Pereirinha e sua gente – São João de outrora

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Essa é a primeira colaboração do Jirrê, de Salvador – BA. Pra marcar o dia de Santo Antônio, ai vai um LP repleto de quadrilhas e marchinhas juninas. Ele mesmo mandou o texto abaixo, comentando a postagem.

‘Sylvio Pereira de Araújo — conhecido artísticamente por Pereirinha — nascido no exuberante estado do Paraná e criado na cidade de Ponta Grossa, tendo a felicidade de ser filho de pai e mãe musicistas, veio ao mundo com a alma talhada pêlos domínios da arte. É um enamorado da música e um cultor apaixonado da poesia e, como acordeonista, compositor e intérprete…’ (Trecho extraído da contra capa)

‘Este disco deve ter sido gravado lá pro idos de 1967 ou 1968. A data não foi registrada nas capas nem no vinil, o que se torna uma falha muito grande, pois se perde a referência do ano da gravação.

Eu dancei muitos forrós ao som deste vinil, na vitrola. Tocou tanto que quase a agulha sai do outro lado. Este vinil é muito interessante, principalmente quanto à marcação das quadrilhas. A capa tem muita criatividade e foi digitalizada sem restauração para manter a sua originalidade no tempo.

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Uma outra falha que se observa é quanto à identificação de uma das músicas: a última faixa do lado B, é identificada na contra-capa pelo título “Olho mágico” enquando que no selo do vinil (lado B), essa mesma faixa é identificada como “Olhos negros”.

O lado B é todo um pout-pourri. Destaque para as músicas “Quadrilha para criança” e “A banda” em ritmo de forró.’

Pereirinha e sua gente – São João de outrora
1967 – Equipe

lado A
01. Quadrilha de terreiro (Pereirinha e Paiva Resende)
02. Maxixe sertanejo (Pereirinha)
03. Casamento na roça (Pereirinha e Ivo Marins)
04. Bandeirante (Pereirinha e Manoel Ângelo)
05. São Jão de outrora (Pereirinha e Noemi Cavalcanti)
06. Recordar é viver (Pereirinha e Manoel Ângelo)
07. Cidade da garoa (Pereirinha)

Lado B
08. Poutpourri: Quadrilha para quadrilheiros

  • Essa polca é minha (Pereirinha)
  • O sanfoneiro só tocava isso (Haroldo Lobo – Geraldo Medeiros)
  • Pula a fogueira (Getúlio Marinho – João Bastos Filho)
  • Isso é lácom Santo Antonio (Lamartine Babo)
  • Capelinha de melão (João de Barro – Alberto Ribeiro)
  • Polquinha para quadrilha (Paiva Rezende)
  • Quadrilha para criança (Pereirinha e Paiva Rezende)
  • Quadrilha brasileira (Gerson Filho – José Maria Aguiar)
  • A banda (Chico Buarque de Holanda)
  • Olhos negros (Rodi – adaptação de Pereirinha)

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Jackson do Pandeiro – A braza do norte

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Essa é uma colaboração do Magrão, da Moffo Wear. No final da segunda tarde de shows no Festival Rootstock 2008, ele levou alguns LPs para discotecar e me emprestou 04 exemplares que eu ainda não tenho, com a minha promessa de que devolverei após postá-los. Valeu Magrão!!

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Os discos do Jackson são bastante raros de se achar, esse da Cantagalo eu só havia visto nas listagens de discos, nunca o tinha visto com meus próprios olhos. Interessantemente eram colocados junto com as músicas os seus respectivos ritmos, alguns com acentuações que com a evolução da língua portugueza, se perderam com o passar do tempo.

Direção artística de Pedro Sertanejo, destaque para o xote “Ralabucho”, para o coco “Vila Mariana” e para o samba “Verdadeiro amor”.

Jackson do Pandeiro – A braza do norte
1967 – Cantagalo

#01. Lá vai a boiada (Manoel Pedro – Jackson do Pandeiro) Toada
#02. Ralabucho (Florisval Ferreira – José César Fontes) Xóte
#03. Passarinho abandonado (Ivo Marins – Jackson do Pandeiro) Rojão
#04. Vila mariana (Severino Ramos – José Guimarães) Côco
#05. A tentação do cão (Severino Ramos – J. C. Souza) Xóte
#06. Verdadeiro amor (José Bezerra) Samba
#07. Capoeira de Zumbi (Geraldo Nunes) Balanço
#08. Amolador (Nivaldo Lima – Jackson do Pandeiro) Baião
#09. Saudade de um amigo (Jackson do Pandeiro) Samba choro
#10. De araque Zé (Maruim) Samba
#11. Babá de cachorro (Antonio Barros – Jackson do Pandeiro) Samba
#12. A taça era dela (Waldemar Silva – Rubens Campos) Samba

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Pedro Sertanejo – Rato molhado

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Estava essa semana olhando uns discos de 8 baixos aqui em casa pra postar um e passei por esse aqui do Pedro Sertanejo, lembrei-me que alguém havia pedido esse disco, então ai vai o Rato molhado.

A cópia que digitalizei é um re-lançamento, pela Chantecler, de 1979, reparem que a capa é diferente da edição que está disponível no Brasil em vinil. Quase todas as músicas são de autoria do próprio Pedro, algumas em parceria e outras solo.

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Destaque para a faixa título “Rato molhado”, de Pedro Sertanejo, música que estimulou a criação de sua resposta, o “Enxuga o rato” gravada pelo Zé Ranulfo de Serra Talhada.

Pedro Sertanejo – Rato molhado
1967 – Musicolor

* 01. Rato molhado (Pedro Sertanejo)
* 02. Forró em Propriá (Pedro Sertanejo)
* 03. 7 punhá (Pedro Sertanejo)
* 04. De Colégio a propriá (Pedro Sertanejo – A. Trajano)
* 05. Forró no Cariri (Pedro Sertanejo – A. Trajano)
* 06. Forró do Luna (Pedro Sertanejo – J. Luna)
* 07. Chapéu de couro (Pedro Sertanejo – Jorge Paulo)
* 08. Ratueira (Pedro Sertanejo – Jorge Paulo)
* 09. Forró Alagoano (Pedro Sertanejo)
* 10. Viçosa (Pedro Sertanejo – M. José)
* 11. Asa Branca (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
* 12. Saudade do norte (Milton José)

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João do Pife e seu conjunto

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Para quem gosta de música instrumental, esse é um prato cheio. Um disco lançado em 1967 onde João do Pife começa a despontar todo o seu talento como tocador de pife.

Aqui ele mostra toda a variedade de ritmos que é possível fazer com esse intrumento, tocando desde valsa até o mais puro forró pé-de-serra.

João do Pife e seu conjunto
Chantecler – 1967

01. Saudade de Arapiraca (João do Pife)
02. Chamego quente (Antonio Livino – Juarez Major)
03. Deusa do amor (Juca Santos – Neilor de Oliveira)
04. Flor de Recife (João do Pife)
05. Largando brasa (João do Pife)
06. Prece a Castro Alves (Noel Costa – Juarez)
07. Congá do Bonfim (Julio Antonio da Silva)
08. Roseiral do norte (Roberto Stanganelli)
09. Tranças morena (João do Pife)
10. Dance quem puder (João do Pife)
11. Já vou indo (João do Pife)
12. Flor da melodia (João do Pife)
13. Flor das maravilhas (João do Pife)
14. Myrian (Alexandre Cirus)

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Coronel Ludugero – Manda brasa

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Nascido em 1929, Luiz Jacinto Silva, o famoso Coronel Ludugero, foi escoteiro aos dez anos de idade e estudou no Colégio de Caruarú (hoje Colégio Diocesano), onde só fez até o ginasial. Começou a trabalhar cedo, ajudando o pai a fazer selas de cavalo, mas não fez isso de profissão.

Começou na música, na Rádio Clube de Pernambuco, e em 1960 conheceu Luiz Queiroga, que (com o incentivo do também radialista Hilton Marques) criou o personagem Coronel Ludugero. Logo no início, o Coronel Ludugero se apresentava sozinho, interpretando textos e pequenas músicas que Queiroga escrevia, mas, depois, na mesma época, conheceu Irandir Peres Costa, que também ganhou de Queiroga, o personagem de Otrópe, secretário e ¨braço direito¨ do coronel.
O personagem de Dona Felomena ficou mais conhecido com a interpretação da atriz Mercedes Del Prado, mas apesar de muita gente não saber, nos primeiros programas, o mesmo personagem era interpretado, com o nome de Dona Rosinha, por outra atriz de muito talento, Rosa Maria.

Com o incentivo de Onildo Almeida e Nelson Ferreira, iniciaram-se gravações de músicas sertanejas. A primeira foi ¨Carnavá de Ludugero¨ em 1961 num disco de 78 rotações e depois em 1962 , num segundo disco de 78 rotações, vieram “Cumbuque de Ludugero” e “Ludugero Apoquentado”. Depois disso, gravou junto com a ¨trupe¨, vários discos e fizeram muito sucesso no Brasil inteiro. Nesses discos, ele gravava, além de músicas, textos humorísticos todos escritos por Luiz Queiroga. Mas interpretava músicas de grandes compositores como Onildo Almeida, Elino Julião, Dílson Dória, Abdias Filho, Oswaldo Oliveira, Juarez Santiago, Hélio Gomes, Jacinto Silva, Elias Soares e Luciano Rangel . Nos textos que tinham fundo musical, a maioria das vezes tinha a participação de João do Pife.

Mas, seu primeiro grande sucesso foi “Se Tivé Mulé” gravada pelo selo Mocambo, do Recife, num texto de Queiroga intitulado de ¨A Inleição do Coroné Ludugero¨.
Além de Ludugero, Luiz Jacinto interpretava mais dois personagens: Zé Beato (um sacristão puritano e envergonhado criado por Hílton Marques) e Virgulino (criado por Luiz Queiroga).

Em 1964, juntamente com Irandir Costa e Luiz Queiroga, foi trabalhar na extinta TV TUPI, no Rio de Janeiro. Lá, participou do programa A E I O Urca, fazendo o personagem Zé Beato. Depois participou da primeira Escolinha do Professor Raimundo de Chico Anísio fazendo Zé Beato e Ludugero.

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Além dos discos do coronel, ele passou a gravar também pela CBS do Rio de Janeiro, que fazia a promoção dos seus discos, com a Caravana Pau de Sebo, apresentando shows em várias cidades do Nordeste. Entre os artistas que também participavam da Caravana, estavam Jackson do Pandeiro, Marinês e Trio Nordestino.

Mas, no triste 14 de março de 1970, morre Luiz Jacinto e Irandir Costa, vítimas de desastre aéreo na Baía de Guajará Mirim, em Belém do Pará. O corpo de Jacinto só foi encontrado no dia 30 de março e sepultado um dia depois, na cidade de Caruaru (PE). E foi-se com eles, o Coronel Ludugero e Otrópe, a alegria pura que animava os corações dos brasileiros carentes de riso.

Em 1975, a Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru (PE), inaugurou na Praça Coronel Porto, que fica na rua Preta, bairro de São Francisco, um monumento com as estátuas do Coronel Ludugero e Otrópe. Obra do artista caruaruense Armando Lacerda, o mesmo artista plástico que fez a estátua do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte – CE, homenageando os personagens, filhos da cidade, e que muita alegria e orgulho trouxeram ao seu povo.

E alguém um dia escreveu assim:

“É triste , seu moço é triste
é triste mas eu vou contar
a lamentável tragédia
na Baia de Guajará

A fatalidade
num gesto de covardia
roubou a vida de quem
nos dava tanta alegria

Quantos corações tristonhos
eles fizeram gargalhar
Roguemos a Deus uma prece
Deus os ponha em bom lugar¨
(J. Cavalcante – Osvaldo Oliveira)

Essa música foi gravada pelo Trio Nordestino em 1970 na coletânea “As melhores do Nordeste, Volume 2” e se chama “Norte e nordeste chorou”.

Depois da morte de Jacinto e Irandir, levando com eles os personagens famosos, lançaram-se outros personagens tentando resgatar o riso perdido com a triste tragédia. Entre eles, Coroné Ludrú e Gerômo e Seu Pajeú e Zé Macambira (esses com a produção e direção de Luiz Queiroga) mas por admiração ao personagem do coronel, o Coroné Caruá, o Jerimum e o Véio Mução, também revivem a alegria e o bom humor, lembrando o jeito matuto do coronel.
E, sabe-se que até hoje, os personagens são lembrados e revividos em épocas juninas por atores amadores e admiradores dos tipos, em todo o país.

Na cidade de Caruarú, foi criada, na Vila do Forró, a miniatura da Casa do Coronel Ludugero e da Véia Felomena, onde é grande a visitação por visitantes. E durante os festejos juninos desta cidade, podem ser vistos personagens caracterizados, desfilando pelas ruas, relembrando esses artistas.

Agradecimentos especiais a Mevinha Queiroga por ceder esse texto que faz parte de um livro contando a história de Luiz Queiroga que em breve será lançado por ela.

Coronel Ludugero – Manda Brasa
CBS – 1967

01. Amanhecer na fazenda (Texto de Luiz Queiroga)
02. Brincá de ané (Dilson Dória – Helio Gomes)
03. Mulé traidêra (Luiz Queiroga – Luiz Jacinto)
04. Mulé traidêra (Luiz Queiroga – Luiz Jacinto)
05. Eu vi passar (Onildo Almeida)
06. Quadrilha do Ludugero (Adapt: Abdias Filho)
07. Pega ele Siriri (Luiz Queiroga – Luiz Jacinto)
08. Zé da tuba (Luiz Queiroga – Luiz Jacinto)
09. Xote fungadinho (Onildo Almeida)

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Marinês – Marinês

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“Marinês nasceu lá em Pernambuco, mas cresceu mesmo foi na Paraíba, naquela cidade bonita de Campina Grande. Lá brincou, lá estudou, lá cantou e lá deixou um pedaço de vida, um pedaço de coração quando veio para o sul.

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Sentiu saudade, mas sentiu também que aqui poderia cantar seu pedaço de terra, o seu nordeste querido, mostrando que lá pra´quelas bandas a vida é boa.” (trecho extraído da contra-capa)

Marinês – Marinês
1967 – CBS

01. Eu chego lá (Abel Silva – João do Vale)
02. Aboio (Capinan – Gilberto Gil)
03. Vivendo e aprendendo (Anástacia – Italúcia)
04. Triste despedida (Geraldo Nunes – João Silva)
05. Assim nasceu o xaxado (Onildo Almeida – Agripino Aroeira)
06. Súplica nordestina (Niquinho – Cassiano – Ayrão Reis)
07. Procissão (Gilberto Gil)
08. Vento de maio (Gilberto Gil – Torquato Neto)
09. Viramundo (Capinan – Gilberto Gil)
10. Mutirão (Sergio Ricardo)
11. Mãe sertaneja (Juvenal Lopes – Reinaldo Costa)
12. Caatingueira (Onildo Almeida – José Maria de Assis)

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