Luiz Gonzaga – 78 RPM
O prestígio da música brasileira regional consolida-se em todo o mundo, podendo ser considerada como um dos símbolos de nossa gente, seus hábitos, seus fazeres, haveres e falares.
O disco de 78 rpm que apresentamos esse domingo é um clássico de Luiz Gonzaga. Mas não adianta apresentar a músicas sem apresentarmos seus dados historiográficos de fôlego que possam mapear, sistematizar, discutir e a ler para obtermos, uma reflexão crítica e teórica do que significa esse trabalho.
Em 1949 Gonzaga era o principal astro da música popular brasileira e lançou uma série de sucessos de sua parceria com Humberto Teixeira e no mesmo ano lançou as primeiras parcerias com Zé Dantas, que se tornaram sucesso rapidamente.
Segundo dados que obtive em algumas pesquisas Humberto Teixeira e Zé Dantas nunca foram muito amigos. Gonzaga era o único elo entre eles, Teixeira, que apareceu primeiro, era advogado. Dantas, mais moço cinco anos, era médico. Teixeira tinha uma ambição: universalizar a música nordestina, o que tentou fazer através da lei que levou o seu nome. Dantas preferia cantar as coisas do agreste. Foi o próprio Luiz Gonzaga quem melhor estabeleceu as diferenças entre os dois: “Humberto era mais mesclado com a cidade, com o asfalto. E Zé Dantas veio do sertão bravo. Eu costumava dizer que podia sentir o cheiro de bode na pessoa dele.”
Em 1950 o “Mestre Lua”, como era conhecido Luiz Gonzaga, recebe dos paulistas o título de “REI DO BAIÃO” que o consagra até nossos dias. E nesse mesmo ano lançou o 78 RPM com seus maiores parceiros aqui citados: de Zé Dantas o xote “Cintura fina e com Humberto Teixeira a toada ”Assum preto”.
Bom, agora que sabemos um pouquinho mais sobre a história de Luiz Gonzaga vamos nos deliciar com seu maravilhoso trabalho. (Texto e disco enviados por DJ RICK)
Luiz Gonzaga – 78 RPM
1950 – RCA Victor
Lado A – Assum Preto (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
Lado B – Cintura Fina (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
Para baixar esse disco, clique aqui.
Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.
Dois clássicos incontestáveis do tempo em que tudo que o Gonzagão gravava emplacava. 1950 é considerado inclusive o ano de ouro do Rei do Baião.
Tem mais: o disco foi gravado a 26 de maio de 1950, com lançamento em agosto do mesmo ano. Datam também desse ano “Chofer de praça” (Evaldo Rui-Fernando Lobo), “No Ceará não tem disso não” (Guio de Moraes), “Xanduzinha” (Gonzagão-Humberto Teixeira), “A volta da asa branca” (Gonzagão-Zé Dantas), “Qui nem jiló” (Gonzagão-Humberto Teixeira, na verdade lançada no ano anterior por Marlene e Os Cariocas, assim como “Macapá”, da mesma parceria), “Boiadeiro” (Klécius Caldas-Armando Cavalcanti, prefixo pessoal de Luiz Gonzaga em apresentações públicas), “Adeus, Rio de Janeiro” e “Rei Bantu”, ambas da parceria do Rei do Baião com Zé Dantas. Também em 1950, Emilinha Borba lançou outros dois clássicos de Gonzagão e Humberto Teixeira: “Baião de dois” e “Paraíba”. Como se vê, os astros reservavam um 1950 maravilhoso para Luiz Gonzaga!
Adoro esse site. sou fã incondicional do Rei do Baião.