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Banda de Pífanos de Caruaru – Zabumba Caruaru Vol. II

Colaboração do Cacai Nunes, do Blog Acervo Orígens

“selecionei o segundo disco lançado pela Banda de Pífanos de Caruaru. Aqui no blog já tem um disco dessa banda (gravado em 1979, depois que a Banda já tinha alcançado grande sucesso), e lá tem um pequeno texto sobre a banda e sua história.
Esse disco que disponibilizo agora é mais antigo, gravado em 1973. Vejam que o grupo ainda não utilizava o nome ‘Banda de Pífanos de Caruarú’, e sim ‘Zabumba Caruaru’. Esse disco traz a essência das bandinhas de pífano nordestinas, com a instrumentação convencional (zabumba, caixa, surdo e pífanos), tocados do modo típico.

A maioria das músicas é de autoria de Sebastião Biano, um dos tocadores de pífano. O repertório passeia por vários ritmos, desde o baião, é claro, passando por frevo (que é linda, por sinal, a música Frevo no Mato), marcha e até valsa. Há músicas cantadas, mas boa parte é instrumental. A percussão é genial, fazendo levadas criativas e com pressão; as flautas, virtuosísticas e extremamente precisas. Não é à toa que artistas consagrados da MPB piravam quando ouviam essa bandinha.

O valor desse disco que posto aqui é ainda maior quando consideramos um fato, triste, porém verdadeiro, que diz respeito à carreira dessa admirável bandinha. Depois do sucesso, até por necessidades financeiras, a Banda de Pífanos de Caruaru perdeu algumas de suas características originais. O pesquisador Carlos Eduardo Pedrasse, da UNICAMP, afirma que um dos discos mais recentes, ‘Tudo isso é São João’ , de 1999, tem apenas uma música de autoria da banda. A morte, por infarto, de Benedito Clarindo, um dos integrantes mais antigos da banda, em 1999, contribuiu também para que o conjunto perdesse muito de suas características melódicas e harmônicas. Segundo ele, a série de transformações incluiu instrumentos eletrônicos nas gravações, mas não procurando uma simbiose com o estilo dos pífanos, e sim para dar a impressão de salão de forró.

Pedrasse escreveu uma dissertação de mestrado sobre a Banda de Pífanos de Caruaru. Ele traz informações interessantes, como a origem do nome pífano, que é alemã: ‘pfeiffe’, ‘silffler’ ou ‘pfefer’, que significa assovio ou sopro. Uma pena que não consegui um link para acessar a dissertação dele. Mas tem outra dissertação de mestrado sobre a Banda de Pífanos de Caruaru, denominada ‘Significações Sociais, Culturais e Simbólicas na Trajetória da Banda de Pífanos de Caruaru e a Problemática Histórica do Estudo da Cultura de tradição Oral no Brasil’, de Cristina Eira Velha. Esses textos acadêmicos são legais porque passam por um rigoroso controle de fontes, além de serem fruto de muitos anos de pesquisa. Então, a informação que eles trazem é de grande valor.

Aproveitem!”

Banda de Pífanos de Caruaru – Zabumba Caruaru Vol. II
1973 – CBS

01. Cavalinho Cavalão (Onildo Almeida)
02. Zefinha das Camoranas (Onildo Almeida)
03. Bem-te-vi (Onildo Almeida)
04. Alvorada (Sebastião Biano / Benedito Biano)
05. Balança Meu Bem (Sebastião Biano)
06. Frevo no Mato (Sebastião Biano)
07. Mulher Dengosa (Sebastião Biano)
08. Bendito Padre Cícero (Sebastião Biano)
09. Repicar no Pífano (Sebastião Biano)
10. Vaidade (Sebastião Biano)
11. A Furtada (Sebastião Biano)
12. Despedida De Novena (Sebastião Biano / João Biano)

Para baixar esse disco, clique aqui.

Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.