Texto – Projetos independentes levam a música e a dança nordestina às ruas de capitais do sudeste
Com o pouco apoio cultural por parte do governo para esse segmento musical que é o forró pé de serra, ou por conta da falta desse apoio, espontaneamente, adeptos do forró tradicional, com ajuda das redes sociais, reúnem-se em espaços públicos de algumas cidades para dançar, cantar e celebrar o forró.
Em Belo Horizonte – MG, semanalmente, centenas de pessoas se encontram para dançar na rua, no bairro do Prado. O ‘Forró de Rua’ é uma atividade que surgiu da iniciativa de um amante do forró pé de serra e da necessidade de se facilitar o acesso ao forró para a população, assim como acontece no nordeste do País.
Em São Paulo – SP acontecem encontros de cunho semelhante, em parques da cidade, onde grupos encontram-se para dançar. É o caso do ‘Forró dos Amigos’ que acontece mensalmente em um parque na zona norte da cidade e reúne centenas de casais para dançar ao som do forró. E outra iniciativa também reúne esporadicamente dançarinos e apreciadores durante a tarde em um outro parque, esse na zona oeste da capital paulista.
No Rio de Janeiro – RJ, sabemos de iniciativas de ativistas culturais e músicos que proporcionaram, durante anos, uma grande reunião de forrozeiros em praça pública, com apresentações a vivo e discotecagem.
Em Brasília – DF, um encontro de forrozeiros acontece esporadicamente, por iniciativa de um amante do forró tradicional, colecionador, DJ e músico, que reúne os adeptos do ritmo no ‘Forró de Vitrola’ em suas edições “Pé de Passagem”, em uma das passagens para pedestres da capital federal, oferecendo acesso gratuito a quem quiser dançar.
Em Recife – PE, há registro de dois encontros de rua também muito interessantes e que acontecem há alguns anos, como a ‘Caminhada do Forró’, que acontece anualmente no bairro do Recife e o bloco carnavalesco que faz questão de exaltar o forró tradicional durante o carnaval, que acontece todo o domingo, que é a “Troça Carnavalesca Sanfona do Povo”. O bloco arrasta multidões ao som do forró e de marchinhas de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Marinês, entre outras.
É grande a importância desse tipo de evento, não só para as pessoas que já frequentam o forró, mas principalmente para as pessoas que ainda não conhecem o forró. Ou seja, os forrozeiros de “carteirinha” se deleitam com os encontros, com a dança e com a música e as pessoas em geral, que ainda não conhecem a cultura nordestina, tem a oportunidade de aproveitar e ampliar seus conhecimentos sobre a cultura regional brasileira.
Os projetos contam aparelhagens de som simples, uma boa seleção de músicas em mp3, ou com músicos filantropos que fazem um som ao vivo e o pessoal que não se aguenta de vontade de dançar, dessa forma, esses encontros contagiam a todos que passam, com o balanço do forró pé de serra.
Organize seu grupo, convide os amigos e vamos ocupar o espaço público, afinal as ruas e parques são para se dançar. Divulgue para que todos os amigos compareçam para aproveitar e conhecer mais sobre a cultura nordestina e sobre o forró.
José Marcondes de Souza (Jornalista e Forrozeiro)