CD – Xico Bizerra – Forroboxote 09

Colaboração do Xico Bizerra

“Candeeiros e Neons são cúmplices da luz, cada qual ao seu modo. Se um reluz menos, compensa seu menos-brilhar com o sentimento da saudade, da lembrança, do romantismo. Se mais o outro brilha, sua luz se confunde com clarões outros, tão intensos e modernos quanto a dele, difundindo-se. Mas, ao final, cumprem a mesma função de desescurecer o que claro deve estar, num terreiro do sertão ou num asfalto da metrópole.

A luz deles emanava e emana, antes e agora. O tradicional evolucionou para o moderno, com deslocamentos graduais e harmônicos, sem perder sua característica principal e sem desvirtuar o objetivo essencial do iluminar. Apenas evoluiu, transformou-se acompanhando seu tempo, modernizando-se, mas mantendo o elemento físico contra o qual se dirigem suas operações: A LUZ. O raio do novo, a luminosidade do luzente, a claridade de um sol recente depois da espessa e densa neblina da escuridão.

O Candeeiro é SIMPLES e TRADICIONAL. O Neon é MODERNO, é SOFISTICADO. Buscamos, em quase 200 horas de estúdio e com o apoio de 58 pessoas diretamente envolvidas no processo – intérpretes, compositores, músicos, técnicos, arranjadores, produtores, designer gráfico, tornar confluentes esses conceitos antagônicos, promovendo a convergência do tradicional, representado pelos ritmos nossos, com o moderno, vestindo-os com um figurino atualizado. As canções, simples e sem maiores complexidades melódico-harmônicas, plenamente entendível para qualquer ouvido, se revestem de sofisticação – sem a presunção que o termo sugere, mas consciente do cuidado na elaboração dos arranjos e nas escolhas que fizemos para a consecução de cada uma delas.

Não sei se é um disco de forró, embora alguns deles aqui estejam. Talvez melhor classificá-lo como um disco de música regional, ou, simplesmente de um disco. Só. De um disco que não envergonharia àquele a quem dedico o trabalho: TOINHO ALVES, pela competência, pelo talento e por tudo que representou para a nossa Música, além de reunir em sua obra todos os conceitos que dão sustentação a esse trabalho. Ele também era tradicional e moderno, simples e sofisticado. Por isso era tão bom, por não se render à acomodação da mesmice, ao pé fincado apenas no ontem, sem o coração no hoje, sem a alma no amanhã, sem a crença no sempre.

Aí está o CANDEIROS e NEONS. Devem ser acendidos sem preconceitos. E que a luz que deles advir resulte no despertar da importância da arte na consolidação de nossa Nordestinidade. Ontem, hoje e sempre.

XICO BIZERRA, numa noite de um quase Outubro do ano 10, vendo uma estrela passear sobre o mar do Recife, refletindo na alma de quem vê sua LUZ o desejo de que os homens sejam do bem, de que o mundo seja melhor, de que os dias sejam de paz. E será.”

Textos retirados do sítio oficial de Xico Bizerra, para mais informações, acesse: http://www.forroboxote.com.br

Xico Bizerra – Forroboxote 09
2011

01. Cores da alegria (Xico Bizerra – Maria da Paz) Irah Caldeira
02. Pano do dia um (Xico Bizerra – Maciel Melo – Zeh Rocha) Maciel Melo
03. Estrada longa (Xico Bizerra – Bráulio Medeiros) Cezzinha e Elba Ramalho
04. Santa Trindade (Xico Bizerra – André Macambira) André Rio
05. Eu e nós (Xico Bizerra – André Macambira) André Macambira
06. Hoje tem forró (Xico Bizerra – Fábio Passadisco) Silvério Pessoa
07. Ciço e Luzia – Uma opereta matuta (Xico Bizerra – Carlos Villela) Xangai e Bia Marinho
08. Festa das cores (Xico Bizerra – Maria da Paz) Cristina Amaral
09. Claridádiva (Xico Bizerra – Zeh Rocha) Geraldo Maia
10. Pise de mansinho (Xico Bizerra – Luiz Gonzaga) (Parc Póstuma) Santanna
11. Domingos (Xico Bizerra – Carlos Villela) Nena Queiroga
12. O romance do fole com a viola (Xico Bizerra) Zé Brown e Xico Bizerra
13. Noites do meu lembrar (Xico Bizerra – Carlos Villela) Carlos Villela
14. Baião das cores (Xico Bizerra – Carlos Villela) Flávio Leandro
15. O longe é perto (Xico Bizerra) Edilza Aires e Bárbara Aires
16. Olinda, Holanda (Xico Bizerra – Toinho Alves) Toinho Alves e o Quinteto Violado

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