeiro”, com Mastruz com Leite (1996);
– “Marcos Farias interpreta Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Jackson do Pandeiro”, de Marcos Farias (1998).
– “Tributo a Jackson do Pandeiro”, de Genival Lacerda (1998);
– “Jackson do Pandeiro revisto e sampleado”, coletânea com vários artistas (1998);
– “Carmélia Alves abraça Jackson do Pandeiro e Gordurinha”, de Carmélia Alves (1999)
– “Forró do gogó ao mocotó”, por Jarbas Mariz (2000);
– “Techno Roots”, por Marco Bosco (2001);
– “Revivendo Jackson do Pandeiro”, de Kojak do Forró (2003);
– “Homenagem a Jackson do Pandeiro”, coletânea com vários artistas ao vivo no Canto da Ema (2003);
– “Batidas urbanas – Projeto Micróbio do Frevo”, de Silvério Pessoa (2005);
– “Forró pras crianças”, coletânea com vários artistas (2006);
– “Ceguêra no samba”, de Ceguêra de nó (2007);
– “Revivendo Jackson do Pandeiro”, com Alberto Jackson (2008);
– “Jackson, pra você tiro o chapéu!”, por Arlindo Moita (2010);
– “Tributo a Jackson do Pandeiro – Ao vivo!”, de Nandinho do Pandeiro (2010);
– “Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro”, de Zé Ramalho (2010);
– “Quinteto Violado canta Adoniran Barbosa & Jackson do Pandeiro”, de Quinteto Violado (2010);
– “Cabeça feita – Silvério Pessoa canta Jackson do Pandeiro”, por Silvério Pessoa (2015);

Abaixo, algumas canções compostas e gravadas em homenagem a Jackson:

– “A imagem do Rei” (João Correia/Haroldo Francisco/Kavaliere), por Kojak do Forró (cd “Catitu fora da manada é comida de onça”);
– “Assim diria Jackson do Pandeiro” (Antônio José), por Antônio José (cd “Assim diria Jackson do Pandeiro, 2008);
– “Bate um balaio ou Rockson do Pandeiro” (João Bosco), por João Bosco (LP Gagabirô, 1984);
– “Canário da Borborema” (Bráulio de Castro/Carlos Magno), por Petrúcio Amorim (cd “Fim de tarde”, 1998) e Bráulio de Castro (coletânea “Pernambucaneando”, 2019);
– “De pandeiro na mão” (Aracílio Araújo), por Aracílio Araújo (cd “Forró sem fronteiras vol. 5”) e Silveirinha (cd “Tocando e Cantando”);
– “Homenagem a Jackson do Pandeiro” (Dominguinhos), por Dominguinhos (lp “Apôs tá certo, 1979);
– “Influência de Jackson” (Guinga/Aldir Blanc), por Leila Pinheiro (cd “Na ponta da língua”, 1998), Marcus Tardelli (cd “Unha e carne”, 2006) e Khrystal (cd “Coisa de preto, 2007);
– “Jack Som” (Marco Bosco/Marcelo Dino/Jackson do Pandeiro), por Marco Bosco (cd “Techno Roots, 2001);
– “Jack Soul Brasileiro” (Lenine), por Lenine (cd “Na Pressão”, 1999) e Fernanda Abreu c/ participação de Lenine (cd “Raio X”, 1997);
– “Jackson no forró” (Severo), por Severo (cd “Severo e Teresa Rios – No forró eu e ela”, 1986);
– “Jackson, o Rei do Pandeiro” (João Biano), por Banda de Pífanos de Caruaru (cd “No século XXI, no Pátio do Forró”, 2003).
– “Memória de um pandeiro” (Arimatéia Pyauí), por Arimatéia Pyauí (coletânea Forró Fest 10 anos);
– “Para Jackson e Almira” (Guinga/Simone Guimarães), por Guinga (cd “Noturno Copacabana, 2003)
– “Pro Jackson do Pandeiro” (Cléber Almeida), por Trio Macaíba (cd “Na trilha do pé de serra”, 2013);
– “Saudades do Jackson do Pandeiro” (Bedeu/Luis Vagner), por Bedeu (lp/cd “Iluminado”, 1993), Oswaldinho (cd “Lição de casa”, 2009), entre outros.
– “Tributo a Jackson do Pandeiro” (Fernando Sanxo/Sebastião Batista), por Manhoso (lp “Camelódromo, 1985);
– “Tributo a Jackson do Pandeiro” (Ailton Almeida da Silva/João Jailso Teixeira), por Trio Juazeiro (LP “A volta do Trio Juazeiro, 1993);
– “Tributo a Jackson do Pandeiro” (Biliu de Campina/Assis do Cavaco), por Biliu de Campina (LP “Tributo a Jackson e Rosil”, 1989) e Fuba de Taperoá (cd “Revivendo Jackson do Pandeiro”, 1995);
– “Tributo a Jackson do Pandeiro” (Olinto Potiguar), por Olinto Potiguar (cd “O povo quer forró”, 1996);
– “Viva Jackson do Pandeiro” (Hermeto Pascoal), por Hermeto Pascoal (cd “Eu e eles”, 1999).

 

Fontes consultadas:

Moura, Fernando; Vicente, Antônio. Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo. Editora 34, 2001, 1ª edição.
Soares, Inaldo. A musicalidade de Jackson do Pandeiro. Editora IGP, 2011, 1ª edição.
Marcelo, Carlos; Rodrigues, Rosualdo. O fole roncou – Uma história do forró. Zahar, 2012, 1ª edição.
Arquivos da hemeroteca digital da Biblioteca Nacional relativos aos seguintes periódicos: Revista do Rádio, Radiolândia, Jornal do Brasil, Diário Carioca, Diário de Notícias, O Fluminense, O Jornal, Correio Brasiliense, Diário da Noite, Correio da Manhã.
dicionariompb.com.br
discosdobrasil.com.br
forroemvinil.com
immub.org
cinemateca.org.br

Coletânea – O maior forró do mundo

capa

Uma linda coletânea, musicalidade acima da média.

seloaselob

O disco tem duas faixas instrumentais: “Forró do Egildo”, de autoria de Egildo, executada pela Banda de Pau e Corda; e “Oia o cruzado de novo”, com Pinto do Acordeon, de sua autoria.

verso

Participam da coletânea Quinteto Violado, Banda de Pau e Corda, Nana Rocha e Pinto do Acordeon.

Coletânea – O maior forró do mundo
1986 – Paralelo

01 Funga, funga (Toinho Alves) Quinteto Violado
02 Vamos suspirar (Roberto Andrade – Waltinho) Banda de Pau e Corda
03 Beco do prazer (Toinho Alves – Ciano) Nana Rocha
04 Pagode russo (Luiz Gonzaga – João Silva) Quinteto Violado
05 Forró do Egildo (Egildo) Banda de Pau e Corda
06 O maior forró do mundo (Toinho Alves) Quinteto Violado
07 Partida (Egildo – Waltinho – Zezé de Andrade) Banda de Pau e Corda
08 Oia o cruzado de novo (Pinto do Acordeon) Pinto do Acordeon
09 Anita Cruz violeira (Toinho Alves – Marcelo Melo) Nana Rocha
10 Com todo gás (Pinto do Acordeon) Quinteto Violado e Banda de Pau e Corda
11 Engenho velho (Waltinho – Roberto Andrade) Banda de Pau e Corda
12 As três festas (Toinho Alves – Mario Lobo) Quinteto Violado

Para baixar esse disco, clique aqui.

Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.

CD – Coletânea – Som Rural

CAPA

Colaboração do João Araujo

VERSO

Disco contendo músicas das partes rurais do País.

Participam da coletânea: Renato Teixeira, Teodoro e Sampaio, Inezita Barroso, Tonico e Tinoco, Os Garotos de Ouro, João de Almeida Neto, Quinteto Violado, Nando Cordel, Jorge de Altinho, Conjunto Farroupilha, Lourenço e Lourival, Renato Borghetti, Genésio Tocantins e Almir Sater.

Coletânea – Som Rural
1997 – RGE

01 Amanheceu, Peguei a viola – Renato Teixeira
02 Cantaram Minha Vizinha – Teodoro e Sampaio
03 Romaria – Inezita Barroso
04 Velho Rancho – Tonico e Tinoco
05 Desperta Rio Grande – Os Garotos de Ouro
06 Palavra de Cantor – João de Almeida Neto
07 Rio São Francisco – Quinteto Violado
08 No Balanço da Quadrilha – Nando Cordel
09 Nas Asas do Destino – Jorge de Altinho
10 Gaúcho Largado, Adeus Mariana – Conjunto Farroupilha
11 A Caneta e a Enxada – Lourenço e Lourival
12 Rancheirinha – Renato Borghetti
13 Rela-Bucho – Genésio Tocantins
14 Trem do Pantanal – Almir Sater

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CD – Maciel Melo – Minha Metade

capa

Colaboração do Ivan Matos, de Gama – DF

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Produzido por José Milton e Maciel Melo.

contracapa

Participações especiais de Zeca Pagodinho, Elba Ramalho, Raimundo Fagner, Dominguinhos, Marcelo Melo, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Quinteto Violado, Alceu Valença e Renato Phaelante.

Maciel Melo – Minha Metade
2012

01 Que nem jiló – (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
02 A poeira e a estrada – (Maciel Melo – Claudio Almeida)
03 Choro de Poeta – (Carlos villela – Anchieta Dali)
04 Minha Metade – (Assis Guerra – Maciel Melo)
05 Tiro de bacamarte – (Maciel Melo – Ivan Marinho)
06 Da cidade ao sertão – (José Viana – Adelson Viana – Maciel Melo)
07 Desassossego – (Maciel Melo)
08 Dona da minha cabeça – (Geraldo Azevedo – Fausto Nilo)
09 Nosso xote – (Janaína Pereira)
10 Mata Branca – (Marcelo Melo)
11 Assum preto – (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
12 Pano do dia um – (Zeh Rocha – Maciel Melo – Xico Bizerra)
13 O sol das manhãs – (Cezzinha – Maciel Melo)
14 Seres – (João Sereno – Maciel Melo – Maviael Melo)

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CD – Coletânea – Eu só quero um forró vol.1 e 2

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Colaboração do Lourenço Molla, de João Pessoa – PB

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Seleção de repertório de Tárik de Souza e Carlos Alberto Sion.

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Uma bela coletânea que reúne artistas e canções de duas gerações do forró.

Coletânea – Eu só quero um forró
BMG

Vol.1

01 Cabeça Feita_Tililingo_Tem Pouca Diferença – Gal Costa e Luiz Gonzaga
02 Isso Aqui Tá Bom Demais – Dominguinhos e Chico Buarque
03 Numa Sala de Reboco – Luiz Gonzaga
04 Forró do Chic Tak – Fagner e Elba Ramalho
06 Bomba de Estrelas – Zé Ramalho
07 Mané e Zabé – Luiz Gonzaga e Marinês
08 Bom Demais – Quinteto Violado e Jorge de Altinho
09 Forró no Escuro – Luiz Gonzaga
10 Feira de Mangaio – Sivuca
11 Depois da Derradeira – Dominguinhos
12 Chameguinho – Elba Ramalho
13 Pra Clarear – Alceu Valença
14 Baiano não é Palhaço – Gordurinha

Vol.2

01 Vem Morena – Luiz Gonzaga e Fagner
02 Pau De Arara E A Vovozinha – Elba Ramalho
03 Quatro Cravos – Marinês e Gilberto Gil
04 Derramaram O Gai – Luiz Gonzaga
05 Pagode Russo, Quero Chá, Fuga Da Africa – Oswaldinho, Dominguinhos e Sivuca
06 É De Dar Água Na Boca – Nando Cordel e Amelinha
07 Baião – Alceu Valença
08 Gavião – Marinês
09 Forró De Mane Vito – Luiz Gonzaga
10 Ai Que Saudade D’oce – Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
11 Jeito Manhoso – Marinês e Jorge de Altinho
12 Isso é Que é Bom – Nando Cordel e Dominguinhos
13 ABC do Sertão – Luiz Gonzaga e Fagner
14 For All Para Todos – Geraldo Azevedo

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Banda de Pau e Corda – Vivência

capa

Colaboração do Nilton Maia, do Rio de Janeiro – RJ

“Quarentona”, como o Quinteto Violado, formado dois anos antes, a Banda de Pau e Corda surgiu em Recife, em 1972, sob a liderança do compositor e estudioso da cultura popular Roberto Andrade, e tinha os seguintes integrantes:
– Oswalter Martins de Andrade Filho, o Waltinho – Recife, PE – 1954 -(violão e voz);
– Paulo Fernando, o Paulo Cirandeiro – Recife, PE – (viola e vocal);
– Paulo Sérgio Guadagnano Resende Braga, o Paulinho – Recife, PE – 1954 – (Contrabaixo);
– Matias – Recife, PE – (Flauta);
– Roberto Rabelo de Andrade – Recife, PE – 1947 – (Bateria e percussão);
– Sérgio Rabelo de Andrade – Recife, PE – 1955 – (Percussão e voz);
– José Severino de Oliveira Neto, o Netinho – Recife, PE – 1954 – (Viola);
– Alberto Johnson da Silva, o Beto Johnson – Recife, PE – 1959 – (flauta);
– Zezinho Franco – Recife, PE – (Baixo, voz, arranjos).

O grupo atuou inicialmente no Bar “Olho Nu”, na cidade de Recife, frequentado basicamente por um público universitário e o trabalho do grupo tornou-se rapidamente conhecido da crítica especializada do Nordeste.

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Em 1973, foi para São Paulo, onde gravou seu primeiro disco, “Vivência”, pela RCA, com apresentação na contracapa do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre. O disco contou com composições do próprio grupo, além da regravação de “Voltei Recife”, de Luiz Bandeira. Com a repercussão do disco, apresentou, no mesmo ano, um show com o mesmo nome do disco. O espetáculo estreou em Recife, sendo apresentado posteriormente em todas as capitais do Nordeste. Foi apresentado, ainda, no Teatro Municipal de Santo André em São Paulo.

Banda de Pau e Corda – Vivência
1973 – RCA

01-Vivência (Roberto Andrade/Waltinho)
02-Pai De Barro (Paulo Fernando/Roberto Andrade)
03-Recado (Waltinho/Sérgio Andrade)
04- Lampião (Roberto Andrade/Waltinho)
05-Alegoria (Roberto Andrade/Waltinho)
06-Banco de Feira (Waltinho/Roberto Andrade)
07-Vida de Vaqueiro (Waltinho/Roberto Andrade)
08-Só De Brincadeira (Waltinho)
09-A Seca Chegou (Waltinho/Sérgio Andrade)
10-Ciranda Do Mar (Waltinho/Roberto Andrade)
11- Voltei Recife (Luiz Bandeira)

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Texto – Jackson do Pandeiro e o Futebol

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Jackson do Pandeiro e o escudo do Flamengo em seu violão (foto de capa do LP “O melhor de Jackson do Pandeiro” – Polygram)

*Texto enviado pelo Érico Sátiro, de João Pessoa – PB

“Esse jogo não é 7×1…”. Os versos gravados há mais de 60 anos por Jackson do Pandeiro em “1×1” (Edgar Ferreira) não foram bem assim, mas, se o paraibano de Alagoa Grande, falecido em 1982, presenciasse a catástrofe brasileira na Copa do Mundo de 2014 diante da Alemanha, certamente gravaria uma canção sobre o assunto. Apaixonado por futebol, Jackson cantou a seleção brasileira, o Flamengo e o futebol em geral. Como abusava do humor em suas canções, o 7×1 sofrido pelo Brasil provavelmente não passaria batido.

Música e futebol, duas grandes paixões do povo brasileiro, há muito que se entrelaçam, fortalecendo-se entre si. A cada ano surgem diferentes músicos com novas composições ou regravações sobre o esporte mais popular do Brasil. Por outro lado, no meio do futebol, diversos atletas se aventuraram na arte de cantar. Podemos citar, por exemplo, os ex-craques Pelé, que gravou com Elis Regina; Zico, que cantou ao lado de Fagner; Júnior, que tornou famosa a canção “Povo feliz”, popularmente conhecida como “Voa, Canarinho”, e até mesmo o ex-centroavante Nunes. Mais comum , como já dito, é o inverso, ou seja, o futebol ser tema de músicas interpretadas por cantores profissionais. Chico Buarque, Jorge Ben, Moraes Moreira, Wilson Simonal e Tim Maia são só alguns dos inúmeros artistas que cantaram o esporte em seus discos. Na música nordestina, Jackson do Pandeiro pode ser considerado o maior exemplo, apesar de só ter praticamente uma canção sobre futebol amplamente conhecida, a já citada “1×1”.
José Gomes Filho, nascido em 31/08/1919, só foi gravar suas primeiras músicas em 1953, já conhecido como Jackson do Pandeiro. “Forró em Limoeiro” (Edgar Ferreira), e, principalmente, “Sebastiana” (Rosil Cavalcanti), estouraram nas rádios e alavancaram a carreira do paraibano, que seguiu lançando discos até 1981, ano anterior ao do seu falecimento, ocorrido em 10/07/1982.

Gravou forrós, xotes, marchas, frevos, sambas, batuques etc. Como ele próprio dizia, “se o ritmo fosse brasileiro, estava dentro”. Por tal motivo, e pela forma de divisão vocal que efetuava nas suas interpretações, ganhou a alcunha de “O Rei do Ritmo”. Gravou mais de 430 músicas em sua carreira, compondo cerca de 160 delas. A maioria das letras tinha como característica o bom humor, falando sobre causos, brigas e confusões, embora também tenha cantado diversas outras temáticas, como o futebol. Flamenguista, torcedor também do Treze de Campina Grande (cidade onde passou sua adolescência e juventude) e grande fã de Zico, sobre o esporte bretão Jackson gravou exatamente 10 músicas, citando-o ainda em outras gravações, como “Samba do Ziriguidum” (Jadir de Castro/Luiz Bittencourt), sem que fosse, entretanto, o assunto central. Apesar de haver na literatura brasileira alguns livros sobre o futebol na música nacional, a maioria cita Jackson do Pandeiro apenas por “1×1” ou “Frevo do bi” (Braz Marques/Diógenes Bezerra), omitindo as demais canções que o Rei do Ritmo gravou sobre o tema, até porque grande parte de seus trabalhos foi gravado em discos de 78 rpm e se tornou raridade, sendo de conhecimento apenas de colecionadores e pesquisadores. Para preencher essa lacuna, seguem abaixo as 10 canções que Jackson do Pandeiro lançou sobre futebol:

“1×1” (Edgar Ferreira, 1954) – “Esse jogo não é 1×1, se o meu clube perder é zumzumzum…”. A mais conhecida gravação de Jackson sobre o futebol “servia para todas as torcidas”, segundo ele. A idéia inicial era fazer para Pernambuco, usando as cores dos 3 principais clubes capibaribes: Santa Cruz, Náutico e Sport. Ao falar em “encarnado, preto e branco”, “encarnado e preto” e “encarnado e branco”, no entanto, a letra abrangeu milhares de times que se utilizam dessas cores em seus uniformes e acabou servindo para todo o Brasil. Gravada em 1953, em Recife, e lançada em 1954, a música é de autoria do compositor pernambucano Edgar Ferreira (1922-1995), que foi um dos principais parceiros de Jackson no início de sua carreira, quando gravou sucessos como “Forró em Limoeiro”, “Cremilda”, “Ele disse” e “Vou gargalhar”. A canção foi gravada posteriormente por nomes como Zé Ramalho, Genival Lacerda, Quinteto Violado, Fuba de Taperoá, Carmélia Alves, Trio Nordestino e até mesmo pelo grupo de pop/rock Os Paralamas do Sucesso.

“4×1” (Damião Florêncio e José Gomes, 1957) – “4×1” marcou um dos poucos duetos vocais entre Jackson do Pandeiro e Almira Castilho (1924-2011), sua grande parceira musical e também esposa, com quem conviveu desde o começo de seu sucesso profissional, em 1953, até a separação do casal, no final dos anos 60.
Apesar de constar na autoria o nome de José Gomes, a composição é de Damião Florêncio e da própria Almira Castilho, já que José Gomes nada mais era que o pseudônimo usado por Almira em algumas composições, em razão da incompatibilidade entre editoras musicais. Embora não cite nomes de clubes ou jogadores, a letra traz um “embate” entre a dupla de cantores na forma de uma partida de futebol. Foi lançada em 78rpm e no lp de 10 polegadas “Jackson e Almira – Os donos do ritmo”, de 1957.

“Frevo do bi” (Braz Marques/Diógenes Bezerra, 1962) – a mais divulgada gravação de Jackson do Pandeiro sobre a seleção brasileira saiu em 1962, em um 78rpm, pouco antes da conquista do bicampeonato mundial no Chile. Na letra, os autores imaginam um “baile de bola” conduzido por Didi, Garrincha e Pelé. Gravada como um frevo épico, a canção também ganhou uma versão de Tom Zé e Gereba, lançada no álbum “Cantando com a plateia”, de 1990.
“Scratch de ouro” (Maruim/Oscar Moss, 1963) – Interpretada em forma de samba, a música festeja o bi mundial da seleção brasileira, nominando toda a equipe titular do escrete de ouro: Gilmar, Mauro, Djalma Santos, Zito, Zózimo, Nilton Santos, Zagallo, Didi, Vavá, Pelé e Garrincha. Apesar de a relação contar com 12 atletas, o fato pode ser explicado: Pelé deixou a Copa na segunda partida da seleção brasileira, após contusão, sendo substituído brilhantemente pelo artilheiro Amarildo. Os compositores, então, acharam por bem incluir os dois craques na letra.
“Olé do Flamengo” (Jackson do Pandeiro/Braz Marques, 1964) – como o próprio título já transparece, a canção enaltece a paixão pelo Clube de Regatas do Flamengo, time de coração de Jackson do Pandeiro: “Eu vou, eu vou amanhã, ver Flamengo jogar lá no Maracanã…eu não perco nenhum jogo, seja de noite ou de dia”. Incluída no LP “Coisas nossas”, de 1964, a música fala do “olé” que a equipe rubro-negra dá em vários rivais locais, como Vasco, Botafogo e Fluminense, além da mais temida equipe brasileira da época: o “Santos de Pelé”.

“A taça era dela” (Waldemar Silva e Rubens Campos, 1967) – de forma irreverente, o samba critica a polêmica conquista da Copa do Mundo de 1966 pela seleção anfitriã, a Inglaterra, que na final venceu a Alemanha após o juiz ter validado um gol em que a bola não chegou a ultrapassar a linha da trave. Na letra, o compositor é direto: “a Inglaterra fez uma Copa do Mundo, pra ela, pra ela, o campeonato ainda não havia começado e a taça já era dela”. A faixa saiu no álbum “A Braza do Norte” (brasa com “z” mesmo), de 1967, o último lp que traz Almira Castilho na capa.
“Frevo do tri” (Braz Marques e Álvaro Castilho, 1971) – por muito tempo uma rara canção do repertório jacksoniano (somente em 2014 saiu em cd, em um box que garimpou preciosidades do Rei do Ritmo), o frevo “saúda os supercampeões”, celebrando a 3ª taça mundial conquistada pelo Brasil no futebol, dessa vez em território mexicano. Ao contrário das anteriores “Frevo do bi” e “Scratch de ouro”, a letra não cita nomes de jogadores, mostrando a emoção do torcedor, que “gritou, torceu, chorou e sofreu”. Assim como o “Frevo do bi”, é uma excelente canção sobre Copa do Mundo, bem diferente das que são lançadas na atualidade.

“O bom torcedor” (Braz Marques e Jackson do Pandeiro, 1971) – A letra retrata a paixão do brasileiro pelo futebol, “de norte a sul”. Nela, o autor fala sobre suas equipes prediletas em alguns estados, citando Flamengo, Corinthians, Atlético Mineiro e Santa Cruz, equipes de grande popularidade. Apesar de citar apenas clubes, a música traz na sua introdução a narração de um gol do Brasil anotado por Pelé, com pequeno trecho repetido no final da faixa. Foi lançada em 1971, no LP “O dono do forró”, disco que marcou a estréia do sanfoneiro Severo nas gravações com Jackson.
“O Rei Pelé” (José Gomes Filho/Sebastião Batista, 1974) – A homenagem que o Rei do Ritmo fez ao Atleta do Século XX veio no LP “Nossas Raízes”, de 1974, mesmo ano em que Pelé se despediu do Santos Futebol Clube. A 1ª faixa do lado B, “O Rei Pelé”, que narra as virtudes de Edson Arantes do Nascimento dentro de campo, pode ser considerada a principal música do forró em reverência ao jogador, que também foi tema de canções em outros ritmos da MPB. Em cd, saiu apenas na coletânea “Enciclopédia Musical Brasileira”, que traz Jackson ao lado do baiano Gordurinha.
“Bola de pé em pé” (Jackson do Pandeiro/Sebastião Batista, 1981) – lançada no último lp gravado por Jackson, 1 ano antes do seu falecimento, a música também homenageia o Flamengo. Quando fala em “Flamengo é tricampeão, acredite quem quiser”, a composição faz referência, de forma implícita, ao tricampeonato carioca conquistado pelo time em 1979. Nos anos seguintes, os versos poderiam ser utilizados novamente pelos torcedores em outras quatro conquistas de tricampeonato do rubro-negro: o brasileiro, em 1983, carioca, em 2001 e 2009, e da Copa do Brasil, em 2013.

Coletânea – Bons tempos – Forró

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Colaboração do João Gabriel, de Niterói – RJ

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Uma coletânea composta por fonogramas cedidos pela Polygram.

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Participam dessa coletânea Severo, Altamiro Carrilho, Dominguinhos, Zé Calixto, Messias Holanda, Quinteto Violado, Antonio Barros e Genival Lacerda.

Bons tempos – Forró
1984 – Barclay

01- Os olhos dela (Alceu Valença – Severo) Severo
02- O Sanfoneiro só tocava isso (Haroldo Lobo – Geraldo Medeiros) Altamiro Carrilho
03- Forrozando (Severo) Severo
04-
Cheiro da Carolina (Amorim Roxo – Zé Gonzaga) Dominguinhos
O xote das meninas (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
No meu pé de serra (Humberto teixeira – Luiz Gonzaga)
05- Mulher de verdade (Elino Julião – Severino Ramos) Zé Calixto e Messias Holanda
06- Forró do Dominguinhos (Dominguinhos) Quinteto Violado
07- Procurando Tu (Antonio Barros – J. Luna) Antonio Barros
08- Dina (Carlos Fernando – Severo – Alceu Valença) Severo
09- Santo Antonio , São Pedro e São João (Herivelto Martins – Bide) Altamiro Carrilho
10- Do jeito que a gente gosta (Severo) Severo
11- Forró Granfino (Manoel Serafim – Sebastião Rodrigues) Zé Calixto
12- Lição de beijo (Luiz Boquinha) Genival Lacerda

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CD – Dominguinhos – Convidados Cantam Luiz Gonzaga – Vol. 2

Colaboração do Lourenço Molla, de João Pessoa – PB

Já tinhamos publicado o vol.1, do que originalmente era um disco duplo, de 1997, que também foi comercializado separadamente como vol.1 e vol.2

Destaque para “Estrela de ouro” de Antonio Barros e José Batista, com a participação de Dió de Araújo, do Trio Xamego.

Dominguinhos – Convidados Cantam Luiz Gonzaga – Vol. 2
1997 – Velas

01. A Vida do Viajante (Luiz Gonzaga / Hervé Cordovil) Chico Buarque
02. Tacacá (Luiz Gonzaga / Lourival Passos) Joquinha Gonzaga
03. Qui Nem Jiló (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) Tânia Alves
04. De Teresina a São Luiz (João do Vale / Helena Gonzaga) Fagner
05. Numa Sala de Reboco (Zé Marcolino / Luiz Gonzaga) Quinteto Violado
06. Súplica Cearense (Gordurinha / Nelinho) Guadalupe
07. Não Vendo, Nem Troco (Luiz Gonzaga / Gonzaguinha) Zé Ramalho
08. A Volta da Asa Branca (Luiz Gonzaga / Zé Dantas) Maciel Melo
09. Assum Preto (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) Ivan Lins
10. Vozes da Seca (Luiz Gonzaga / Zé Dantas) Elba Ramalho
11. No Meu Pé de Serra (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) Flávio José
12. Nem Se Despediu de Mim (Luiz Gonzaga / João Silva) Jorge de Altinho
13. Légua Tirana (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) Alceu Valença
14. Estrela de Ouro (Antônio Barros / José Batista) Dió de Araújo

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Filme – Chapéu de Couro

*Link enviado pelo Eduard Fernandes

Publicado em 29/08/2012 por Jorge Paulo Nogueira

“Longa metragem feito em 1978 pela Capri Filmes, com produção de Edmar Tomy e Fabio Porchat, Autor Valter Negrão, dirigido por Salo Felzen, Com Jorge Paulo, Luiz Gonzaga, Ely Correia, Anastacia, Venancio, Zenilton, Vava Machado, Padre João Cancio, José Castor, Candango do Ypê, Jofre Soares, Sergio Hingst, Emmanuel Cavalcanti, Cristina Azevedo, Suely de Souza, Eduardo Mamede, Walmir Aguiar, Quinteto Violado, Antonio Moraes e grande elenco, rodado nas cidades de São Paulo, Embu das Artes, Juazeiro do Norte, Serrita, Avaré, Recife, com cenas ao vivo da Missa do Vaqueiro, horto do Padre Cicero em Juazeiro do Norte, Praia de Maria Farinha, no Forro Norte Sul no bairro do Bras em São Paulo e Ely Correa no começo de sua carreira.

Cenas ainda na Camara dos Deputados, com o athor principal do filme, cantor e Deputado Federal Jorge Paulo, criador dos programas Chapeu de Couro no Rádio e Televisão. hoje com a www.radiochapeudecouro.com.br – revivendo esses momento de gloria da autentica musica nordestina.”

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