A sanfona de oito baixos na música instrumental brasileira
Posted on: 23 de julho de 2009 /
Estava navegando na rede e achei esse texto de um frequentador do blog, da época em que ainda não tínhamos sido expulsos pelo blogspot.
Sendo assim segue uns trechinhos, para os interessados, vale a pena ler o texto na íntegra.
Valeu Léo, belo trabalho!
A sanfona de oito baixos na música instrumental brasileira
Por Leonardo Rugero Peres (Leo Rugero)
“A sanfona brasileira
A sanfona de 8 baixos, desde que desembarcou no Brasil, passou por grandes transformações, adquirindo ao longo do tempo, características próprias de afinação e técnicas peculiares de interpretação. Desenvolve-se em um repertório tipicamente brasileiro, ganhando estilos e recursos novos, sobretudo na região sul, que lhe acolheu; nas regiões sudeste e centro-oeste, por onde se espalhou, e no nordeste, onde adquiriu características peculiares de afinação e interpretação.
Assim como no Sul, o pequeno acordeon de 8 baixos, que nesta região atende pelo nome de Sanfona de 8 baixos ou fole de 8 baixos, (embora outras denominações possam ocorrer), também surge de forma freqüente na literatura oral, sobretudo em letras de música, e será um dos instrumentos mais característicos da música nordestina tradicional.”
“A sanfona nordestina apresenta um estilo que lhe é peculiar, do qual poderíamos apontar algumas características.
A mão direita tem um papel preponderante na execução de melodias ágeis, lembrando, por vezes, a técnica de instrumentos de sopro, e se distinguindo em muito do estilo sulista, onde as mãos direita e esquerda formam um todo intrínseco. Dificilmente os baixos da mão esquerda são menos utilizados como acompanhamento marcado, ao contrário do estilo sulista, onde o baixo marcado da mão esquerda é quase imprescindível.
O uso do fole é mais contido, contrastando com o estilo sulista, onde os sons são tocados, de modo geral, com o fole mais aberto.
Também podemos notar o uso de harmonias e melodias intrincadas devido à particularidade da afinação transportada, que veremos mais adiante.”
“A sanfona de 8 baixos em disco
Com o seu grande sucesso, entre o final dos anos 40 e início dos anos 50, Luiz Gonzaga pôde abrir caminho para muitos músicos nordestinos de talento. Entre eles, os sanfoneiros de 8 baixos, modalidade que sempre incentivou. A começar por sua própria formação musical estar associada ao instrumento, sendo seu pai, Januário, seu irmão mais velho, Severino Januário, e sua irmã caçula, Chiquinha Gonzaga, ilustres representantes da arte do fole de 8 baixos.” (Fonte)