Direito autoral é do autor?

Quase dois séculos de implantação da Lei do Direito Autoral (no Brasil, mas em outros países não é muito mais tempo) precisam ser revistos mais uma vez. Aconteceu muita coisa nesse meio tempo. Livros, discos, textos teatrais, fotografias, ilustrações (e sei lá mais o quê), “produtos” que antes eram resultado de processos caros e complexos — detidos por investidores e produtores de cultura, incluindo muitos que mereceriam aspas, mas deixo assim —, podem hoje nem existir fisicamente mas circular por e-mail, sem nenhuma possibilidade de controle por parte de quem insiste em querer controlar alguma coisa.

É preciso perceber, rápida e definitivamente que, nesse meio tempo, a figura do investidor (leia “editor”) deixou de ser necessária. É possível escrever em casa, imprimir em casa, gravar em casa, copiar em casa, produzir e multiplicar em casa, divulgar e vender a partir de casa. É preciso que o artista perceba que não precisa mais se render a um intermediário que o publique, que não é preciso ficar refém de um pretenso poder de distribuição e divulgação, até porque esse poder está acabado ou, no mínimo, acabando. Já disse uma vez aqui, mas repito: Andy Warhol se enganou. No futuro (isto é, hoje), as pessoas não são famosas por quinze minutos, as pessoas só conseguem ser famosas para quinze pessoas. Por que empenhar sua obra e sua alma a um editor que a venderá para quinze pessoas, e só lhe repassará dez por cento? Mas isso é outro assunto.

É fácil perceber que há algo errado com a Lei do Direito Autoral quando se verifica quem a defende: ‘artistas’ fabricados e os megainvestidores por trás deles. Mas antes de sentar para redigir outra, é preciso lembrar que a Lei do Direito Autoral deve proteger o autor, porque hoje ele é o último dos urubus na fila desse banquete: dez por cento do que o investidor DIZ que vendeu, descontados disso e daquilo. E olhe lá.

E enquanto ninguém se resolve a mudar isso, as corporações vão mexendo seus pauzinhos e derrubando um aqui outro ali, esperneando. Que derrubem muitos, mas antes de cairem todos, cairá também a lei do direito autoral e todos os vampiros que vivem dela. Alguém, por favor, lhes meta logo uma bala (de prata) no coração, em prol da Liberdade. Trecho final de um texto de Branco Leone, veja o texto na íntegra)

Gravadoras X Internet

Para os que adoram uma boa discussão, aqui tem um pouco mais de argumentos para apimentar esse assunto e fomentar uma solução mais inteligente e menos arbitrária para a questão da liberdade de circulação de informação, no nosso caso, que também já fomos tolhidos há alguns meses, e no caso da maioria dos inúmeros demais blogs musicais.

“Um dos grandes ganhos para os pesquisadores e amantes da música brasileira foi a proliferação de sites e blogs de trocas de músicas. Preciosidades voltaram a circular, antigos LPs ganharam versão digital, e centenas de milhares de pessoas puderam ter acesso a um acervo inestimável, que certamente motivou muita gente a comprar, pedir e cobrar de lojistas, que por sua vez pressionaram gravadoras, que algumas vezes relançaram parte do acervo que mantinham fora de circulação por ser “pouco comercial”.

Mas evidentemente as trocas pela Internet não se limitam às gravações esgotadas. A facilidade de circulação de informações e downloads faz com que os fãs de música troquem gravações caseiras, registros ao vivo e, claro, músicas em catálogo e lançamentos recentes.

Um fã de música brasileira que more numa das centenas de pequenas cidades do interior do Brasil não tem acesso a lojas de disco, ou conta com uma oferta restrita apenas aos sucessos radiofônicos. Estas trocas aumentam a curiosidade, estimulam as vendas, promovem a divulgação.

Evidentemente, as gravadoras pensam o contrário. Preocupadas com a revolução digital inexorável que vem mudando as regras do comércio musical, tentam vetar, impedir, proibir a circulação de músicas pela Internet. Ou pelo menos buscam uma forma de taxar, lucrar com essa onda.

Há muitos e bons blogs de música brasileira na Internet. Não tenho vergonha de dizer que várias gravações que aqui comentei foram ouvidas pela primeira vez de forma gratuita, baixadas na rede. Não tenho dúvida de que muita gente leu, ficou interessado, foi até uma loja e comprou o CD. Não ganhei nada com isso, mas a gravadora certamente teve lucro. Ou seja: divulgar o produto de graça é bom, não parece?” (Trecho inicial do texto de Daniel Brasil, ver texto na íntegra)

Os cabras – Ao vivo

Os Cabras vêm para renovar o casting da música nordestina e suas origens, com o repertório de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Sivuca, Marinês, Ary Lobo, Trio nordestino, O 3 do Nordeste entre outros. Bebendo dessa água musical formou-se “Os Cabras” que procuram manter a fidelidade e as tradições do autêntico forró pé de serra. Viva Gonzagão, Viva a Nação Forrozeira!!!

Marcelo Mimoso (Voz-Triângulo) nascido na cidade do Rio de Janeiro,filho de nordestinos,que dá continuidade aos passos do pai Fidelis do Acordeon nascido na cidade de Remigio-PB.

Cesinha (Acordeon) Nascido em Petrópolis, filho de Cesar do Acordeon,também de Petrópolis,Cesinha começou a fezer seus primeiros dedilhados aos 11 anos de idade inspirados no mestre Dominguinhos.

Rodrigo (Zabumba-Voz) Nascido em Natal/RN filho de Mário Filho grande violonista da MPB.
(informações extraídas do sítio do trio)

Essa gravação foi feita em Junho de 2008, no Rio de Janeiro – RJ, e nela o trio foi acompanhado de Mozart Laranjeira tocando baixo, Cachaça tocando cavaco, guitarra e viola de 10 cordas e André Vercelino nas percussões, além da participação especial de Mariana Melo em “Feira de mangaio” e “Eu só quero um xodó”.

Os cabras – Ao vivo
2008

01
Lamento sertanejo (Dominguinhos)
02
É proibido cochilar (Antonio Barros)
Toque de fole (Bastinho Calixto – Ana Paula)
Forró de tamanco (Antonio Barros)
Bota severina pra moer (Zé Mocó – Zé Marcolino)
03
Sanfona sentida (Dominguinhos – Anastácia)
Estrela de ouro (José Batista – Antonio Barros)
Baião granfino (Marcos Valentim – Luiz Gonzaga)
Viola de Penedo (Luiz Bandeira)
Dono dos teus olhos (Humberto Teixeira)
04
O xote das meninas (Luiz Gonzaga)
Sala de reboco (Luiz Gonzaga – José Marcolino)
Zé do rock (João Silva – Raymundo Evangelista)
Minhas desculpas (João Silva – Zé Mocó)
Onde está você (Zezum)
Volta e meia (Dominguinhos – Climério)
Preciso do teu sorriso (João Silva – Enok)
05
Homenagem a Chiquinho do acordedon (Dominguinhos)
O fole roncou (Nelson Valença – Luiz Gonzaga)
06
De onde vem o baião (Gilberto Gil)
Forrozeiro apaixonado (João Gonçalves)
Forró no sertão (Anastácia – Dominguinhos)
Plantio de amor (Dominguinhos – Climério)
07
Espumas ao vento (Accioly Neto)
Meu cenário (Maciel Melo)
Abri a porta (Gilberto Gil – Dominguinhos)
08
Feira de Mangaio (Glorinha Gadelha – Sivuca)
Eu só quero um xodó (Anastácia – Dominguinhos)
09
Taxi lunar (Alceu Valença – Geraldo Azevedo – Zé Ramalho)
Morena tropicana (Alceu Valença)
Esperando na janela (Targino Gondim – Manuca Almeida – Raimundinho do Acordeon)
Colo de menina (Jorge Filho)
10
Gostoso demais (Dominguinhos – Nando Cordel)
Baião da garoa (Luiz Gonzaga – Hervê Cordovil)
Tenente Bezerra (Gordurinha)
Pau de arara (Guio de Moraes – Luiz Gonzaga)
O último pau de arara (Venâncio – Corumba – José Guimarães)
11
A ordem é samba (Jackson do Pandeiro – Severino Ramos)
Rapa cuia (Bezerra da Silva – Jorge Garcia)
Saxofone por que tu choras? (Ratinho)
Brasileirinho (Waldir Azevedo)
12
Forró e paixão (Carlinhos axé e Gonzaguinha do Baião)
Tenho sede (Anastácia – Dominguinhos)
Fumacê (Rossini Pinto – Solange Corrêa )
O vira (João Ricardo – Luli)
Pense n’eu (Gonzaguinha)
13
Sete meninas (Toinho – Dominguinhos)
Sebastiana (Rosil Cavalcanti)
Nilopolitano (Dominguinhos – Sivuca)

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