CD – Os Alegres do Nordeste – Os Alegres do Nordeste

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Colaboração do Borrego, do Trio , radicado em São Paulo – SP. Encontrei com o Borrego outro dia na porta do forró e ele me emprestou esse CD de divulgação dos Alegres do Nordeste.

Contei com a ajuda do amigo Maicon Fuzuê para achar todos os autores e nomes das faixas. Um repertório bem variado, destaque para a faixa “Fogo de amor”, originalmente gravada pelo Trio Nordestino, só que agora, em ritmo de xote.

Com a saída do sanfoneiro Zé Bodinho, atualmente o Trio Os Alegres do Nordeste é composto por Borrego, Palito do Nordeste e o novo sanfoneiro, Tatú. E é o sanfoneiro Tatú que está cantando nessa gravação.

Os Alegres do Nordeste – Os Alegres do Nordeste
2008

01 Meu cenário (Petrúcio Amorim)
02 Matilde (Chris Mourão / Cachaça / Duani)
03 Fogo de amor (Antônio Barros / Lindolfo Barbosa)
04 Onde canta o sabiá (Rita de Cássia)
05 Pau nas coisas (Assisão)
06 Diz paixão (Alcymar Monteiro / Zenilton)
07 Pra tirar coco (Messias Holanda / Hamilton Oliveira)
08 Forroteria (Alcymar Monteiro / João Fabio Jr.)

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Genário e Trio Nordestino

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Genário e Trio Nordestino, Beto, Luiz Mário e Coroneto.

*Foto enviada pelo Corró.

São João – Para além da mercadoria

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Recebemos o texto abaixo do Jonas Duarte, professor doutor do Departamento de História da UFPB, em João Pessoa – PB, texto escrito em 24 de junho de 2008.

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São João – Para além da mercadoria.

Marx disse que o capitalismo tem a capacidade de transformar tudo em mercadoria. Essa é a lógica do capital. Ele procurou mostrar como a sociedade inglesa saiu do Antigo Regime para a indústria moderna e, na essência, o que essa faz é a produção de mercadorias. A produção de excedente, de valor de troca.

Infelizmente ou felizmente – sei lá, nesse caso, mais uma vez, Marx tem razão. Na sociedade que vivemos hoje tudo é mercadoria. Tudo é passível de venda, de comércio. Daí o dinheiro ser o verdadeiro Deus dessa sociedade. Vive-se por ele, para ele e em função dele, o dinheiro. Isto é, em função do “equivalente geral” capaz de comprar tudo, de dá toda satisfação ao individuo. O burguês típico não acredita em força sobrenatural nenhuma, apenas na força do dinheiro.

O Deus do capitalismo é o dinheiro, seu filho, a burguesia. Lógico que essa deificação do dinheiro atinge toda sociedade. Ver-se trabalhadores, classe média, lúmpen, intelectuais, artistas e o diabo a quatro, atrás de dinheiro. Tudo vira mercadoria.

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É meio chocante, mas inúmeras vezes já ouvimos ou assistimos nos noticiários, o desbaratamento de quadrilhas que traficavam órgãos humanos: rim, coração, córnea, fígado, etc. Tráfico de pessoas já virou trivial. Parece ridículo, mas o futuro, ou a promessa de um bom futuro virou mercadoria, que se compra em qualquer esquina.

Quantas pessoas não vivem vendendo a capacidade de adivinhar o futuro? Dos astrólogos aos pais de santo… A promessa de felicidade humana se comercializa sem nenhum pudor, até mesmo pela televisão. O reino dos céus, ao lado de Jesus Cristo, é uma mercadoria até barata em algumas religiões cristãs. O rigor exigido para se conseguir entrar lá é que, às vezes, é difícil cumprir.

Virou mercadoria massivamente vendida o esporte e a cultura. Aliás, a Indústria do entretenimento é hoje, uma das que mais cresce no mundo. Hoje se diz com naturalidade que só é possível se ter um bom time de futebol se se tiver muito dinheiro, pois o passe (o direito sobre o atleta) do bom atleta é caríssimo e mantê-lo idem. No mundo das artes é igual. Música, teatro, cinema, televisão, circo, artes plásticas, etc, tudo só com muita grana e no geral, só para os ricos.

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Como tudo nessa área (do entretenimento/diversão) virou mercadoria, essa é a
regra. O poder público também compra seus pacotes, às vezes caríssimos, para oferecer ao público gratuitamente. Mil razões estão por trás dessas ações governamentais. Sendo as principais: dinheiro, voto e notabilidade/prestígio. Afinal, nessa concepção, o “povo” ainda precisa de pão e circo.

É nessa lógica que se realiza na minha cidade, Campina Grande, o “Maior São João do Mundo”. A idéia é oferecer diversão ao público de todas as classes sociais e idade e em troca se faturar um bom dinheirinho. Aqui se tem um movimento no comércio, durante o São João, igual ao do período natalino. Aliás, o nascimento de Jesus é a melhor mercadoria que o capitalismo produziu em sua história. Em todo Ocidente. E pensar que Jesus, dizem uns religiosos amigos meus, era um sujeito simples, contrário a tudo isso. Contra a exploração humana, base dessa venda de mercadorias. É…, nesses casos não há ideologias, não se respeita ideologias. Veja que com o guerrilheiro comunista, marxista Che Guevara, aconteceu o mesmo.

Transformaram seu rosto e seus dizeres revolucionários em mercadorias baratas e valores triviais encontrados em estampas das mais grosseiras e no peito de pessoas defensoras fiéis do capitalismo ou alheio a qualquer idéia de Guevara ou de Jesus (o Jesus dos meus amigos cristãos), porque tem um Jesus, dos capitalistas, que permite a exploração humana na terra em função de uma punição no reino dos céus que não me entra.

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Com o santo João, em Campina, ocorreu o mesmo. É um produto, um pacote de diversão que se vende por toda a cidade. Embora Campina tenha dado essa conotação a festa, ainda na década dos 80, hoje, é praticamente todo Nordeste. São centenas de cidades que vendem o pobre santo.
Mas como diz Marx; nada é absoluto. Nem a mercantilização é absoluta.

Contrariando tudo e a lógica perversa do capital, existe um São João que é festa, pura festa. Há no São João do Nordeste, um movimento anterior e mais forte do que o dirigido unicamente pelo capital em busca de vender suas mercadorias. Existe a negação de toda lógica capitalista. Há uma festa real, verdadeira, de reencontros, de confraternização, de alegria. Que não é religiosa. É humana.

Essa festa é a comemoração da colheita camponesa, que no nosso Sertão, quando há, ocorre por esses dias. Por isso é a festa do milho. A comemoração da colheita é tradição dos “caboclos brabos” nos sertões. Com a forte emigração sertaneja, que ocorre de forma acentuada desde o último quarto do século XIX, nos períodos secos, e o retorno destes, quando da colheita, sempre no mês de junho, se comemora o reencontro de familiares e amigos. Dessa forma virou também, festa de confraternização (maior do que o Natal). E que bom que a lógica mercadológica não acabou com isso. O contrário. Tenho a firme impressão que esse movimento por uma festa de brincadeiras e confraternização cresce, negando a orgia de bandas e bundas num tremelique agonizante e constrangedor, a serviço de empresários que vêem na festa apenas um produto para aumentar seu ativo, muitas vezes, originário no dinheiro público.

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No frio da Borborema, na noite de São João, viu-se, em vários recantos, um povo comemorando as chuvas que caíram generosamente esse ano; viram-se pessoas se abraçarem em reencontros emocionantes de paz e aconchego; pessoas beijando seu solo amado, depois de longa ausência; adorando belas espigas de milho como símbolo de nossa riqueza, contrariando os que teimam dizer que o sertão é pobre. Pessoas cantando e dançando forró, tocado por trios, quartetos e quintetos, dos mais singelos aos mais sofisticados. Formaram-se “blocos de arrasto”, como no carnaval de Olinda, improvisados, organizados por pessoas desconhecidas que ao som do forró apenas se abraçavam, cantavam e curtiam a delícia de se viver, mesmo que apenas por um momento, em harmonia, em comunhão, com alegria; de desconhecidos brincarem como velhos e bons amigos. Existe um São João, em todos os recantos e rincões do Sertão que é a força espontânea de um povo em festa, negando categoricamente, o São João mercadoria. Que bom! Que delícia poder viver um encontro entre humanos, sem estranhamentos, sem violência, sem desconfiança, mas comemorando a vida, a bela vida… Viva São João.

Jonas Duarte, numa deliciosa ressaca, em 24 de junho de 2008.

CD – Chameguinho do Forró – vol 5 – É muita areia pro meu caminhão

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Colaboração do Lourenço Molla, de João Pessoa – PB. Outro dia estávamos conversando e perguntei a ele sobre algum trio que fosse bacana e que tocasse atualmente em João Pessoa, então ele enviou esse que é o quinto disco do trio “Chameguinho do forró”.

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O trio existe há uns 15 anos aproximadamente, está com a mesma formação há 10 anos, todos paraibanos, são eles: Well da Paraíba, natural de Guarabira, na sanfona, Gilberto Lima, natural de Rio Tinto, no triângulo e voz e Carlinhos Mosquito, natural de Esperança, na zabumba e voz.

Chameguinho do Forró – vol 5 – É muita areia pro meu caminhão
2008

01 É muita areia pro meu caminhão (Gilberto Lima)
02 Nem que a vaca tussa (Gilberto Lima)
03 Tempo de criança (Gilberto Lima)
04 Fogo na caeira (Gilberto Lima)
05 Meu esporte é vaquejada (Gilberto Lima)
06 Agora eu vou pro cabaré (Gilberto Lima)
07 Nega tanajura (Gilberto Lima)
08 Coisas do amor (Gilberto Lima)
09 Forró gostoso (Gilberto Lima)
10 Quando a gente se encontrou (Gilberto Lima)

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Análise do filme “Paraíba, meu amor”

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“Paraíba, meu amor” é um documentário de 80 minutos, produzido pelo diretor suíço Bernand Robert-Charrue para o público europeu. O filme alterna entrevistas e trechos musicais, e foi gravado nas festas do interior paraibano. Filmado quase todo na Paraíba, um dos pontos altos do filme é o encontro, de Dominguinhos e do acordeonista francês Richard Galliano. Participam também do filme o Aleijadinho de Pombal, o Trio Tamanduá, Pinto do Acordeon e Os 3 do Nordeste.

Recebemos o texto abaixo do Jonas Duarte, professor doutor do Departamento de História da UFPB, em João Pessoa – PB, texto escrito no ano passado. Não é apenas uma análise crítica do filme, é uma verdadeira aula de história do forró. Para os leigos uma boa oportunidade de se interar no assunto, já para os “aficcionados por forró”, seleto grupo em que nós nos incluimos, uma leitura flúida e prazerosa.

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Paraíba, meu amor. Para inglês ver.

Semana passada foi lançado, com bastante divulgação e pompa, o filme/documentário, de produção suíça, “Paraíba, meu amor”. O filme procura abordar o forró. A força musical do forró nordestino. Eu, como amante e metido a colecionador dessa música maravilhosa, fui exultante ver o filme. A seguir faço minha análise crítica do documentário.

Considero a intenção do cineasta suíço muito boa. A idéia de trazer o músico francês, Richard Galliano, para o eixo central do filme foi genial e deu ao documentário, uma qualidade musical de altíssimo nível. Ouvir seu acordeon dialogar com Dominguinhos, Pinto do Acordeom e Aleijadinho de Pombal, para quem aprecia o belo som do instrumento e a doce musicalidade do forró é impossível não se emocionar. Ficou lindo.

Mas o documentário peca em vários aspectos. O primeiro, a definição simplificada e até mesmo historicamente equivocada da origem do forró. Essa história que Forró vem da expressão inglesa For All (para todos), já está ultrapassada, e não resiste ao mínimo de pesquisa histórica sobre a nossa música. Muito antes dos ingleses chegarem para construir as estradas de ferro que levaram partes de nossas riquezas, e a centenas de quilômetros dessas linhas férreas e de qualquer gringo, já se tocava e se dançava um ritmo musical muito próximo do que chamamos hoje de forró.

Nas feiras livres, nos casamentos, nas festas religiosas, nos bailes populares do interior da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, distando quilômetros de onde estava um inglês com seus trens, se experimentavam os sons dos “pifeiros” com suas flautas de “tabicas” de madeira tirando um som repetitivo, binário. O ritmo dessas “bandas de pífanos” lembra perfeitamente as festas dos nossos indígenas; a percussão, o batuque africano. Sem nenhuma ligação ou influência européia.

No início, denominavam-se a esses encontros com esse tipo de música, de Baile, ou Samba. As pessoas iam pro Samba dançar. O primeiro instrumento “estrangeiro” na música foi o “Harmônico”. Assim, as pessoas batizaram os foles que apareceram trazidos da Europa, sem teclado e sem baixos. Muito parecido com o “Bandoneón” argentino. Nesse momento os acompanhamentos naqueles bailes eram feitos por violas e/ou violões dos seresteiros e repentistas e, principalmente a Rabeca, o violino nordestino. Na realidade, os bailes aconteciam, muitas vezes, juntamente com desafios de violeiros repentistas e apresentações de rabequeiros. Essas festas eram os espaços de comemorações das populações pobres. Um fazendeiro, por hipótese nenhuma, permitia que suas filhas freqüentassem um “baile” desses. A música dançava-se ‘agarradinho’, num “bate coxa”, “rela bucho”, “esfregado”, que era sensualidade pura. Os corpos juntinhos dos casais e os decorrentes namoros e ciumeiras resultavam em muitas desavenças, provocando um verdadeiro forrobodó. Essa expressão alcunhada com certo preconceito pelos das classes dominantes servia para ‘alertar’ as damas donzelas do perigo daquelas festas, realizadas em taperas pobres, geralmente de taipas, com um reboco de barro cru, amaciado pelos pés rachados de quem vivia na dura labuta dos sertões nordestinos, cuidando do gado e das terras dos fazendeiros.

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Na música em si, tocada nesses bailes, o instrumento principal era o “Bumbo”, feito de couro de bode e estirado sobre um equipamento de madeira, preparado especialmente para receber o couro do ruminante. É importante destacar que o couro é de bode por dois motivos básicos. Primeiro, a criação da população sertaneja pobre era, além de galinha e porco, o bode. O bode era criado, na maioria das vezes, clandestino, nas terras dos fazendeiros. Clandestino porque o bode come de tudo e não respeita as cercas, nem as demarcações cartoriais, muitas resultados de grilagem. Segundo, o couro do bode é mais fino, porém bastante resistente, permitindo tirar um som mais forte e diversificado. O instrumento básico para “tirar o som” era um pau grosso e seco, podendo ser Jucá ou Pereiro, com uma extremidade enrolada em panos, para o som mais agudo. Do outro lado do Bumbo, usava-se uma varinha de marmeleiro meio verde, ainda flexível, para o som mais grave. Isso era o essencial para o baile. Claro que se tivesse uma banda de pífano, uma rabeca, uma viola ou um violão, o baile ficaria mais animado. O “Harmônico” aparece pelo interior nordestino, em meados do século XIX, mas não conseguiu se popularizar. Quem se popularizou foi o “fole de oito baixos”.

Esse reproduzia o som frenético dos pifeiros, substituía a rabeca e conseguia acompanhar o ritmo da dança do “rela bucho”, arrastando os pés no chão batido dos terreiros sertanejos. Com o fole de oito baixos surge o forró como o conhecemos hoje. O que há de impressionante é que esse ritmo surge com grande diversidade em todo interior nordestino. Nos brejos, sopés e altos das serras. Nas “panhas” de algodão, entre os tangerinos de gado, no pastoreio dos caprinos, nos mutirões dos tropeiros, nos aboios saudosos das pegas de boi; depois das novenas, nas “quermesses”.

Em toda parte a massa popular dança, canta e brinca nos diversos ritmos que compõem o hoje chamado forró. O Baião, o Samba Nordestino, o Arrasta-pé ou Marcha, o Forró, o Xote, o Calango Mineiro, a Toada, o Lamento Sertanejo, etc., são todos ritmos sob o guarda chuva do chamado Forró. É importante salientar que, o Forró surge apenas como música instrumental, sem letras. Era comum colocar-se a música numa daquelas histórias ou crônicas dos folhetos de cordéis. A Asa Branca foi um desses casos. As letras da música de forró são, inicialmente, na realidade, crônicas do sertão nordestino, da vida rural do semi-árido.

Depois, tornam-se também, narrativas de uma vida semi-urbana e semi-rural. O Forró chegou às cidades do interior sertanejo, nas maiores e menores, preferencialmente nas periferias, ou melhor, nos cabarés, nas “casas de socorros” da matutada. No início do século XX e até pouco tempo perdurava, nas maiores cidades do interior nordestino, como Campina Grande, Caruaru, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Mossoró, etc., nas feiras livres, mesmo durante o dia, os “cabarés de feiras”, estes ficavam apinhados de “matutos” em busca de “relas buchos”, de “esfregado”, de “bate-coxas”. Ao som do Zabumba misturavam-se os gritos dos feirantes e dos dançarinos. O preconceito contra os forrós era enorme. Era coisa de pobres, matutos e prostitutas.

Essa riqueza melódica só ganhou notoriedade nacional com Luiz Gonzaga, na década de 1940, mesmo assim, com toda carga de preconceitos conhecidos, característicos dessa sociedade classista e racista brasileira. Um negro mulato, pobre, “nortista” muda a história do forró e da música brasileira. Primeiro o Rio de Janeiro pára pra ouvir aquele ritmo. Na época do impulso da indústria fonográfica foi rápido sair do Rio e conquistar o Brasil.

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Quando Gonzaga, em 1941, desistiu de tentar, com sua sanfona Todeschini, imitar os sons dos acordeons europeus, tocando valsas, polcas, ou os sucessos internacionais da época, como os boleros cubanos, as músicas americanas; e procurou imitar com uma sanfona de 80 baixos, um legítimo forró das bandas da Chapada do Araripe (divisa do Ceará, Pernambuco e Piauí), tocado por um fole de 8 baixos, explodiu. As primeiras músicas que Gonzaga conseguiu gravar: “Vira e mexe” e “Pé de Serra”, de 1941, é negócio de louco. É o Sertão em forma de som. Qualquer um que conhece o nosso Sertão e ouvir aquilo sente a alma nordestina brotando naqueles acordes. Dali em diante o Forró chegou a todos os recantos. Gonzaga foi transformado, com justiça, no ícone, na referência, disso tudo.

O Brasil passa a se interessar pelo Brasil de dentro, de suas entranhas, de seus sertões, do seu Nordeste. Nesse aspecto a música de forró é a expressão mais fiel do modernismo brasileiro, de buscar sua essência, de procurar entendê-lo em sua alma, de exibir nossas contradições. O forró gonzagueano é isso. É a contradição viva de nossa vida. É a crônica melódica de nosso cotidiano. Numa sociedade de classes como a nossa, lógico, a música como todo movimento cultural, é apropriada por interesses da classe dominante, Gonzaga e o forró foram.

Só muito tarde o ritmo ganhou os salões da elite econômica nacional, pois esta torcia o nariz para a cultura popular brasileira e buscava ser européia em seu consumo, embora se mantivesse servil e escravocrata em seu comportamento social. O forró conquistou também a elite intelectual. No final dos anos 40 depois da Asa Branca, gravada em 1947, e início dos 50, Luiz Gonzaga tornou-se a maior estrela da música popular brasileira, bateu todos os recordes de venda de disco e o “Baião” passou a ser ritmo de “doutor”, como dizia Gonzaga em suas apresentações. “Até Tom Jobim gravou Baião”.

O Forró também virou mercadoria e um negócio dos bons. O sucesso era tanto que Pedro Sertanejo criou uma gravadora, a “Cantagalo”, exclusiva para forrozeiros nordestinos que, na onda de Gonzaga conquistaram o Rio e o Brasil. Outras gravadoras entraram no mercado e o Forró explodia como sucesso no país todo, mas continuava o mesmo nas salas de reboco e nos terreiros das fazendas nordestinas. Gonzaga define o trio sanfona, zabumba e triângulo, como a base da síncope do forró, embora que nas latadas, nas salas de reboco dos sertões sempre estão juntos ao Trio, o pandeiro e o violão. E nas gravações, o próprio Gonzaga incrementava com violões e depois com a bateria. A essência, o dominante desde Gonzaga, era a sanfona.

No pipocar do sucesso nacional do Forró, grandes artistas puderam ser conhecidos. Verdadeiros gênios, mestres da sanfona, no fole de oito baixos. Poetas magistrais do sertão nordestino afloraram. O Forró ganhou palco, ganhou cidades. Campina Grande e Caruaru, desde os anos de 1960 disputam quem é a capital do forró. Agora entrou na briga Aracaju, mas hoje, em função de turismo, apenas de negócios de caráter econômico. A música em si sofreu tremenda agressão nessa lógica puramente mercadológica e vulgar que domina a mídia e as emissoras de rádio nos dias de hoje.

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Porém, a música de forró com seu ritmo, utilizando-se de equipamentos modernos, de novos instrumentos para enriquecer o ritmo e toda sua beleza melódica continua viva e forte entre as massas populares e as pessoas que estão livres dessa massificação da vulgaridade conduzida apenas por interesses econômicos. O Forró de verdade, jamais morrerá. Enquanto existir Sertão, Nordeste e pessoas lúcidas, de bom gosto, a música de forró continuará sendo renovada e enriquecida.

O filme “Paraíba, meu amor” é, portanto, na minha modéstia opinião, nesse aspecto: superficial, raso. Continua faltando um documentário a altura do forró. Não posso imaginar uma abordagem do forró na atualidade sem uma recorrida geral pelos principais nomes dessa música. Do passado e do presente.

Como fazer um documentário sobre o Forró sem ouvir Geraldo Correia e Zé Calixto, que estão vivíssimos e foram junto com Jackson do Pandeiro, os maiores nomes do forró paraibano. Segundo Dominguinhos, Geraldo Correia é o maior tocador de fole que ele conheceu em todos os tempos. Pois é, o documentário sequer os cita, quanto mais entrevistá-los, apresentá-los, etc. E Abdias, Marinês, Messias Holanda, Zé Catraca, Elino Julião, João Gonçalves, o grande Zito Borborema, Anastácia, Genival Lacerda e uma gama de astros do Forró que atuaram ou atuam, viveram ou vivem na Paraíba e sequer foram mencionados?! E os grandes dos 8 baixos, para citar alguns: Gerson Filho, Severino Januário, Pedro Sertanejo? E o Trio Nordestino? Depois de Gonzaga, quem mais vendeu disco de Forró no Brasil. E os grandes compositores como Zedantas, Humberto Teixeira, Zé Marcolino, Rosil Cavalcanti, João Silva e o grande e genial Antônio Barros? Uma penca de autores de altíssimo nível que simplesmente não existem no documentário.

Infelizmente, a lista de ausência é inúmeras vezes maior do que a dos presentes. No entanto, alguns que representam muito nessa história não poderiam estar ausentes. Como falar de Forró sem ouvir as posições de Biliu de Campina, o nosso antropólogo do Forró. Fonte de qualquer pesquisa séria nessa área. Como falar de forró na atualidade e não ouvir Flávio José? E Santana? Como falar de “Paraíba, meu amor”, abordar o tema Forró e sequer mencionar Sivuca? Não! É incompreensível.

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O roteiro do documentário parece ter sido de Chico César, de quem gosto muito e aprecio bastante sua música, porém, demonstrou entender pouco de forró. Aliás, Chico César diz um monte de coisas erradas no filme. A começar pela origem do forró. Demonstra ter lido pouco sobre Gonzaga. A música “Paraíba”, de Gonzaga e Humberto Teixeira, feita por encomenda para a campanha de Argemiro de Figueiredo e Pereira Lira em 1950, não tem como centro a mulher paraibana, como cita Chico César no documentário, mas o estado da Paraíba.

Quem leu, viu e ouviu Gonzaga sabe disso. O que “encafifava”, termo gonzagueano, os poetas naquela época era essa coisa da Paraíba ser nome de um estado, em decorrência de um rio, mas todos chamá-la no feminino, ao contrário dos demais estados brasileiros que carregam nomes de rios, que tem a terminação no feminino, mas são estados masculinos, como Paraná, Pará, Amazonas, etc. Além disso, queriam homenagear a participação da Paraíba no Movimento de 30. Ora, a Paraíba, pequenina, mudara a história do Brasil, com sua participação decisiva na “Revolução”. Zé Pereira, o Coronel de Princesa, havia sido derrotado, mas seu sobrinho, Pereira Lira estava agora pleiteando uma vaga no Senado Federal, daí o “eita pau Pereira que em Princesa já roncou, eita Paraíba teu bodoque não quebrou”. Nos shows de Gonzaga na Paraíba ele contava a história da música, proseava, falava do lançamento da música em Campina Grande, na Praça da Bandeira, do tiroteio, das mortes e da campanha de Argemiro.

Brincava com a Paraíba. No livro de Dominique Dreyfus, “A Vida do Viajante”, a autora descreve a historia e mostra o duplo sentido da música, com o estado e com a coragem da mulher paraibana. Chico César não entendeu assim.

Considero que o filme forçou a barra para mostrar o Trio Tamanduá na fazenda Tamanduá do suíço Pierre, em Santa Terezinha, vizinho a Patos. Talvez por questão de patrocínio ou proximidade étnica (???!!!!)
Os aspectos a destacar do filme são as participações maravilhosas de Pinto do Acordeon, Aleijadinho de Pombal, Dominguinhos e o magnífico som de Richard Galliano, além da bela fotografia. A participação de “Os três do Nordeste” é ridícula para a obra gigantesca desse excelente grupo musical. O aspecto da dança de forró também deixa a desejar. Enfim, a idéia foi muito boa mas, como disse no início, está muito aquém de nossa música. O “Viva São João” de Andrucha/Conspiração e Gilberto Gil é superior.

Desculpem a chatice, mas nesses tempos pueris é preciso.

Jonas Duarte, apaixonado por forró. O de verdade, não essa porcaria que comercializam vilmente contra nossos jovens.

CD – Grupo de forró – Mistura fina

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Colaboração do Matias, sanfoneiro que compõe o trio “Os Sociais do forró”, ao lado do vocalista Pipoca, que no seu início de carreira tocou com alguns dos músicos desse Grupo de forró, Mistura fina.

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O grupo é formado por Tonho do acordeon, Edinho Vovô, Naldo do Baião e Jaçanã. Forró autêntico, de primeira linha.

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Produzido por Xameguinho, que também gravou as sanfonas junto com Naldo do Baião e Tonho do acordeon. Um repertório bem escolhido, os vocais são divididos entre Edinho Vovô e Jaçanã.

Grupo de forró – Mistura fina
2008

01 Asa branca da serra (Jaçanã)
02 Maceió (Lourival Passos)
03 Até mais ver (Pedrinho Primo)
04 Entransando alho (Naldo do Baião – Edinho)
05 Asa branca (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
06 Esperando na janela (Targino Gondim)
07 Chinelero (João Silva – J.B. de Aquino)
08 Faltando alguém (Zinho)
09 Flor de Croatá (João Silva)
10 Forró do Marcelão (Marquinhos)
11 Agora é minha vez (Kara Véia)
12 Burugudu da nega (Zinho – Tiziu)
13 Colo de menina (Jorginho)
14 Na sombra da jaqueira (Josa Vaqueiro do Sertão)
15 Nesta estrada da vida (Valdir Geraldo – Aparecido José)
16 Tem que ter pra ser (Pinto do acordeon)
17 Lamento sertanejo (Dominguinhos)
18 Fim da taperinha (Florival Ferreira)
19 Desabafo de sanfona (Nelson da sanfona)

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CD – Emídio Santana – O cigano do forró

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Colaboração do Armando, de São Paulo – SP. É mais um artista que eu não conhecia, esse é o segundo CD do Emídio Santana.

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Acima uma pequena apresentação do artista e do álbum, escrita por Assis Ângelo.

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Produzido por Cézar do acordeon, que também gravou as sanfonas e fez os arranjos do disco.

Todas as composições são do Emídio Santana, com excessão das faixas “Sem baião no céu” de Assis Ângelo e Téo Azevedo; e de “Tempero de maracatu” dele em parceria com Carlos Santorelli.

Emídio Santana – O cigano do forró
2008

01 Mandai chuva (Emídio Santana)
02 Araçá roxo (Emídio Santana)
03 Vamos dançar xeim eim eim (Emídio Santana)
04 Sem baião no céu (Assis Ângelo – Téo Azevedo)
05 As dunas de Natal (Emídio Santana)
06 Princesinha do verão (Emídio Santana)
07 Xaxado xamegado (Emídio Santana)
08 A tradição se perdeu (Emídio Santana)
09 Exuberante de alegria (Emídio Santana)
10 Coco de engenho (Emídio Santana)
11 Tem o doce da pitanga (Emídio Santana)
12 Tempero de maracatu (Emídio Santana – Carlos Santorelli)

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CD – Os 3 do Nordeste – Cantam sua história 35 anos

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Colaboração do Borrego, músico que participa do Trio Os Alegres do Nordeste, encontrei com ele outro dia e ele me emprestou esse CD que lhe foi presenteado pelo próprio Parafuso.

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É um disco comemorativo dos 35 anos de existência do trio, do qual Parafuso é o único componente oriundo da formação original. O repertório é quase todo de autoria ou co-autoria do Parafuso. O disco é composto por um show gravado ao vivo e tratado em estúdio, com um resultado muito bom e dançante.

Nessa gravação, o Trio é composto por Deda, Parafuso e Pingo. Nele tem as participações especiais de Aécio Nóbrega e Marrom, vocalistas que participaram do Trio anteriormente e tem também a participação da vocalista Edra Veras, filha do zabumbeiro Parafuso.

Os 3 do Nordeste – Cantam sua história 35 anos
2008

01 Nosso amor morreu (Parafuso – Zé Pacheco)
02 Ver quem bate ai (Parafuso – Zé Pacheco)
03 Eu era feliz (Parafuso – Antonio Ceará)
04 Amor sem fim (Parafuso)
05 Meu grande amor (Parafuso – Antonio Ceará)
06 Baianinha (Parafuso)
07 Fazenda nova (Parafuso)
08
Bom só só (Roberto Moraes – João Dantas)
Segura segura (Marcelo Lancellott)
09 É bom fazer assim (Parafuso – Zé Pacheco)
10 Inveja de você (Parafuso – Zé Pacheco)
11 Saudade e dor (Parafuso – João Bosco)
12 Xote nota mil (José Moyses – Parafuso)
13 Animando o forró (Adjalmar Maia – Parafuso)
14 Eu e ela, ela e eu (Parafuso – Lisete)
15 Forró do B A bá (José Moyses – Parafuso)
16 Rainha das flores (Parafuso – Lisete)
17 Pra gente cantar forró (Pinto do acordeon – Parafuso)
18 Seu nome é rosa (Parafuso – Lisete)
19 Forró de respeito (Parafuso – Elias Soares)
20 Aquilo bom (Parafuso – Zinho)
21 Melô do zabumba (Parafuso – Zé Pacheco)
22 Xodó (Parafuso – Zinho)
23 Osso duro de roer (Zinho – Parafuso – Aluizio Silva)
24 Xamego da morena (Parafuso)
25 Vamos brincar de roda (Zinho – Parafuso)
26 A grande roda (Zinho – Parafuso)
27 Pra ela (Marcelo Barraca)
28 Cantam sua história (Roberto Moraes – Gilvan Neves – Anastácio de Oliveira)

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Livro – Sambexplícito: as vidas desvairadas de Germano Mathias

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Sambexplícito: as vidas desvairadas de Germano Mathias, editora A Girafa, 2008, de Caio Silveira Ramos.

Recebemos do próprio Caio, um exemplar desse belíssimo livro sobre a vida do Germano Mathias. Embora a maioria possa achar que o Germano é um sambista e não tem nada a ver com o forró. Isso é um grande engano.

Houve um tempo em que os ritmos andavam lado a lado, assim como seus compositores e intérpretes eram mais ecléticos e os ritmos eram menos segmentados do que são hoje em dia.

Segue abaixo alguns trechos do e-mail que ele nos enviou falando do livro e de algumas das relações do Germano com nossos conhecidos artistas forrozeiros:

“Acabo de lançar meu livro ‘Sambexplícito: As vidas desvairadas de Germano Mathias’ e durante sua elaboração me enfronhei no universo da música do Norte e Nordeste. Germano é um sambista paulistano, cuja especialidade é o samba sincopado, a importância da música do Norte e Nordeste é tão grande na elaboração do seu estilo que meu livro trata de muitos desses artistas mostrados no ‘Forró em Vinil‘.

Por isso escrevi muito (às vezes em capítulos específicos) sobre o excepcional Jorge Costa (músico, principalmente sambista, alagoano, gravado, por exemplo, por Zito Borborema), Venâncio (que compôs muito para Germano Mathias e foi uma figura humana excepcional: reclamo inclusive no livro sobre a inexistência de CDs que resgatem sua obra com Corumba) e Kazinho (músico paraense).

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Abro uma extensa discussão sobre a influência da música do Norte e Nordeste sobre o samba (em especial o sincopado) e digo da relação de Germano com Manezinho Araújo e Gordurinha (foi grande amigo de ambos – aliás o LP do Gordurinha recém colocado no ‘Forró em Vinil‘ (Mamãe, estou agradando) apresenta músicas que o Germano canta há muito tempo e que inclusive foram apresentadas recentemente – e de forma magnífica – no Programa ‘Sr. Brasil’ do Rolando Boldrin: Marido de Vedete, Calouro Teimoso e Súplica Cearense).

Ademais, Mathias também gravou músicas de Luiz Wanderley, do próprio Gordurinha e Elias Soares. Isso sem contar que planeja gravar há muitos anos um CD de cocos sincopados (ele tem o repertório todo pronto). Por isso o livro trata também de Jackson do Pandeiro (de quem Germano foi também amigo), de Osvaldo Oliveira e Jacinto Silva (aliás, Jacinto é um dos homenageados no meu agradecimento).

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Foi Mathias quem me chamou a atenção para a obra de Jacinto e Osvaldo (a maioria dos cocos selecionados por Germano são deles), músicos de quem sou fã e divulgador desde então. No ‘Forró em Vinil‘, encontrei finalmente aqueles cocos e rojões que Germano tanto cantava há muitos anos: discos que ele teve e perdeu e agora eu consigo, graças a vocês, trazer de volta para ele ouvir. Aliás, também constam desse repertório de Germano: Elino Julião, Ary Lobo, Edgar Ferreira, entre outros.”

O livro tem uma forma muito peculiar e interessante de retratar e navegar por versos e histórias, da obra e da vida do Germano, suas influências, hábitos e façanhas, um misto de fatos contados de forma fluida e romantizada, junto com, relatos e entrevistas, formas bastante informativas que ajudaram a contextualizar as ‘origens’ e as relações do Germano e de alguns dos artistas que vieram a se destacar como forrozeiros.

Germano Mathias, assim como Jacinto Silva, Jackson e Genival, também é conhecido pela facilidade com que lida com a divisão rítmica e a usa para caracterizar o seu samba “sincopado”.

Como quem não gosta de samba, bom sujeito não é, leiam o livro e conheçam essa figura que conviveu e interagiu com vários de nossos ídolos, Germano Mathias.

CD – Trio Manuê – Pra não ficar na mão

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O Trio Manuê surgiu em 16 de junho de 2007. Obteve o 2º lugar no Festival de Itaúnas de 2007,com a música “Deixe de arrelia”.

Formado por Zezito Pereira, Cebola e Valdo, lança seu 1º CD “Pra não ficar na mão”. Um time de feras participou dessa gravação, composições novas e muito boas, com várias participações especiais.

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“Todos os membros do grupo têm experiências no mundo musical desde a infância. Zezito, por exemplo aprendeu a gostar de forró aos 6 anos e aos 11 foi convidado para acompanhar os shows de Genival Lacerda. Durante a carreira, também já tocou ao lado de Raimundo Sodré, Fagner, Moraes Moreira, Elba Ramalho, Alceu Valença, Zé Ramalho, Amelinha, Mestre Zinho e os dois últimos shows do Jackson do Pandeiro.

Cebola fazia voz e violão com 9 anos de idade nos bares de João Pessoa e até já se aventurou no teatro, quando, aos 16 anos, atuou em “Os Saltimbancos”. Nandinho também começou cedo, aos 9 anos, por influência do pai Fernando do Acordeon. Hoje, aos 19 anos, é considerado grande revelação do forró pé-de-serra. Reunido desde o início de 2007, o Trio Manuê vem realizando diversos trabalhos em São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, entre outros.” (Fonte)

Trio Manuê – Pra não ficar na mão
2008

01 Deixe de arrelia (Elton Moraes)
02 Te encho de paixão (Elton Moraes)
03 Pra não ficar na mão (Zezito Pereira)
04 Te confesso meu amor (Sivaldo – Elton Moraes)
05 Arte do destino (Sivaldo)
06 Ruiva apimentada (Elton Moraes)
07 Coração doidim (Elton Moraes)
08 Forró maneiro (Mestrinho)
09 O dengoso (Elton Moraes)
10 Pra xaxar (Zezito Pereira – Mestrinho)
11 Doce de manuê (Elton Moraes – Sivaldo)
12 Sofri por te amar (Tiziu)
13 Doeu (Mestrinho – Erivaldinho)

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