Luiz Wanderley

luiz-wanderley-foto

recorte-de-jornal-luiz-wanderley

*Imagens enviadas pelo Azaury Ferreira.

Nordestinos do Ritmo – De coração

nordestinos-do-ritmo_de-coraaao_frente

Colaboração do Lourenço Molla, de João Pessoa – PB.

nordestinos-do-ritmo_de-coraaao_selo-anordestinos-do-ritmo_de-coraaao_selo-b

Esse é um dos primeiros álbuns da banda, alguém saberia nos dizer a data de lançamento?

nordestinos-do-ritmo_de-coraaao_verso

Direção de produção de Aluizio Silva, direção de estúdio, arranjos, regências e sanfonas de Genário, zabumba de Durval, destaque para “Sou eu sim” de Renato Regis, Aluizio Silva e Lucena; e para o xote “É mole ou quer mais” de Renato Regis e Aluizio Silva.

Nordestinos do Ritmo – De coração
Acorde

01 Sou eu sim (Renato Regis – Aluizio Silva – Lucena)
02 Venha ser minha paixão (Klaiyton – Luiz Wanderlei – Aluizio Silva)
03 É mole ou quer mais (Renato Regis – Aluizio Silva)
04 Deitar e rolar (Paulo Sérgio – Duquinha)
05 Sabor de paixão (Zinho – Carlos Mendes)
06 Forró do arranca rabo (Zinho – Duquinha)
07 De coração (Renato Regis – Geraldo Silva)
08 É demais (Pinto do Acordeon)
09 Vamos nós (Carlos Mendes – Zinho – Renato Regis)
10 Tudo acabado (Marcus Pitter – Rui Correa – Del Rosso)

Para baixar esse disco, clique aqui.

Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.

CD+DVD ‘Festival Rootstock 2009’

coletacnea-festival-rootstock-2009-capa

Essa é uma pequena amostra de como está o documentário sobre a edição 2009 do Festival Rootstock.

O CD ‘Festival Rootstock 2009’, que esse ano vem com a novidade de vir acompanhado por um DVD com o registro dos shows e um breve documentário sobre os artistas e o evento.

post image

Camarão – Forró no palhoção

camarao-1976-forra-no-palhoaao-capa

Colaboração do Tiziu

camarao-1976-forra-no-palhoaao-selo-acamarao-1976-forra-no-palhoaao-selo-b

O disco é quase todo instrumental, com excessão da faixa “Forró no palhoção” Zuza, José Silva e Murilo José; “Vou tomar cuidado” de José Silva e Cabo França; e “Canto da siriema” de José Sales e José Silva.

Alguém saberia quem está cantando? Por dedução, eu diria que o cantor é José Silva.

camarao-1976-forra-no-palhoaao-verso

Direção artística de Pedro Sertanejo, um trabalho irretocável do sanfoneiro Camarão, com belos instrumentais e algumas músicas cantadas muito interessantes também.

Camarão – Forró no palhoção
1976 – Tropicana

01. Forró do Ivan (Camarão – Adolfo D’amodinha)
02. Não atrapalha (Camarão – Juarez Santiago)
03. Forró no palhoção (Zuza – José Silva – Murilo José)
04. Cala boca Paulina (Camarão – Alonso D’amodinha)
05. Forrozinho moderno (Camarão – Compadre Solon)
06. Quadrilha bossa nova (Camarão – João Bosco)
07. Diferente (Camarão – Ulisses Silva)
08. Manhoso (Camarão – Juarez Santiago)
09. Relembrando cacho de coco (Camarão – Adolfo D’amodinha)
10. Briga de galo (Camarão – Oswaldinho)
11. Vou tomar cuidado (José Silva – Cabo França)
12. Canto da siriema (José Sales – José Silva)

Para baixar esse disco, clique aqui.

Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.

Adolfinho – Adolfo e Sua 8 Baixos

adolfo-e-sua-8-baixos-frente

Colaboração do sergipano Everaldo Santana.

adolfo-e-sua-8-baixos-selo-aadolfo-e-sua-8-baixos-selo-b

Esse é mais um re-lançamento do disco de 1961, lançado em 1983.

adolfo-e-sua-8-baixos-verso

Mais um belo disco instrumental do Adolfinho, para os apreciadores do isntrumento, uma verdadeira aula de ritmos e técnica.

Adolfinho – Adolfo e Sua 8 Baixos
1975 – Chantecler

01 – Forró de Juazeiro (Leonel Cruz – Geraldo Maia)
02 – Candango no frevo (Leonel Cruz – Ataide Pereira)
03 – Saudade da Paraíba (Adolfo Pereira – Leonel Cruz)
04 – Unha de gato (Adolfo Pereira – Coronel Narcizinho)
05 – Cochichando (Adolfo Pereira – Sebastião Caboudet)
06 – Forró do seu Vicente (Adolfo Pereira – Aguiar Filho)
07 – São João na fazenda (Silveira Junior – Ary Monteiro)
08 – Forró no pé da serra (Silveira Junior – Ary Monteiro)
09 – Bila no xotes (Adolfo Pereira – Geraldo Gomes)
10 – Rancheira do Paraná (Aguiar Filho)
11 – Lagoa sêca (Julião – Adolfo Pereira)
12 – Baião do Coronel (Orlando Vila – Adão Ferreira)

Para baixar esse disco, clique aqui.

Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.

Patativa do Assaré e Fagner

patativa-e-fagner

*Foto enviada pelo Jairo Melo, de Vicência – PE

post image

Quininho – Dê uma chance ao meu prazer

quininho-da-uma-chance-ao-meu-prazer-capa

Colaboração do Maicon Fuzuê, do Trio Araçá.

quininho-da-uma-chance-ao-meu-prazer-selo-aquininho-da-uma-chance-ao-meu-prazer-selo-b

“Joaquim Santos de Almeida, ou melhor, ‘Quininho de Valente’ é um desses artistas autodidatas da MPB. Nasceu em Valente, interior da Bahia, em 1950.

O nome artístico ‘Quininho de Valente’ é uma homenagem a sua cidade natal, denominação usada pelo Lindu do Trio Nordestino que lhe homenageou na música “Na Emenda”, gravada em 1980.

Fã incondicional do Trio Nordestino e colecionador de sua obra Quininho foi convidado a acompanhar o referido grupo por todo o Brasil no período junino, por 10 anos, de 1981 a 1990, fazendo forró juntamente com Genaro, Cobrinha e Coroné, substituindo o famoso Lindu.” (Trechos do release)

quininho-da-uma-chance-ao-meu-prazer-verso

Produção geral, arranjos, programação e mixagem de Marcos Farias, a curiosidade fica pela participação do Trio Nordestino, apadrinhando o disco e o artista, com sanfonas de Genário, zabumba de Coroné e triângulo de Cobrinha, esse é o primeiro disco solo do Quininho, quando ainda não usava o nome de sua cidade natal como sobrenome.

Quininho – Dê uma chance ao meu prazer
1991 – In Line Digital

01 Me encontrei no seu amor (Quininho)
02 Piada do dia (Antonio Barros)
03 Preso por teu encanto (Quininho)
04 Desejo (Quininho)
05 Um xameguinho não tem preço (Quininho)
06 Fique com meu cheiro (Quininho)
07 Dê uma chance ao meu prazer (Quininho)
08 Minha história (Cecéu)
09 Amor que vira mania (Quininho)
10 Lambadeira (Quininho)
11 Na espera da noite (Quininho)
12 Felicidade não se acaba (Quininho)

Para baixar esse disco, clique aqui.

Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.

Hermeto Pascoal e a sanfona de 8 baixos

hermeto

*texto escrito pelo Léo Rugero.

Hermeto Pascoal nasceu em 22 de junho de 1936, no município de Lagoa da Canoa, que na época ainda era um distrito de Arapiraca, no estado de Alagoas. Filho de Pascoal José da Costa (Seu Pascoal) e Vergelina Eulália de Oliveira (Dona Divina).

Sobre a sua infância, o próprio Hermeto relata histórias muito curiosas. Suas lembranças denotam um menino que trazia consigo um dom especial, uma aguda sensibilidade para os sons. Assim, desde ferros, penicos, sons dos animais, das águas, o vento, as trovoadas, pessoas falando ao longe… para Hermeto, desde o início tudo era som. “Quando eu tinha sete para oito anos, meu avô (…) era ferreiro. Meu avô jogava fora os pedaços de ferro que sobravam. Eu pegava e escondia na dispensa da minha casa. Escondia para fazer som.”

Ou ainda, descrevendo outra faceta de seu avô: “Ele também consertava penicos. Quando ele consertava os penicos, eu batia para ver o som.”

Seu primeiro instrumento foi possivelmente uma flauta de mamona que ele mesmo construiu. Com a mesma curiosidade, tem a sua primeira instrução musical participando do folclore local, como os Reisados . Conta o próprio Hermeto, que auxiliava na confecção de fantasias.

Devido ao fato de ser Albino, era poupado do trabalho árduo de uma família de camponeses, no sol escaldante do agreste. Então, foi nos momentos de refúgio, aos meio-dias, à sombra das copas das árvores, ou na quietude do lar, que foi desenvolvendo sua musicalidade incomum.

A sanfona de 8 baixos foi uma herança que Hermeto, bem como seu irmão mais velho, José Neto, receberam do pai, Seu Pascoal. Quando ele se ausentava de casa, os dois meninos costumavam pegar escondida a sanfona que ficava guardada debaixo da cama no quarto de seus pais. Hermeto conta que, certa vez, seu pai chegou a casa e ouviu o som da Sanfona. Perguntou à esposa, Dona Divina, se o seu irmão que estava tocando. Ela, no entanto, respondeu que eram os meninos. Quem diria aqueles dois meninotes já estavam tocando mais que o velho Pascoal, afamado sanfoneiro das redondezas. Com isso, Hermeto, junto ao irmão Zé Neto, ganhou seu primeiro instrumento musical, uma Sanfona de 8 baixos.

Fora a música folclórica e os sons do ambiente em que vivia aliado à curiosidade de Hermeto em tirar som de todos os objetos possíveis, eis que surge uma nova influência muito marcante em sua formação musical: a música de Luiz Gonzaga, “O rei do baião”. Ao que parece, Gonzaga foi de influência avassaladora no Nordeste dos anos 40, não só do ponto-de-vista musical, bem como em relação à estima dos jovens prodigiosos do sertão, distante das rádios, que na época, eram o veículo obrigatório aos músicos que desejassem se profissionalizar. No entanto, o rádio nem mesmo havia chegado à Lagoa da Canoa.

“Na nossa época, o ídolo nosso era o Luiz Gonzaga. (…) os sanfoneiros (…) aprendiam as músicas (…) na cidade grande, em Arapiraca, em Maceió, e eles aprendiam um pedaço de cada música. Ninguém sabia uma música inteira, porque ninguém tinha vitrola. (…) Gramofone na feira, o cara levava um (…) e cobrava para rodar um disco de Luiz Gonzaga. Então, não dava tempo nem de decorar uma música toda.”

E aos poucos, o jovem Hermeto e seu irmão Zé Neto, são requisitados para tocar nos bailes populares (festas de pé-de-pau), casamentos, batizados, feiras, circuito obrigatório, escola dos tradicionais sanfoneiros nordestinos. “A festa de pé-de-pau é aquela festa feita ao ar livre que nós chamamos agora de pé-de-serra. (…) eles enfeitavam as árvores, mas na hora do baile mesmo, aí era pra dentro de uma casa.”

No repertório, canções folclóricas e músicas de Luiz Gonzaga, onde os dois meninos, Hermeto e Zé Neto, se revezavam entre a sanfona e o pandeiro. Animando estas festas, começava a carreira do gênio musical que anos mais tarde deixaria sua forte impressão digital registrada na música brasileira.

Mas Hermeto, que era conhecido na vizinhança por “Sinhô”, começava a chamar a atenção pela maneira peculiar como manejava a sua Sanfona de 8 baixos. E alguns comentavam com o seu Pascoal, pai de Hermeto: – ‘Seu Pascoal, não sei, sabe, o “Sinhô” é doido. (…) Ele ta tocando uma música, tá tão bonita, de repente ele faz um negócio lá que agente não entende. O Zé Neto toca mais simples…’
A marca indelével de sua singularidade musical já começava a dar os seus primeiros sinais.

Desta época, Hermeto descreve um episódio no mínimo curioso. O menino Hermeto, com seus oito para nove anos, estava tocando sua sanfoninha de oito baixos na rua, e passou um homem, um desconhecido, que lhe pediu para tocar uma determinada música. Hermeto então respondeu: – Eu não sei não, seu moço. Não conheço essa música não! O moço então lhe disse: – Olha menino, eu só vou dar uma rodada. Quando eu voltar, se você não tocar a música, eu vou cortar o seu fole no meio. Hermeto, que como ele mesmo assume, “era um menino atrevido”, desafiou o desconhecido, dizendo: – Corta meu fole ao meio, corta que eu quero ver! Foi que o homem pegou a peixeira e atravessou o fole ao meio, deixando Hermeto com uma parte da sanfona em cada mão. Mais tarde, Seu Pascoal vendeu mais uma vaca para comprar uma sanfona com uma quantidade maior de baixos, por sugestão de um vizinho. Então, Zé Neto fez a longa travessia de Lagoa da Canoa à Maceió, para buscar a sanfona. Uma sanfona preta de 32 baixos. Com um mês já estávamos arrasando, tocando tudo que tinham direito, conta Hermeto.

De Lagoa da Canoa para o mundo

Mais tarde, já um adolescente, Hermeto muda-se para Recife, em Pernambuco, onde através do acordeonista Sivuca, ele e o irmão Zé Neto são contratados pela Rádio Tamandaré. No entanto, naquela altura, em 1955, Sivuca estava prestes a ir para o Rio de Janeiro tocar na Rádio Tupi, fazendo com o trio de albinos “O mudo pegando fogo” que seria formado por Hermeto, Zé Neto e Sivuca deixasse logo de existir. Deste modo, sendo Hermeto também um bom pandeirista, passou a ser sempre escalado para esta função na rádio, embora sempre tivesse esperanças de tocar a sanfona. Neste momento, Hermeto conhece Jackson do Pandeiro, que lhe dá um bom conselho: – ‘não toque pandeiro porque você nunca vai ser um pandeirista, e tem tudo para ser um grande sanfoneiro. Não fale nada, mas bote pé firme e não toque pandeiro.’ Em seguida, convocaram novamente para que Hermeto se apresentasse como o Sivuquinha do Pandeiro, ao que ele recusa com veemência. Resultado: 15 dias de suspensão para Hermeto e seu irmão, Zé Neto. Depois, Hermeto é transferido para uma sucursal em Caruaru e Zé Neto para Garanhuns.

Em Caruaru, Hermeto passa a dedicar-se quase exclusivamente ao acordeon, objetivando melhores trabalhos. No ano seguinte, eis que surge Sivuca em Caruaru, e foi tocar na rádio em que Hermeto trabalhava. No momento em que regia um conjunto numa apresentação, o acordeonista lhe desperta a curiosidade. Pergunta quem é o albino e lhe dizem que era um refugo da rádio da capital. Sivuca, que já era um músico respeitado e influente no Nordeste, promoveu um aumento de salário para Hermeto, convencendo os diretores da rádio que caso não aumentassem o ordenado do sanfoneiro albino, perderiam um ótimo músico. Dito e feito, batido o martelo, com o novo ordenado Hermeto pagou algumas dívidas e comprou um acordeon de boa qualidade.

Com este instrumento, participaria do disco “Batucando” com o Regional de Pernambuco do Pandeiro, em 1958, já no Rio de Janeiro. Logo em seguida, torna-se pianista da noite, acompanhando músicos como Fafá Lemos e através deste instrumento começa a consolidar a sua carreira.

Nos anos 70, Hermeto se consagra como um ícone da musica instrumental brasileira, combinando de forma singular a tradição de estilos musicais como o forró, o choro e a bossa-nova com improvisação jazzística e ousado experimentalismo, num rico caldeirão onde há espaço para todos os sons que povoam o rico universo de sua existência.

Sanfona de 8 baixos

Somente no final da década de 90, em seu álbum “Eu e eles”, que Hermeto gravaria seu primeiro solo de sanfona de 8 baixos, com a gravação de “Vai um chimarrão, tchê?”, bela homenagem ao gaiteiro gaúcho Renato Borguetti. A sanfona então ressurge no trabalho de Hermeto, tanto em gravações como nas apresentações ao vivo. No álbum, “Rapadura e chimarrão” gravado ao lado da esposa, a cantora Aline Morena, Hermeto repete a dose, só que de maneira mais generosa, e registra diversas músicas com a sanfona.

Baile Sanfonado, é um estudo de independência rítmica entre as duas mãos. Enquanto a mão esquerda executa um baixo obstinado, a mão direita desliza livremente sobre os botões. Garrote é uma composição originalmente gravada no disco ‘Festa dos Deuses’, e nesta adaptação de Hermeto, ganha vivacidade em andamento, rápida como um raio, escrita no compasso de sete tempos, incomum na prática musical brasileira. Em Baile de candieiro, Hermeto visita o ritmo ternário da rancheira de Albino Manique e Sérgio Napp, ao estilo da gaita-ponto gaúcha, transgredindo fronteiras territoriais.

Nas suas apresentações ao vivo, Hermeto tem se utilizado deste repertório notável, além de peças ainda não registradas em estúdio como ‘Forrozão dos 8 baixos’, um autêntico forró instrumental, com frases construídas em grupos de semicolcheias, que não difere em clima e agilidade dos forrós clássicos de mestres da sanfona de 8 baixos como Gerson Filho, Abdias e Zé Calixto.

Embora ainda seja uma obra pequena que tenha sido registrada, já deixa provas da contribuição do “bruxo” à Sanfona de 8 baixos no cenário internacional, apresentando variados recursos expressivos, e conciliando a tradição musical nordestina do fole de 8 baixos com a idiossincrática inventividade que sempre caracterizou o trabalho de Hermeto Pascoal.

1 2 3 4 5 6 8