Banda de Pífano de Caruaru – A bandinha vai tocar

capa

Mais um fantástico disco da Banda de Pífanos de Caruaru.

seloaselob

Gravado e lançado pelo lendário selo Marcus Pereira.

verso

Destaque para a clássica “Feira de mangaio” de Sivuca e Glorinha Gadelha.

Banda de Pífano de Caruaru – A bandinha vai tocar
1980 – Discos Marcus Pereira

01 A bandinha vai tocar (Anastácia – Paraná Queiroz)
02 Galope (Sebastião Biano – Gilberto Biano)
03 Um de cada vez (Benedito Biano – Sebastião Biano)
04 Baiano da viola (Sebastião Biano – Benedito Biano)
05 São João do carneirinho (Luiz Gonzaga – Guio de Morais)
06 De Alagoas a Pernambuco (Benedito Biano – Sebastião Biano – Ivan Bulhões)
07 Bianada na roça (Sebastião Biano – João Biano)
08 Feira de mangaio (Sivuca – Glorinha Gadelha)
09 Pega pra capá (Sebastião Biano – José Biano)
10 Forró em Limoeiro (Edgar Ferreira)
11 Maxixando (Benedito Biano – Sebastião Biano)
12 Saudades de Caruaru (Sebastião Biano – Amaro Biano)

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Banda de Pífanos de Caruaru – Raízes dos pífanos

Colaboração do Cacai Nunes, do Blog Acervo Orígens

O fundador da Banda de Pífanos de Caruaru é Manoel Clarindo Biano. Ele nasceu em Alagoas, em 1890, e casou-se com Maria Pastora em 1910. O casal gerou vários filhos, mas sobreviveram somente Benedito, Sebastião, Antônio, Maria José e Josefa. Sebastião nasceu em 1919, e Benedito em 1912, em Olho D’água do Chicão, em Alagoas. Manoel trabalhava na roça, e levava com ele os dois garotos. Eles eram bem pequenos, e como não conseguiam ainda trabalhar na lida, ocupavam o tempo com outras coisas, como pegar o talo da folha da abóbora, fazer nele uns furinhos e soprar. Claro que os dois meninos não queriam tocar flauta por inspiração divina. Eles imitavam o pai e o tio, que tocavam em bandinhas cabaçais da região. O pai deles, Manoel, tocava zabumba. Ele ficou empolgado vendo o interesse dos filhos em tocar o pífano, e encomendou duas flautinhas para os meninos. Ele sabia executar umas poucas músicas no pífano, e foi com esse pequeno conhecimento que se transformou no primeiro professor de seus filhos.

Os garotos eram obstinados, e foram pegando habilidade com as flautinhas. Tanto que o pai começou a tocar com eles em eventos da comunidade, principalmente festas religiosas. A família Biano possuía, como muitas famílias do sertão nordestino, um hábito de vida praticamente nômade. Eles se fixavam em um lugar por alguns poucos anos ou meses, e, quando a seca arrochava, saiam em retirada em busca de um lugar melhor. Então, em 1926, saíram de Mata Grande, a pé, para tentar chegar em Juazeiro, no Ceará. Pararam no meio do caminho, em Pernambuco, e moraram em uma fazenda entre os municípios de Custódia e Flores. Moraram lá por 3 anos, e a seca os fez mudar para Triunfo, também em Pernambuco; depois, foram para Bonito de Santa Fé, na Paraíba; voltaram para Pernambuco, precisamente para o município de Poço Comprido.

Nessas retiradas, Benedito sofreu um acidente com fogos de artifício, e feriu as mãos. Conseguiram levá-lo ao médico, a quilômetros de distância, que queria amputar-lhe a mão. Mas Manoel não deixou, e a mão de Benedito foi costurada. Ele perdeu a ponta dos dedos, ficou com seqüelas, mas conseguiu reaprender a tocar o pífano. Em 1933, eles foram para Buíque, em Pernambuco, e lá Benedito conheceu Maria Alice, com quem se casou em 1940. Em 1939, sem Benedito, a família mudou-se novamente, agora para Pesqueira, em Pernambuco; no mesmo ano, passaram por Belo Jardim também. No dia 15 de julho de 1939, viajaram de noite na boléia de um caminhão que os deixou, ao amanhecer do dia, na entrada da cidade de Caruaru. Encontraram uma casa abandonada e a ocuparam.

O dono da propriedade, depois, deixou que a família ficasse lá. Algum tempo depois, Benedito, que tinha se casado, apareceu por lá com sua esposa Maria Alice. Foi então, nesse mesmo ano de 1939, que a família formou a banda, com Manoel na Zabumba, Sebastião e Benedito nos pífanos e as duas filhas da família no triângulo e na voz. Foi assim, então, a pré-história da mais célebre banda de pífanos de todo o Brasil. Há vários outros discos da Banda de Pífanos de Caruaru aqui no Acervo Origens (Banda de Pífanos de Caruaru – 1973 – Vol.II; Banda de Pífanos de Caruaru – 1979 e Banda de Pífanos de Caruaru), com mais pedaços da história fantástica dessa família musical. O disco da postagem de hoje foi gravado logo depois que o grupo, já com outra formação (porque foram várias, ao longo de sua história), foi morar em São Paulo. Foi o primeiro disco com o selo Copacabana. È sabido que a Banda de Pífanos de Caruaru alterou várias de suas características originais buscando maior inserção mercadológica. Esse disco representa o início desse processo.

Ele tem somente metade das músicas instrumentais, porque as músicas vocais têm maior apelo comercial; além disso, estão presentes também músicas não-autorais. Foi também na gravação desse disco que, pela primeira vez, a banda inseriu outros instrumentos na gravação: contrabaixo, cavaquinho e sanfona (reparem que eles estão presentes nas músicas que não são de autoria dos integrantes do grupo). A capa mostra que a banda abandonou os trajes folclóricos, e usa roupas urbanas; os cortes de cabelo black-power também evidenciam que a Banda de Pífanos queria parecer moderninha. Em muitas músicas, os pífanos, alma e essência da banda, ficam um pouco em segundo plano. Quando ouvimos os discos anteriores, percebemos que a mixagem desse disco alterou um pouco a sonoridade da banda, com efeitos como amplificação dos graves da percussão e reverb nos pífanos que, em 1982, pode ter perecido legal, mas, hoje, acho que a maioria de nós prefere o sonzinho puro e simples da banda cabaçal como ela é. Mas o disco vale pelas músicas autorais, como Casa dos festejos e Rela o Bucho, ambas de Sebastião e Benedito Biano.

Banda de Pífanos de Caruaru – Raízes dos pífanos
1982 – Copacabana

01-Cana caiana (Alceu Valença)
02-Terra seca (Tiago Duarte-Gilberto Biano-João Biano)
03-Olinda no frevo (Sebastião Biano-Benedito Biano)
04-Pife velho (Plácido de Souza-Manoel Alves)
05-Casa dos festejos (Sebastião Biano-Benedito Biano)
06-Rela bucho (Sebastião Biano-Benedito Biano)
07-Vide vida marvada (Rolando Boldrin)
08-Maria cangaceira (Maria Bonita) (Téo Azevedo)
09-Choro da morena (Sebastião Biano-Benedito Biano)
10-Pout-pourri de ciranda (João Biano)
11-As raízes dos pífanos (Sebastião Biano-Benedito Biano)
12-Rancheira (Sebastião Biano-Amaro Biano)

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Banda de Pífanos de Caruaru – Zabumba Caruaru Vol. II

Colaboração do Cacai Nunes, do Blog Acervo Orígens

“selecionei o segundo disco lançado pela Banda de Pífanos de Caruaru. Aqui no blog já tem um disco dessa banda (gravado em 1979, depois que a Banda já tinha alcançado grande sucesso), e lá tem um pequeno texto sobre a banda e sua história.
Esse disco que disponibilizo agora é mais antigo, gravado em 1973. Vejam que o grupo ainda não utilizava o nome ‘Banda de Pífanos de Caruarú’, e sim ‘Zabumba Caruaru’. Esse disco traz a essência das bandinhas de pífano nordestinas, com a instrumentação convencional (zabumba, caixa, surdo e pífanos), tocados do modo típico.

A maioria das músicas é de autoria de Sebastião Biano, um dos tocadores de pífano. O repertório passeia por vários ritmos, desde o baião, é claro, passando por frevo (que é linda, por sinal, a música Frevo no Mato), marcha e até valsa. Há músicas cantadas, mas boa parte é instrumental. A percussão é genial, fazendo levadas criativas e com pressão; as flautas, virtuosísticas e extremamente precisas. Não é à toa que artistas consagrados da MPB piravam quando ouviam essa bandinha.

O valor desse disco que posto aqui é ainda maior quando consideramos um fato, triste, porém verdadeiro, que diz respeito à carreira dessa admirável bandinha. Depois do sucesso, até por necessidades financeiras, a Banda de Pífanos de Caruaru perdeu algumas de suas características originais. O pesquisador Carlos Eduardo Pedrasse, da UNICAMP, afirma que um dos discos mais recentes, ‘Tudo isso é São João’ , de 1999, tem apenas uma música de autoria da banda. A morte, por infarto, de Benedito Clarindo, um dos integrantes mais antigos da banda, em 1999, contribuiu também para que o conjunto perdesse muito de suas características melódicas e harmônicas. Segundo ele, a série de transformações incluiu instrumentos eletrônicos nas gravações, mas não procurando uma simbiose com o estilo dos pífanos, e sim para dar a impressão de salão de forró.

Pedrasse escreveu uma dissertação de mestrado sobre a Banda de Pífanos de Caruaru. Ele traz informações interessantes, como a origem do nome pífano, que é alemã: ‘pfeiffe’, ‘silffler’ ou ‘pfefer’, que significa assovio ou sopro. Uma pena que não consegui um link para acessar a dissertação dele. Mas tem outra dissertação de mestrado sobre a Banda de Pífanos de Caruaru, denominada ‘Significações Sociais, Culturais e Simbólicas na Trajetória da Banda de Pífanos de Caruaru e a Problemática Histórica do Estudo da Cultura de tradição Oral no Brasil’, de Cristina Eira Velha. Esses textos acadêmicos são legais porque passam por um rigoroso controle de fontes, além de serem fruto de muitos anos de pesquisa. Então, a informação que eles trazem é de grande valor.

Aproveitem!”

Banda de Pífanos de Caruaru – Zabumba Caruaru Vol. II
1973 – CBS

01. Cavalinho Cavalão (Onildo Almeida)
02. Zefinha das Camoranas (Onildo Almeida)
03. Bem-te-vi (Onildo Almeida)
04. Alvorada (Sebastião Biano / Benedito Biano)
05. Balança Meu Bem (Sebastião Biano)
06. Frevo no Mato (Sebastião Biano)
07. Mulher Dengosa (Sebastião Biano)
08. Bendito Padre Cícero (Sebastião Biano)
09. Repicar no Pífano (Sebastião Biano)
10. Vaidade (Sebastião Biano)
11. A Furtada (Sebastião Biano)
12. Despedida De Novena (Sebastião Biano / João Biano)

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Coletânea – Pau de Sebo – Vol 07

Colaboração do Julio Cesar Pimenta, de Natal – RN

O mais interessante é que essas músicas só existem nessas coletâneas, elas não foram gravadas nos álbuns de carreira.

Participaram dessa edição: Marinês, Os 3 do Nordeste, Osvaldo Oliveira, Elino Julião, Zabumba Caruarú, Jackson do Pandeiro, Abdias dos 8 Baixos, Jacinto Silva e Coronel Ludrú.

Coletânea – Pau de Sebo – Vol 07
1973 – CBS

01. Tudo isso é São João (Onildo Almeida) Marinês
02. Acorda São João (Onildo Almeida) Os 3 do Nordeste
03. São João na ribeira (Onildo Almeida) Osvaldo Oliveira
04. O que era meu (Olavo Mares / Elino Julião) Elino Julião
05. Amar o sol (Sebastião Biano) Zabumba Caruarú
06. São João é isso (Juarez Santiago / Adolfo José) Jackson do Pandeiro
07. Arrasta-pé no terreiro (Francisco Azulão) Abdias dos 8 Baixos
08. São João chegou (Alvaiade / Jackson do Pandeiro) Jackson do Pandeiro
09. Sanfoneiro contratado (Francisco Azulão / Genésio Guedes) Jacinto Silva
10. São João na lua (Severino Cândido / Sebastião Rodrigues) Elino Julião
11. Tudo é São João (Severino Ramos / Raimundo Evangelista) Abdias dos 8 Baixos
12. Balão azul (Sebastião Biano) Zabumba Caruarú
13. No balanço da rede (Juvenal Lopes) Marinês
14. Sanfoneiro renitente (Antônio Barros) Coronel Ludrú

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Banda de pífanos de Caruaru – Banda de pífanos de Caruaru

Colaboração do Jorge Paulo, o Bandeirante do Norte

Um disco histórico, lançado pelo excelente selo Marcus Pereira.

Confiram o texto da contra-capa, rico em informações.

Banda de Pífanos de Caruaru – Banda de Pífanos de Caruaru
1979 – Discos Marcus Pereira

01 Vira-folha (J. Biano – Sebastião Biano)
02 Pipoquinha (Sebastião Biano)
03 A briga do cachorro com a onça (Sebastião Biano)
04 Marcha dos bacamarteiros (J. Biano – Sebastião Biano)
05 Xamego dos “pife” (Sebastião Biano – Gilberto Biano)
06 Feira do troca-troca (J. Biano – M. Alves)
07 As espadas (Sebastião Biano – Amaro Biano)
08 Pipoca moderna (Sebastião Biano – Caetano Veloso)
09 Os Tupinambás (O. Almeida)
10 Cavalinho, cavalão (O. Almeida)
11 Valsa da pastora (Sebastião Biano – Benedito Biano)
12 Alvorada (Sebastião Biano – Benedito Biano)
13 Novena (Sebastião Biano – Benedito Biano)

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CD – Banda de Pífanos de Caruarú – No século XXI, no pátio do forró

Esse é um dos trabalhos mais recente da tradiconal Banda de Pífanos de Caruarú.

Banda familiar que se renova a cada geração da família Biano.

Produzido e gravado em São Paulo, com músicos de apoio e toda a tecnologia já disponível.

Destaque para a re-gravação de “Forroziar” de Geraldo Azevedo e Carlos Fernando.

Banda de Pífanos de Caruarú – No século XXI, no pátio do forró
2003 – Trama

01 Marina (João Biano)
02 Pimenta malagueta (Sebastião Biano)
03 Caruara Caruaru (Lídio Cavalcanti – Sebastião Biano)
04 Casaca de couro (Rui Moraes e Silva)
05 Jackson o rei do pandeiro (João Biano)
06 Sonho (Sebastião Biano – João Biano – Amaro Biano)
07 Viúva boa (Anastácio do Rojão)
08 O canto da ema (Ayres Viana – Alventino Cavalcanti – João do Vale)
09 Pot-Pourri de ciranda (João Biano)
10 Forroziar (Geraldo Azevedo – Carlos Fernando)
*Música incidental Asa branca (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
11 No pátio do forró (João Biano – Gilberto Biano)
12 Pisada do gato preto (Sebastião Biano – João Biano – José Biano)
13 Carupina (Alcymar Monteiro)
14 A vida do viajante (Luiz Gonzaga – Hervé Cordovil)

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Bandinha de pífano – Zabumba Caruaru

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Colaboração do José de Sousa, de Guarabira – PB.

Esse é o primeiro disco da Banda de pífanos de Caruaru.

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“Criada pelo trabalhador rural e zabumbeiro Manoel Biano, em 1924, na região de Mata Grande (em Alagoas), a Banda de Pífanos nasceu para perpetuar a tradição da Zabumba Cabaçal, cultivada ao longo de décadas pela família Biano. Ao lado de Manoel estavam seus dois filhos: Benedito (pai de João) e Sebastião, hoje o único remanescente da formação original.

Assim, participava das festas da região, ao mesmo tempo em que repassava seus conhecimentos aos filhos, Sebastião e Benedito. Prosseguiram entre Alagoas e Pernambuco até chegarem, em 1939, à Capital do Forró e dos Pífanos: Caruaru.

Passados 16 anos, Manoel Biano, deixou a incumbência aos filhos, Sebastião e Benedito, de darem continuidade à tradição da banda que ia além, era de geração a geração. Eles então atenderam ao pedido e com seus filhos formaram a Banda de Pífanos de Caruaru, em 1955.

Em 1972, a banda viria a gravar o primeiro LP, ‘Banda de Pífano Zabumba Caruaru’. Foi então que rumaram para São Paulo, onde participaram de documentários, espetáculos e de discos de outros artistas.

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Em Julho de 2005, ganhou o Prêmio TIM de Música, na categoria regional.

A banda continua e ao longo dos tempos, viria a gravar mais seis discos e com eles ser reconhecida no cenário musical nacional e internacional…” (Trechos extraídos do Overmundo)

Bandinha de pífano – Zabumba Caruaru
1972 – CBS

01. Briga do cachorro com a onça (Sebastião Biano)
02. Cantigas de Lampião (Onildo Almeida)
03. O boi (Sebastião Biano)
04. Feira de Caruaru (Onildo Almeida)
05. Dobradinho (Sebastião Biano)
06. Bloco das flores (Onildo Almeida)
07. Esquenta mulher (Sebastião Biano)
08. Caruaru caruará (Sebastião Biano / Lidio Cavalcanti)
09. Segura o passo Zé (Sebastião Biano)
10. É tudo Caruaru (Janduhy Finizola)
11. Pipoquinha (Sebastião Biano)
12. Celina (Onildo Almeida)

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CD – Banda de Pifanos de Caruaru – Tudo isso é São João

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Após 19 anos sem gravar, a Banda de Pífanos de Caruaru lança seu primeiro CD “Tudo Isso É São João”, no mesmo ano em que perde Benedito Clarindo Biano, um de seus fundadores. Hoje com 84 anos ou mais de história, a banda continua familiar, nesse disco era composta por Sebastião Biano (pífano), Amaro Biano (surdo/voz), José Biano (prato/voz), Gilberto Biano (caixa/voz) e João Biano (zabumba/voz), além da participação de Oswaldinho do acordeon.

‘A palavra pífano deriva do verbo germânico “pfeiffen” (assoprar). A origem do pífano, remonta aos beduínos orientais e berberes norte-africanos, povos árabes que dominaram por quase um milênio as terras da Espanha e Portugal. Embora a flauta já existisse na Europa, tocada da boca pra fora, longitudinalmente, a forma transversa caracteriza um modo tipicamente árabe de tocar o instrumento.

Em Portugal no século XVI, o Renascimento e a influência cristã promoveram a instauração de uma cultura, “puramente” européia, chegando o clero a condenar o uso de escalas musicais árabes nas músicas. Tal proibição não vingou entre as classes mais baixas que continuaram utilizando o pífano , a rabeca e a viola.

Foram estes, os degradados, aventureiros, gente do povo, os que não se despiram do que haviam aprendido com a presença árabe e judia na Ibéria dominada, que embarcaram nas primeiras naus a aportarem no Brasil.

Uma vez por aqui, não houve patrulha quanto a modos, ou sonoridades. Aconteceu o inevitável: da miscigenação com sonoridades negras e indígenas. Marcados pelo ritmo, pulsante e colorido estes toques rústicos são ainda hoje executadas por pífanos, tarol, prato, caixa, surdo e prato e , dependendo do lugar, com triângulo e ganzá.

Seja Cabaçal, Zabumba, Banda de Pífanos na Bahia ou Esquenta Mulhé, as bandinhas ainda hoje tocam em festejos religiosos, comícios, enterros, batizados e em demostrações públicas em todos os estados nordestinos.’ (Trexos extraídos do sítio Música nordestina)

Banda de Pifanos de Caruaru – Tudo isso é São João
1999 – Trama

* 01. Assum preto (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
* 02. Sanfoneiro contratado (Francisco Azulão – Genésio Guedes)
* 03. Balão azul (Sebastião Biano)
* 04. Capital do agreste (Onildo Almeida – Nelson Barbalho)
* 05. Cana caiana (Alceu Valença)
* 06. Isso aqui tá bom demais (Nando Cordel – Dominguinhos)
* 07. Petrolina, Juazeiro (Jorge de Altinho)
* 08. Asa Branca (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)
* 09. Zoar (Zé da Flauta – Carlos Fernando)
* 10. Carapéba (Julinho – Luiz Bandeira)
* 11. Tudo isso é São João (Onildo Almeida)

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Banda de pífanos de Caruaru

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A Banda de Pífanos de Caruaru tem suas origens no ano de 1924, quando Manoel Clarindo Biano, sertanejo das Alagoas, herdou de seu pai dois pífanos (ou pifes), um bombo, um prato e a missão de manter viva a Zabumba Cabaçal criada por seu avô, banda de pífanos, ou “esquenta mulher”, como é conhecida nas Alagoas, ou banda cabaçal, ou terno de zabumba, dentre outras denominações que variam conforme a região.

Manoel juntou a família, seus filhos Benedito e Sebastião, e um amigo e começaram a percorrer o nordeste, fugindo da seca e da miséria, fazendo apresentações em quermesses, novenas, casamentos, batizados, enterro de “anjos” e até mesmo para o lendário Lampião (1927). Foi nessas andanças que aportaram em Caruaru, no ano de 1939, onde continuaram com seus shows. 1955 marca a perda de s. Manoel. A missão de manter viva a tradição foi delegada aos seus filhos, e agora também aos seus netos: Luiz, que permaneceu por pouco tempo, e Amaro (filhos de Sebastião) e Gilberto e João (filhos de Benedito), agora batizados com o nome de Banda de Pífanos de Caruaru.

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A música da “Bandinha” ultrapassou os limites do estado de Pernambuco, chegando aos ouvidos, nos anos 60, dos tropicalistas Jards Macalé, de nosso atual ministro Gilberto Gil e, mais pra frente de Caetano Veloso. Do encontro entre os instrumentistas e Caetano nasceu “Pipoca Moderna”, que permitiu, embora os Biano só tivessem descoberto, por acaso, a veiculação da música alguns anos depois, o reconhecimento nacional da Banda de Pífanos de Caruaru.(texto extraído do sítio entre cantos)

Banda de pífanos de Caruaru
1976 – Continental

01. Pipoca moderna (Caetano Veloso – Sebastião Biano)
02. Caboré (Sebastião Biano)
03. Frevo Danado (Ronaldo Maciel – Rui Ferreira)
04. Arrasta pé corneta (Sebastião Biano)
05. Lamentação (Plácido de Souza)
06. Flor de muçambê (Manoel Alves – João Biano)
07. Carimbó do pífano (Sebastião Biano)
08. O tocador rebate a marcha (Sebastião Biano)
09. Levanta Poeira (Sebastião Biano)
10. O choro dos pífanos (Sebastião Biano)
11. Cabo da vassoura (Sebastião Biano)

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