CD – Zé de Benona – Saudades do Gonzagão

Colaboração do José Lobo do Nascimento

“José Marques Neto, artisticamente conhecido como Zé de Benona consagrou-se como um dos melhores tocadores do chamado pé de serra forró na região do Cariri com o seu Grupo Asa Branca. Ele começou ainda jovem tocando sanfona em sua cidade natal, Bonito de Santa Fé (PB). Um dia veio passear aqui em Juazeiro do Norte – Ceará, e aí resolveu ficar.

Vendo os sanfoneiros tocarem, logo se encantou com o instrumento, surgindo então a alma do sanfoneiro o artista maior do sertão. Ele abraçou com o coração a idéia de se mudar para a Terra de Padre Cícero, de quem era devoto, e há bastante tempo residia em Juazeiro. Nos últimos tempos na Travessa São Damião do Bairro Santa Tereza.

Zé de Benona dizia sempre que uma das maiores alegrias da sua vida foi quando encontrou pela primeira vez com o cantor Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, de quem era fã incondicional. A primeira sanfona de Gonzagão foi dada de presente a Zé de Benona pelo próprio artista e o forrozeiro paraibano guardava a mesma com muito orgulho. A sanfona que ele ganhou de Luiz Gonzaga, é bem conservada e só era usada em apresentações especiais. Este CD foi gravado com ela, mas ele tinha outras sanfonas, inclusive uma Tordeschini Super 8 . Em seus muitos shows tinha o costume de tocar grandes compositores dentre eles o próprio Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Manoel Lins, Zé Clementino, Pedro Raimundo, Jorge de Altino, Trio Nordestino e composições de sua própria autoria.

Quase todo sábado de cada mês ia até a vizinha cidade do Crato marcar presença no programa “Rapadura Cultural” apresentado pelo radialista Jorge Carvalho com o objetivo de promover a cultura popular. Zé de Benona desenvolvia grande trabalho em prol da cultura nordestina e carregava em sua bagagem o que havia de mais autêntico no forró. Por toda a sua carreira, colocou em prática um pedido e conselho do saudoso rei do baião Luiz Gonzaga.

É que por ocasião do encontro que teve com o Rei do Baião, no dia em que foi presenteado com uma sanfona do mesmo, ouviu do próprio artista pernambucano um apelo para que preservasse sempre a raiz do autêntico forró e que nunca deixasse de cantar e tocar aquele que é realmente o ritmo nordestino por natureza. Isto, Zé de Benona vinha cumprindo à risca e seguindo com maestria os conselhos do seu ídolo. Seu show era considerado de qualidade cultural e instrumental.

Depois que Chiquinha Gonzaga, irmã de Luiz Gonzaga, conheceu Zé de Benona, tocando sanfona nos shows, ela passou a convida-lo para fazer o acompanhamento em seus shows aqui na região do Cariri, ele também acompanhou Jota Farias em muitos shows, aqui no Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas.” (Resumo do texto de Demontier Tenório e José Lobo do Nascimento)

Zé de Benona – Saudades do Gonzagão
2002

01 Saudades do Gonzagão (Manoel Lins)
02 Lá na Paraíba (Zé de Benona)
03 Convite à gaúcha (Manoel Lins)
04 Tempo perdido (Manoel Lins)
05 Casamento demorado (Zé de Benona)
06 Pisada quente (Zé de Benona)
07 Arranca toco (Zé de Benona)
08 Brincando com os dedos (Zé de Benona)
09 Lamento de uma sanfona (Zé de Benona)
10 Xoteando (Zé de Benona)
11 Paulino (Zé de Benona)
12 Forró do seu Corné (Zé de Benona)
13 Campeão da zona (Zé de Benona)

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