Luiz Gonzaga – De fiá pavi
Embora esse disco marque a reaproximação de Luiz Gonzaga com o compositor João Silva, é justamente nele que o rei homenageia seu ex-parceiro, Humberto Teixeira, que havia falecido quase dez anos antes, em 1979. É na faixa “Doutor do baião” que Lua declara sua saudade e apreço pelo antigo e letrado parceiro, de inúmeras composições.
Humberto Teixeira, durante sua carreira, teve mais de 400 composições de sua autoria que foram gravadas pelos grandes expoentes da época. Ele conheceu e começou a trabalhar junto com Luiz Gonzaga em 1945, ou seja foram pelo menos 34 anos de uma parceria de muito sucesso.
Participação de Gonzaguinha na faixa “Mariana”, dele em parceria com seu pai, que pra quem não sabe, é uma música que foi feita para Mariana Aydar, que acabara de nascer. Produção de Oséas Lopes, arranjos e regências de Chiquinho do acordeon, que por sua vez também gravou sanfona juntamente com Dominguinhos. As músicas que se deestacaram mais nesse álbum foram “De fiá pavi”, “Nem se despediu de mim” e “Pobre do sanfoneiro”.
Luiz Gonzaga – De fiá pavi
1987 – RCA
#01. De fiá pavi (João Silva – Oseinha)
#02. Zé budega (Cecéu)
#03. Nem se despediu de mim (João Silva – Luiz Gonzaga)
#04. De olho no candeeiro (João Silva – Zé Mocó)
#05. Quero ver correr moleque (João Silva – Oseinha)
#06. Forró no interior (João Silva – Oseinha)
#07. Eu me enrabicho (João Silva – Pollyana)
#08. Doutor do baião (João Silva – Luiz Gonzaga)
#09. Forró do Zé Antão (Zé Dantas)
#10. Festa de Santo Antonio (Alcymar Monteiro – João Paulo Jr.)
#11. Mariana (Gonzaguinha – Gonzagão)
#12. Toca pai (João Silva – Luiz Gonzaga)
#13. Pobre sanfoneiro (João Silva – Luiz Gonzaga)
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“O homem que engarrafava nuvens”
Este é o meu top 6 dos seis melhores discos de Luiz Gonzaga o rei do Baião:
SEXTO LUGAR: Vou te Matar de Cheiro (1989)
QUINTO LUGAR: De Fiá Pavi (1987)
QUARTO LUGAR: Aquarela Nordestina (1988)
TERCEIRO LUGAR: Danado de Bom (1984)
SEGUNDO LUGAR: Forró de Cabo a Rabo (1986)
PRIMEIRO LUGAR: Sanfoneiro Macho (1985)
Medalha de Ouro para “Sanfoneiro Macho”, o disco que mais me agrada do Gonzagão.
Abraço pra todo mundo aí!
Gostei do Comentário do Igor,vou começar a pensar e ver meus discos preferidos do rei lua
Muitas pessoas acham que a bateria, a guitarra e o contra-baixo foram introduzidos no forró pelas bandas do chamado “forró eletrônico”. Contudo, como esse disco muito bem ilustra, esses instrumentos já estavam oficialmente presentes no forró tradicional nos anos 80. Tem gente que acha que forró pé-de-serra é composto só de sanfona, triângulo e zabumba, quando na verdade nunca foi assim, pois nos discos de forró dos anos 50 e 60, além dos três instrumentos clássicos, também se ouve violão caipira, gonguê, clarinete, flauta doce, trombone, enfim o forró sempre foi rico na instrumentação. Portanto, quando se falar em modernização do forró, o correto é começar pelo fim da década de 1970, quando a bateria e a guitarra começaram a adentrar no gênero. A única inovação que o forró eletrônico trouxe em termos de instrumentação foi ter retirado a zabumba e o triângulo e ter adicionado o teclado.
O que quer dizer a expressão “de fiá pavi”?
Esse LP faz parte da minha infância, numa fazenda. Raiz!
Muito obrigado!
Primeiro tecer todos os elogios do mundo a este site incrível.
Segundo, respondendo à pergunta do Marco: De fiá pavi, vem da expressão “De fio a pavio”, que significa do início ao fim. O fio seria o início e o pavio, o final do processo de transformar algodão bruto em fio utilizado para fiar redes, tangas e outros tecidos no nordeste. Processo conduzido pelas hábeis mãos das fiadeiras.
Alguém Sabe Me Dizer Quem Colocou O Som Da Sanfona Da Música “Doutor Do Baião” Se Primeiro É O Dominguinhos E Depôs O Chiquinho Do Acordeon Continua?
Há uma informação que eu gostaria que fosse corrigida: a música MARIANA foi feita para Mariana Martins Gonzaga do Nascimento, filha caçula de Gonzaguinha e neta do Gonzagão, nascida em 1984. Alguém aí acima perguntou o que significa a expressão “de fiá pavi”. O disco traz esse erro clamoroso porque no Nordeste se usa muito a expressão “de fio a pavio” que é uma versão mais educada daquela outra “de cabo a rabo”. Luiz Gonzaga foi avisado desse erro crasso pelo poeta Onildo Almeida e ficou uma fera. Desse disco aí, ficou eternizada apenas NEM SE DESPEDIU DE MIM. O restante passa despercebido no conteúdo da grande obra de Gonzagão. Eu, particularmente, acho a sonoridade desse disco horrorosa. A década de 80, doa ou não nos fãs do Rei do Baião, para mim foi de puro declínio artístico, mas comercialmente foi das melhores.
Lendo o livro “Luiz Gonzaga – Na Trincheira da Nordestinidade” , do escritor Amaro Poeta (Babecco – 2013), encontrei algumas imperfeições, ou desajustes, ou mesmo que tenha obtido informações equivocadas. Assim, na página 26, ele menciona que os autores da música “Dança Mariquinha”, quando publica que Luiz Gonzaga teria feito uma parceria com Saulo Augusto Oliveira. Pela nossas pesquisas a parceria é com Miguel Lima. Outro ítem que nos deixa confuso, é o publicado na página 39, ele afirma que com Zé Marcolino, Gonzaga teria gravado “Fazenda Cacimba Nova”, “Pássaro Carão”, “Marimbondo”, “Sala de Reboco”, “PÁSSARO FURA BARREIRA”, Matuto Aperriado”, “Sertão de Aço, e tantos outros. Não encontramos essa música destacada em nenhuma notícia sobre Luiz Gonzaga. Já na página 57, encontramos que Luiz Gonzaga teria gravado, em 1965, a música PIRIPIRI, de Albuquerque e João Silva. Não encontramos esta constatação em nenhum biógrafo de Luiz Gonzaga. O livro, como um todo, é muito bom de se ler, pois é interessante, informativo, lúdico, prazeroso, fácil de manusear, etc. Agradeceria se alguém pudesse nos ajudar.