José Cândido – O menino de Puxinanã

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Recebi ontem um e-mail do amigo e jornalista José Teles, do JC online de Recife – PE, com a notícia de que na madrugada de 25/02/2008, no hospital São Lucas em Aracaju – SE aconteceu o falecimento do compositor José Cândido, que tornou-se conhecido pela autoria da música “Carcará”, hoje com mais de 40 regravações.

José Cândido da Silva, nascido em 11/03/1927, no Sítio Puxinanã, Município de Santana do Ipanema -AL. Saiu de Puxinanã em 1945, foi para Aracaju de onde mudou-se para o Rio de Janeiro – RJ, em 1950. Em 1989 retornou a Santana do Ipanema e em 1992 mudou-se para Aracaju, onde fixou residência de forma definitiva.

“Carcará”é uma das músicas mais fortes da MPB. Em 1964, foi o marco inicial da carreira de Maria Bethânia, que estourou nacionalmente com este baião em 1965. Carcará é assinada pelo maranhense (de Pedreiras) João do Vale e o alagoano José Cândido. No entanto, quem ficou conhecido por ela foi únicamente João do Vale.

“Carcará” não é a única composição assinada pela dupla, Morena do grotão e Pé do lagêro (Onde a onça mora), também são fruto dessa “parceria”. José Cândido garante que nunca pegou carona no talento de João do Vale. Ele tem mais de 80 músicas gravadas, a maioria sem parceiros. Teve suas composições gravadas por Aldair Soares, Marinês, Nara Leão, Chico Buarque, Zé Gonzaga, Trio Mossoró e Luiz Wanderley, entre outros.

Escreveu uma biografia intitulada “O menino de Puxinanã”. Forma que encontrou de deixar sua história à posteridade, já que não existe nenhum verbete dele nas enciclopédias de música brasileira. (Resumo do texto de José Teles, teles@jc.com.br, publicado no JC Online em 29/06/2007)

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Baiano e Os Novos Caetanos – Baiano e Os Novos Caetanos

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Baiano e os Novos Caetanos é o nome de um trio musical e humorístico composto por Chico Anysio, Arnaud Rodrigues e pelo guitarrista Renato Piau, satirizando no nome Caetano Veloso e o conjunto Os Novos Baianos. O nome e a idéia dos personagens surgiu da revolta que a prisão e o exílio de Caetano e Gilberto Gil causaram em todo o meio artístico.

Servia como sátira, mas era também uma homenagem a dois artistas cuja prisão não pôde ser noticiada decentemente nos jornais nacionais, devido à censura. Letras divertidas e engajadas e um instrumental de primeira, com belos arranjos de violões, sanfonas e cavaquinhos, transitando por vários ritmos, entre eles, o forró.

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Esse LP foi gravado ao vivo e lançado em 1974 para aproveitar o sucesso dos personagens Baiano e Paulinho, criados por Chico Anysio e seu maior parceiro, o cantor, compositor, ator e humorista Arnaud Rodrigues. O grupo Baiano & Os Novos Caetanos fazia suas aparições no ‘Chico City’, programa exibido na TV Globo de 1973 a 1980.

Atitudes como essa ajudavam a transmitir a mensagem nas entrelinhas. Versos como ‘Amo a mata, porque nela não há presos’, ‘o medo, a angústia, o sufoco, a neurose, a poluição, os juros, o fim, nada de novo… a gente de novo só tem os sete pecados industriais’ eram carregados de denúncias sociais, neles a fome, a opressão, a censura.

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Por falar em censura, uma das músicas mais conhecidas da dupla é “Vou batê pá tu”, que fala da figura do delator, também conhecido como cagueta ou dedo de veludo e a música “Urubu Tá com Raiva do Boi” era uma crítica à situação econômica do país e ao falso milagre econômico brasileiro. Destaque para a faixa “Selva de feras”, regravada em 2001 pelo Trio Virgulino.

Baiano e Os Novos Caetanos – Baiano e Os Novos Caetanos
1974 – CID

* 01. Vô bate pá tu (Arnaud Rodrigues – Orlandivo)
* 02. Nêga (Arnaud Rodrigues)
* 03. Cidadão da mata (Arnaud Rodrigues – Chico Anízio)
* 04. Urubu tá com raiva do boi (Geraldo Nunes – Venâncio)
* 05. Aldeia (Arnaud Rodrigues – Chico Anízio)
* 06. Ciranda (Adapt: Arnaud Rodrigues – Chico Anízio)
* 07. Folia de Rei (Arnaud Rodrigues – Chico Anízio)
* 08. Veio Zuza (Arnaud Rodrigues – S. Valentim – Chico Anízio)
* 09. Selva de feras (Arnaud Rodrigues – Orlandivo)
* 10. Tributo ao regional (Arnaud Rodrigues – Chico Anízio)
* 11. Dendalei (Arnaud Rodrigues – Chico Anízio)

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