CD – Fê Nogueira & Os 3 do Baião – Forró de Respeito
Colaboração do Fê Nogueira, de São Paulo – SP
“Ano 2000. O forró pé-de-serra saía de anos de ostracismo e caía na boca do Brasil, em especial dos jovens e ganhava até um nome novo “Forró Universitário”. Esse movimento trouxe a tona de voltas trios esquecidos e fez com que surgissem diversas novas bandas. Nessa época se tornou normal ver em esquinas pessoas tocando zabumba e triângulo. Pessoas cantando forró. Amigos dançando. E dessas brincadeiras surgiram muitas bandas e trios. Muitas se perderam pelo caminho. Outras se tornaram grandes nomes que hoje fazem o Brasil dançar.
Fê Nogueira & Os 3 do Baião é fruto desse movimento. E também é uma das bandas que ficaram pelo caminho. Banda não. Trio. Porque esse paulista, filho de baiano, desde a primeira vez que botou o ouvido em uma fita cassete de Os 3 do Nordeste e ouviu “Por Debaixo Dos Panos” sabia que seu forró era aquele. Não queria mistura com reggae. Não queria o violão dando as cartas. Ele queria aquele som matuto. Simples. Ele queria montar um trio. E montou.
O cantor que dá título ao CD nunca foi um grande intérprete. Nem mesmo um grande instrumentista. Compositor? Embora tenha uma lista com algumas composições registradas na Biblioteca Nacional não tem grandes hits. Mas mesmo assim, aproveitando de sua criatividade e espírito empreendedor reuniu bons amigos, montou o conjunto “Os 3 do Baião” e fez forró nas principais casas de São Paulo, além de ter rodado com seu conjunto por diversos outros estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina… Fez show para milhares de pessoas. Deu entrevista para programas de rádio. Apareceu em programas de televisão. Teve seu nome divulgado na rádio e no jornal.
E qual é a moral da história? Simples. O forró é para todos. Foi. É. Sempre será.
Você não precisa ser o mais bonito. Você não precisa ter a melhor voz. Você não precisa preencher uma lista de requisitos para tocar forró e fazer o povo dançar. Você precisa apenas de duas coisas bem subjetivas “botar quente” e “arrochar o nó”. E isso, mesmo ciente de suas deficiências musicais ele soube fazer muito bem.
O CD “Forró de Respeito” é um tributo a simplicidade do forró. É uma homenagem a todos os aspirantes a astros do forró que ficaram pelo caminho mas que em algum momento de suas vidas fizeram o povo dançar. Fizeram casais se beijar. Fizeram pessoas tristes sorrir. Fizeram gente cantar.
O CD gravado em 2015 no Estúdio Art Brasil em São Paulo reúne 12 grandes sucessos da primeira formação de Os 3 do Nordeste e conta com a participação de grandes astros como Dió de Araújo, Tiziu do Araripe, Aluízio Cruz, Mestrinho, Edson Duarte, Jorge Donadeli, Thiago dos Santos e tem como característica principal fazer um forró como se fazia antigamente. Um forró forte. Agressivo. Com poucas firulas. As músicas selecionadas a dedo por Fê Nogueira são executadas com muito balanço e maestria por um conjunto pra lá de afinado. Destaque para a presença marcante da guitarra, buscando reproduzir as históricas gravações de Zé Menezes nos estúdios da CBS sob olhar cuidadoso de Abdias nas gravações dos discos da era de ouro do forró.
E o trio? O trio deixou de existir em 2006. O melhor (e único) músico da trupe continua na ativa. O sanfoneiro Marx Marreiro, também conhecido como Codorna reside em Minas Gerais e se dedica a diversos projetos musicais de sucesso. Já Fê Nogueira e Douglas mantiveram a parceria, mas longe da música. Hoje se dedicam a alguns empreendimentos que são sócios mas não se arriscam mais a soltar o gogó.”
Fê Nogueira & Os 3 do Baião – Forró de Respeito
2015
01. É bom pra valer (Messias Holanda – Zé Cacau)
02. Rico de amor (Cícero Barros / Italúcia)
03. Campo de batalha (Florival Ferreira / Elias Soares)
04. Pode cochilar (José Gomes – Joás)
05. Forró de respeito (Cecéu) – EDSON DUARTE
06. Quem está ai (Zé Cacau – Parafuso)
07. Puxão na orelha dela (Paulo – Ângela – Santana) – MESTRINHO
08. Sanfoneiro de pagode (Cícero Barros / Zé Matias) – TIZIU DO ARARIPE
09. Maria medrosa (Assisão)
10. Forrózinho bom (José Gomes Sobrinho / Elias Soares) – ALUIZIO CRUZ
11. Cheia de chiquê (Parafuso – Joás) – DIÓ DE ARAUJO
12. Forró animado (Italúcia / Benício Guimarães)
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Eu sou um cara suspeito para falar dessa linda trajetória, no começo dos anos 2000 foi uma febre, ir ao forró quase todos os dias e foi isso que fez eu conhecer melhor esse cara que virou meu parceiro, respiravamos forró dia e noite, até inventavamos passinhos. Foi uma época muito divertida, inventamos a tietagem com os trios, tirávamos os documento e levantavamos o mais alto que podíamos. Unimos uma galera de forrozeiros viciados.
Hoje muitas pessoas ficaram perdidas pelo tempo, mas ele, ele não, o Fe Nogueira nunca abandonou essa vida regada de sinfonias e remelexos e é ele que é um dos poucos que eu conheço que ainda carrega a bandeira do legítimo forró pé de serra.
Um abraço meu querido!
Sucesso.