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Dominguinhos – Domingo Menino Dominguinhos

Colaboração do Cacai Nunes, do Blog Acervo Orígens

“Um dia desses eu mostrei esse disco prum grande colega e sanfoneiro americano, o Robert Curto que toca música brasileira como poucos e na mesma hora ele disse: “Caralho, o que o Dominguinhos estava ouvindo nessa época pra gravar este disco ? Será que ele ouvia Charlie Parker, John Coltrane ?

Eu também me pergunto a mesma coisa. Até já encontrei com o próprio Dominguinhos ( Vcs podem ver pelo autógrafo na capa ), mas não tirei essa dúvida com ele.

Primeiramente a banda que o acompanha neste disco é da pesada: Wagner Tiso no piano, Toninho Horta nas guitarras, Jackson do Pandeiro na percussão, Altamiro Carrilho na flauta (não tem na ficha técnica, mas o Dominguinhos que me disse), Gilberto Gil no violão e outros músicos completam essa “gig” jazzística.

O repertório é de primeira também. Dominguinhos e sua parceira Anastácia assinam grande parte da autoria das músicas do disco. Quero um Xamego. O Babulina (um samba-rock de sanfona), Destino Traquino, De Mala e Cuia, Tenho Sede (maravilhosa !!!), Forró do Sertão, Veja, Cheguei pra ficar e Canto de Acauã são da dupla. Algumas são lentinhas e tem uma cadência que emociona com Dominguinhos brincando com sua sanfona nos intervalos dos versos. Tem um samba muito bonito da Anastácia chamado Minha Ilusão, em que Altamiro Carrilho coloca sua flauta numa introdução belíssima e Dominguinhos canta com uma leveza e facilidade incríveis. O mesmo Altamiro Carrilho é autor de Gracioso, um choro invocado e com um groove anos 70. A última faixa do disco é Baião Violado, do Dominguinhos, que pra mim é a melhor. Wagner Tiso arrebenta num solo e Dominguinhos com seus contrapontos incríveis mostra seu lado improvisador.

Dominguinhos é um músico completo. Em 1949 / 1950 conheceu Luiz Gonzaga que na mesma hora lhe deu 300 mil réis e seu endereço no Rio de Janeiro. Foi bater na porta do Mestre Lua em 1954 aos 13 anos no Rio de Janeiro. Na mesma hora o Mestre Lua lhe deu uma sanfona de 80 baixos. No RJ foi servente de pedreiro, tintureiro e tocava nos fins de semana com seu pai e irmãos nas festas.

Passou muitos anos da sua vida tocando em boates e cabarés no Rio de Janeiro. Nos cabarés ele tocava de tudo: Jazz, Bolero, Samba-Canção, Bossa Nova, choros e claro alguns forrós. E ainda por cima, substituía nada mais nada menos que Orlando Silveira no regional do Canhoto e Chiquinho do Acordeon na Rádio Nacional, Rádio Tupi, Rádio Mayrink Veiga. Nas rádios acompanhava Caubi Peixoto, Nelson Gonçalves, Ciro Monteiro, Dalva de Oliveira e qualquer um que aparecia.
Não queria gravar discos, até que em 1964, Pedro Sertanejo (pai de Oswaldinho do Acordeon) o levou pra gravar na sua gravadora, a Cantagalo, sediada em São Paulo. Foi lá e gravou Fim de Festa. O primeiro de uma série de discos consagrados desse grande compositor e versátil instrumentista da Música Brasileira.
Ouçam este disco e aproveitem o melhor da música brasileira.
Bom proveito !!!”

Dominguinhos – Domingo Menino Dominguinhos
1976 – Philips

01 – Quero um xamego (Anastácia – Dominguinhos)
02 – O babulina (Anastácia – Dominguinhos)
03 – Destino traquino (Anastácia – Dominguinhos)
04 – De mala e cuia (Anastácia – Dominguinhos)
05 – Minha ilusão (Anastácia)
06 – Gracioso (Altamiro Carrilho)
07 – Tenho sede (Anastácia – Dominguinhos)
08 – Forró do sertão (Anastácia – Dominguinhos)
09 – Veja (Anastácia – Dominguinhos)
10 – Cheguei pra ficar (Anastácia – Dominguinhos)
11 – O canto de acauã (Anastácia – Dominguinhos)
12 – Baião Violado (Dominguinhos)

Para baixar esse disco, clique aqui.

Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.

Justiça do Canadá derruba direitos por download musical

Por Reuters, reuters.com, Atualizado: 12/07/2012 19:25
Por Alastair Sharp e Euan Rocha

TORONTO, Canadá, 12 Jul (Reuters) – Num golpe para os artistas, e para benefício das empresas de telecomunicações, a Suprema Corte do Canadá decidiu nesta quinta-feira que compositores e editoras musicais não têm direito a receber pelos direitos de execução de canções baixadas na Internet.

O tribunal decidiu também que as amostras de músicas em lojas on-line, como o iTunes, da Apple, não infringem as leis de direitos autorais e não resultam no pagamento de taxas. Já a música tocada em streaming continua tendo de pagar.

As decisões são “definitivamente boas para os provedores de serviços de Internet e ruins para compositores e detentores de direitos autorais”, disse David Donahue, especialista em direitos autorais no escritório de advocacia Fross Zelnick Lehrman & Zissu, de Nova York, que não estava envolvido no processo.

A distinção feita pela corte entre o download e a música em streaming é semelhante à diferença entre comprar um CD, em que há pagamento de direitos à gravadora, e ouvir a música no rádio, situação na qual a emissora geralmente paga ao artista via editora musical ou uma entidade arrecadadora.

David Leichtman, advogado que representou compositores dos Estados Unidos em um processo anterior contra empresas norte-americanas de telefonia celular, por causa do uso de músicas como toques de chamada, disse que decisões desse tipo “significam menos renda para compositores, e a decorrente possibilidade de que os compositores tenham menos incentivo para escrever músicas”.