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CD – Coletânea – Remelexo Brasil vol.3 Ao vivo

Colaboração do Lourenço Molla, de João Pessoa – PB

Terceiro disco lançado pela casa de forró paulistana com a participação dos trios e bandas que tocavam regularmente na casa na ocasião.

Participam da coletânea: Mestre Zinho, Trio Balanço Bom, Maracaia, Os 4 Mensageiros, Trio Potiguá, Trio Forrózão, Trio Nordestino e Baquara.

 Coletânea – Remelexo Brasil vol.3 Ao vivo
2006

01 Forrózinho bom – Mestre Zinho
02 De cara nova – Trio Balanço Bom
03 Intuição – Maracaia
04 Ói a cera sanfoneiro – Os 4 Mensageiros
05 Vamos balançar – Trio Potiguá
06 Forró da musa – Trio Forrózão
07 Sempre assim – Trio Nordestino
08 Gelo na farinha – Mestre Zinho
09 Pisada diferente – Trio Balanço Bom
10 Menina bela – Maracaia
11 Benedita bole bole – Os 4 Mensageiros
12 Agradar você – Trio Potiguá
13 Festa pro meu amor – Baquara

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Coletânea – Festival Rootstock 2017 – Homenagem a Marinês

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Coletânea gravada ao vivo durante o Festival Rootstock 2017, em homenagem a Marinês.

Agradecimento super especial ao Maestro Marcos Farias, idealizador da homenagem.

Ficha técnica:
Produção executiva: Ivan Dias
Seleção de repertório: DJ Vhinny
Captação: Bruno (Equipe ZBM)
Tratamento, mixagem e masterização: Maestro Omar Campos
Overdub: Thiaguinho dos Santos (Cavaco); Abner Brasil (Percussão); Vitor Diniz (Flauta Transversal); Omar Campos (Baixo e Guitarra), Jorge Donadeli (Acordeon); Omar, Jorge e Ivan (Corais).
Arte: Yuri Leite.

Coletânea – Festival Rootstock 2017 – Homenagem a Marinês
2017

01 Trio Xamego – Se lembra coração (Luiz Fidélis – Ferreira Filho)
02 Nando Nogueira – Forró das comadres (João Silva)
03 Edson Duarte – Meu Cariri (Rosil Cavalcanti – Dilú Melo)
04 Nicolas Krassik – Feira de Mangaio (Sivuca – Glorinha Gadelha)
05 Diego Oliveira – De amor morrerei (Dominguinhos – Anastácia)
06 Benício Guimarães – Recordação (Reinaldo Costa)
07 Jorge do Rojão – Assim nasceu o xaxado (Onildo Almeida – Agripino Aroeira)
08 Tiziu do Araripe – Mundo de amor (Dominguinhos – Anastácia)
09 Mariana Mello – Jerimum de gogó (João Silva – J.B. Aquino)
10 Potiguá – Ladeira do penar (Anastácia – Dominguinhos)
11 Trio Alvorada – Largo do Pelourinho (J. Cavalcanti – De Castro)
12 Karenn Fontes – Cheguei pra ficar (Anastácia – Dominguinhos)
13 Mestrinho – Atendendo ao meu povo (Tarcísio Capistrano)
14 Trio Balancê – Deixei minha terra (João do Vale – Sebastião Rodrigues)
15 Bastião – Cavalo verde (Da Costa – D’arc)
16 Chambinho do Acordeon – A volta do Baião (João Silva – K-boclinho)
17 Cacai Nunes – Profecia de Padre Cícero (Jacinto Silva – Onildo Almeida)
18 Fala Nordestina – Matuto (Onildo Almeida)
19 Luizinho Calixto – Baião granfino (Luiz Gonzaga – Marcos Valentim)
20 Paulinho Motta – Multirão de Pedreira (Julinho – João do Vale)
21 Janayna Pereira – É tempo de voltar (Anastácia – Dominguinhos)
22 Chama Chuva – Coco da mãe do mar (Lenine – Siba)
23 Os 3 do Nordeste – O fole roncou (Nelson Valença – Luiz Gonzaga)
24 Aluízio Cruz – Peba na pimenta (João do Vale)
25 Trio Lampião – Pisa na fulô (Silveira J.R – Ernesto Pires – João do Vale)
26 Aninha Vidal – Procissão (Gilberto Gil)

Faixas Bônus:
27 Marcos Farias – Recordação (Reinaldo Costa)
28 Elba Ramalho – Bate coração (Cecéu)

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Coletânea – Puxando fogo

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Uma bela coletânea, com repertório bem variado e muitas estrelas.

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Embora a capa tenha elementos de bumba meu boi, é um disco de forró!

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Participam da coletânea Elino Julião, Genival Lacerda, Messias Holanda, Marinalva, Jackson do Pandeiro, Antonio Barros, Elias Alves e Zé Catraca.

Coletânea – Puxando fogo
1985 – Sinter

01 Puxando fogo (Elino Julião – João Machado) Elino Julião
02 Cadê meu bem (Brito Lucena) Genival Lacerda
03 Festa no arraial (Jackson do Pandeiro – Noca) Jackson do Pandeiro
04 Vamos lá pra ver (Antonio Barros) Messias Holanda
05 Procurando tu (Antonio Barros – J. Luna) Jackson do Pandeiro
06 Sanfoneiro macho (Zé Catraca) Zé Catraca
07 Quadrilha na roça (Genival Lacerda) Genival Lacerda
08 Sabiá na bananeira (Paulo Duarte – Francisco Azulão) Messias Holanda
09 Xodó de motorista (Elino Julião – Dilson Doria) Elino Julião
10 Começa já (J. Cavalcanti) Jackson do Pandeiro
11 Já faz tempo, não lhe vejo (Antonio Barros) Antonio Barros
12 Mané tocador (Luiz Moreno – Paulo Patricio) Marinalva
13 Amor e saudade (J. Nunes – Joceval Costa Lima) Elias Alves
14 O burro (Elino Julião) Elino Julião

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Coletânea – O maior forró do mundo

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Uma linda coletânea, musicalidade acima da média.

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O disco tem duas faixas instrumentais: “Forró do Egildo”, de autoria de Egildo, executada pela Banda de Pau e Corda; e “Oia o cruzado de novo”, com Pinto do Acordeon, de sua autoria.

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Participam da coletânea Quinteto Violado, Banda de Pau e Corda, Nana Rocha e Pinto do Acordeon.

Coletânea – O maior forró do mundo
1986 – Paralelo

01 Funga, funga (Toinho Alves) Quinteto Violado
02 Vamos suspirar (Roberto Andrade – Waltinho) Banda de Pau e Corda
03 Beco do prazer (Toinho Alves – Ciano) Nana Rocha
04 Pagode russo (Luiz Gonzaga – João Silva) Quinteto Violado
05 Forró do Egildo (Egildo) Banda de Pau e Corda
06 O maior forró do mundo (Toinho Alves) Quinteto Violado
07 Partida (Egildo – Waltinho – Zezé de Andrade) Banda de Pau e Corda
08 Oia o cruzado de novo (Pinto do Acordeon) Pinto do Acordeon
09 Anita Cruz violeira (Toinho Alves – Marcelo Melo) Nana Rocha
10 Com todo gás (Pinto do Acordeon) Quinteto Violado e Banda de Pau e Corda
11 Engenho velho (Waltinho – Roberto Andrade) Banda de Pau e Corda
12 As três festas (Toinho Alves – Mario Lobo) Quinteto Violado

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CD – Coletânea – Forró, festa e São João

Colaboração do Arlindo.

Uma coletânea muito especial pois reúne grandes ícones do nosso forró.

Participam da coletânea: Adelmário Coelho, Alcymar Monteiro, Anastácia, Antonio Barros, Assisão, Cecéu, Chambinho, Elba Ramalho, Flávio José, Flávio Leandro, Fulô de Mandacaru, Genival Lacerda, Geraldinho Lins, João Lacerda, Joquinha Gonzaga, Jorge de Altinho, Leonardo de Luna, Maciel Melo, Mayra Barros, Nádia Maia, Nando Cordel, Petrúcio Amorim, Quinteto Sanfônico do Brasil, Raimundinho do Acordeon, Santanna, Targino Gondim e Waldonys.

 Coletânea – Forró, festa e São João
2018

01 Brincadeira na fogueira (Antonio Barros)
02 Naquele São João (Antonio Barros)
03 É madrugada (Antonio Barros)
04 Balão proibido (Alcymar Monteiro)
05 Arraiá da capitá (Alcymar Monteiro)
06 Pra que fogueira (Antonio Barros)
07 Nas noites de São João (Targino Gondim – Carlinhos Brown)
08 Deixa clarear (Jorge de Altinho – Joãozinho Solares)
09 Não vou chorar (Antonio Barros)
10 Rompeu aurora (Antonio Barros)
11 São João do Araripe (Flávio Leandro – Joquinha Gonzaga – Cissa Leandro)
12 Esquenta moreninha (Assisão)
13 Bom demais (Jorge de Altinho)
14 Sou São João (Targino Gondim – Antonio Barros – Cecéu – Carlinhos Brown)
15 Um verdadeiro amor (Flávio José)

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Coletânea – Forró em Alagoas

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Colaboração do Maicon Fuzuê.

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Um dos maiores ícones do forró participou da coletânea, mas na época, ele ainda não havia recebido o pré-nome “Mestre”. Dessa forma, podemos concluir que o disco é de meados ou da primeira metade da década de 1990.

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Participam da coletânea: Tinan Rodrigues, Cláudio Rios, Mestre Zinho, Edson Natureza, Messias Lima e Irineu Nicácio, Geraldo Cardoso, Avelino Torres e Chameguinho.

Coletânea – Forró em Alagoas
Digit Sound

01 P.cês do Brasil (Tinan Rodrigues) Tinan Rodrigues
02 São João em São Miguel (Cláudio Rios) Cláudio Rios
03 Festa dos namorados (Zinho – Zuza) Mestre Zinho
04 Pra você voltar (Antonio Jacinto – Edson Natureza) Edson Natureza
05 Desabafo de um lavrador (Messias Lima) Messias Lima e Irineu Nicácio
06 Gostoso rela-rela (Geraldo Cardoso – Airton Silva) Geraldo Cardoso
07 São João do sertão
08 Penedo (Tinan Rodrigues) Tinan Rodrigues e Mestre Zinho
09 Amar, amar (Airton Silva) Chameguinho
10 Recordação (Avelino Torres) Avelino Torres
11 A festa na fogueira (Messias Lima) Messias Lima
12 Não sei chorar pra fora (Irineu Nicácio) Irineu Nicácio

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Coletânea – Xoforró vol.2

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Uma bela coletânea, volume 2 do Xoforró.

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Repertório oriundo dos discos de carreira dos artistas participantes.

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Participam da coletânea: Luiz Wanderley, Genival Lacerda, Nino e o Trio Paranoá, Sebastião do Rojão, Zé do Baião e Romário Wanderley.

Coletânea – Xoforró vol.2
1978 – Rosicler

01 Baiano Burro Nasce Morto (Gordurinha) Luiz Wanderley
02 Papagaio Falador (Severino Rangel de Carvalho) Genival Lacerda
03 Saudades de Belém (Fernando Silva) Nino e Trio Paranoá
04 O Sofrimento das Muié (Sebastião do Rojão) Sebastião do Rojão
05 Um Pedaço de Nordeste (José Luiz – Pechincha) Zé do Baião
06 Entrou de Gaiato (Delmiro Ramos – Leonel Cruz) Romário Wanderley
07 Mineiro Sabido (Luiz Wanderley – Elias Soares) Luiz Wanderley
08 Forró Sem Mulher (Genival Lacerda) Genival Lacerda
09 Foguete Baiano (Aurino Santana da Silva) Nino e Trio Paranoá
10 Bola de Baiano Não É Coco (Julio Antônio) Sebastião do Rojão
11 Certidão de Minha Filha (Venâncio – Corumba) Zé do Baião
12 Bode Cheiroso (Elias Soares – M. Fernandes) Luiz Wanderley

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Coletânea – Cangaceiros do nordeste

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Essa é uma rara coletânea, um disco todo instrumental. As belas ilustrações das capas são de José Lancellotti.

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Repertório composto por vários xaxados, mas também baiões e outros ritmos.

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Participam do disco: Ary Coutinho, Joãozinho da Sanfona, Severino Barros e Severino Januário.

Coletânea – Cangaceiros do nordeste
1974 – SOMA

01.Segura o Pífaro (Luiz Wanderley – Ary Coutinho)
02.Chamego da Maria (Luiz Wanderley – Arino Nunes)
03.Forró Em Bacabal (Nito Canhete – Arino Nunes)
04.O Gemedor (Reivan – Luiz Wanderley)
05.Forró do Azambuja (Reivan – Luiz Wanderley)
06.Samba no Forró (Reivan – Luiz Wanderley)
07.Forró no Vidigal (João Monteiro – Antonio F. Lima)
08.Forró do Caloteiro (João Monteiro)
09.Forró do Zé Migué (João Monteiro – Reivan)
10.A Filha do Tomé (João Monteiro – Antonio F. Lima)
11.Xaxadinho das Alagoas (Severino Januário)
12.Êta Baixo Bom (Ary Coutinho)

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Coletânea – Os bons do Norte

Capa 8

Colaboração do Jonathas Pasternack, de São Paulo – SP.

Selo A 6Selo B 5

“Disco um tanto raro do selo DEX do Braga Neto.

Verso 8

Uma curiosidade: apesar do disco ser uma homenagem a Almerindo Santana do lado B / faixa 1 tem um solo do Zuquinha, faixa ‘Onze de Maio’ de Zuquinha e J. Montanha Neto.

Destaco a faixa ‘Ai Que Saudade Dela’ de Almerindo Santana e J. Lima”

Coletânea – Os bons do Norte
1978 – DEX

01 – Ai Que Saudade Dela (A. Santana – Jota Lima)
02 – Humilhação (L. Rodrigues – J. Cicero)
03 – O Canto do Rouxinol (Braga Neto)
04 – Não Consigo Te Esquecer (Almerindo Santana – Ciço do Pará)
05 – Marlene (Almerindo Santana – Luiz Rodrigues)
06 – Saudades do Meu Sertão (José Augusto dos Santos)
07 – Onze de Maio (Zuquinha – J. Montanha Neto) Zuquinha
08 – Sertão Sofredor (Almerindo Santana – Luiz Rodrigues)
09 – Nair (Luiz Rodrigues – Sargento Gonçalves)
10 – Madalena (Zuquinha)
11 – Recompensa de Amor (Almerindo Santana – Luiz Rodrigues)
12 – Romance de Amargura (Luiz Rodrigues – Ciço do Pará)

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Texto – Forró pra gringo ouvir – Por Érico Sátiro

*Colaboração do Érico Sátiro, originalmente publicado no Ralabucho Podcast.

No final de 2016, uma lista de suas músicas preferidas para praticar atividades físicas, divulgada pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama, tornou-se notícia no Brasil por uma inclusão inusitada: a faixa “Perro Loco”, da banda Forro in The Dark, grupo formado em Nova York no ano de 2002, por três brasileiros lá radicados, e que mistura ao forró elementos da música pop, como a adição de guitarras e saxofones. Será então que o nosso forró definitivamente se popularizou no exterior? Ainda não tanto, até porque “Perro Loco” não é exatamente uma canção de forró tradicional, porém, isso não quer dizer que o ritmo nordestino não tenha uma boa aceitação em terras estrangeiras. Muito pelo contrário, basta perceber o sucesso que os músicos do estilo conseguem ao realizar turnês em outros países, em especial na Europa. Além disso, assim como o Forro in The Dark, há outros grupos formados no exterior explorando o forró, a exemplo do Matuto, também nos Estados Unidos, e o Bel Air de Forro, na França, o que ajuda a difundir o gênero ao redor do mundo.

A admiração do público e da crítica estrangeira é grande a ponto de haver determinados discos de música nordestina que foram lançados exclusivamente no exterior, até mesmo de artistas consagrados no estilo. Sivuca, Oswaldinho, Dominguinhos, Camarão e João do Vale são exemplos de músicos brasileiros que tiveram álbuns lançados ou reeditados somente no exterior. Há algum tempo, não havia alternativa ao público brasileiro para escutar tais discos, senão comprá-los em outros continentes. Com o advento da internet, surgiu a oportunidade de importá-los através de lojas online ou “baixar” os arquivos por meio de sites de compartilhamento. Atualmente, embora ainda exista a possibilidade de adquiri-los em sites estrangeiros de CDs, pode-se ouvir a maioria desses álbuns em plataformas de streaming como Spotity ou Deezer. O reconhecimento do público estrangeiro ao valor do forró não é novidade, mas a existência desses discos é mais uma mostra, em tempos de invasão do “breganejo” e dos “forrós de plástico” nas festas juninas, que a autêntica música nordestina nunca vai acabar. Confiram abaixo alguns desses CDs que foram lançados ou reeditados somente no exterior:

oswaldinho Forró Novo – Oswaldinho (1997) – Com apresentações e participações em festivais em diversas partes do mundo, o acordeonista Oswaldinho, conhecido por explorar ritmos como jazz, rock, blues e até o erudito em seus discos, lançou na Alemanha, pelo selo Piranha´s, o seu disco mais nordestino da carreira, utilizando apenas sanfona, triângulo e zabumba. São 13 faixas instrumentais gravadas pelo filho do forrozeiro Pedro Sertanejo, mesclando canções de sua autoria com clássicos de Luiz Gonzaga e Dominguinhos, em um dos melhores álbuns de sua discografia.

julinho Accordeon do Brasil – Julinho do Acordeon (1992) – o acordeonista e maestro cearense João Aguiar Sampaio, o Julinho, falecido em 2008, é autor de canções como “De Juazeiro a Crato” (Julinho/Luiz Gonzaga), “Dengo maior” (Humberto Teixeira/Julinho) e “Carapeba” (Julinho/Luiz Bandeira), todas gravadas por Luiz Gonzaga, além de “Magoada” (Julinho/João do Vale), interpretada por Clara Nunes, e da instrumental “Baiãozinho bom” (Julinho/Evaldo Gouveia), uma de suas composições mais conhecidas. Exímio instrumentista, Julinho também se apresentou em vários países e gravou diversos LPs em sua carreira, além desse CD lançado na França, em 1992, pelo selo Kardum. No encarte, texto escrito pela francesa Dominique Dreyfus, biógrafa de Luiz Gonzaga.

camarão Camarão plays forró – Camarão (1998) – Reginaldo Alves Ferreira, o Camarão, falecido em 2015, recebeu em 2003 o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, o que demonstra a importância do sanfoneiro para a cultura do seu Estado. Dono de um estilo próprio de tocar acordeon, o músico gravou em 1995, no Recife, as músicas do CD Camarão plays Forró, lançado somente na Europa, em 1998, pelo selo Nimbus, da Inglaterra. Com capa extraída de tela da artista plástica Isa Galindo, o CD, com interpretações no autêntico estilo pé de serra, traz ainda o também falecido Arlindo dos 8 Baixos em quatro faixas, além de contar com a participação da cantora Joana Angélica nos vocais.

music for maids Brazil: Forró – Music for maids and taxi drivers (1990) – Apesar de ter uma versão lançada no Brasil, esse disco não poderia faltar na lista. Em 1981, o produtor e músico pernambucano Zé da Flauta gravou, em condições estruturais improvisadas e experimentais, duas fitas com músicas de Toinho de Alagoas e Duda da Passira, autênticos representantes do forró. Após vendê-las para a Visom Digital, recebeu o pedido de mais duas fitas, que foram gravadas com Heleno dos 8 Baixos e José Orlando, em 1982. Vários anos depois, os quatro discos foram compilados e lançados nos Estados Unidos e Europa com o título de “Brasil: Forró – Music for maids and taxi drivers”. O sucesso foi tão grande que, além de ter recebido um prêmio na Inglaterra de melhor capa de CD internacional, em 1990, pela xilogravura de Marcelo Soares, o disco foi indicado ao Grammy Awards na categoria traditional folk, em 1991. “Por causa de um disco de forró, estávamos na festa de premiação dando de cara com nomes como Natalie Cole, Keith Richards (Rolling Stones), Aerosmith, Billy Idol, Quincy Jones…”, relembra Zé da Flauta. O êxito da empreitada também acabou rendendo uma edição nacional do CD e um novo disco de forró: Pé de Serra Forró Band.

forro band Dance music from the countryside – Pé de Serra Forró Band (1992) – Com o sucesso do “Music for maids and taxi drivers”, Zé da Flauta foi procurado por Tiago de Oliveira Pinto (brasileiro radicado na Alemanha), do Departamento Latino-Americano da Haus Der Kulturen Der Welt (Casa das Culturas do Mundo), de Berlim, para fazer um disco semelhante, a ser lançado na Alemanha. O produtor reuniu, então, Duda da Passira (acordeon), Heleno dos 8 Baixos (fole de 8 baixos), Tavares da Gaita (gaita, reco-reco), Raminho (zabumba, triângulo) e Quartinha (zabumba, triângulo) para formar o Pé de Serra Forró Band. “Eles (Casa das Culturas do Mundo) têm um estudo completo sobre o pífano e possuem todos os ritmos nordestinos escritos em partituras, coisas que nós não temos”, impressiona-se Zé da Flauta. As gravações foram feitas no Recife, em fevereiro de 1992, e o disco lançado na Alemanha pela própria Haus Der Kulturen Der Welt.

joão do vale O poeta do povo – João do Vale (1965) – Autor de centenas de músicas, o cantor e compositor maranhense João Batista do Vale teve, no entanto, uma curta discografia. “O poeta do povo”, seu primeiro disco de carreira, foi lançado no Brasil em 1965, com boa aceitação do público e da imprensa especializada. “Nesse LP, João do Vale canta com muita convicção, muita naturalidade e fervor, um punhado de composições suas, acompanhado por um bom violão e ritmo”, enfatizou o crítico L. P. Braconnot¹, à época do lançamento. Apesar da qualidade, a obra nunca foi editada em CD no nosso país. Em 2014, no entanto, pelo selo Doxy Music, o LP ganhou uma reedição na Europa em que, junto com o bolachão, vem uma versão em compact-disc. Entre as faixas, clássicos como “Carcará” (João do Vale/José Cândido), “Pisa na fulô” (João do Vale/Ernesto Pires/Silveira Jr.), “A voz do povo” (João do Vale/Luiz Vieira” e “Peba na pimenta” (João do Vale/José Batista/Adelino Rivera).

dominguinhos Domingo Menino Dominguinhos – Dominguinhos (1976) – Contando com um time de primeira ao seu lado, formado, entre outros, por Wagner Tiso (piano elétrico), Gilberto Gil (violão), Toninho Horta (guitarra), Moacyr Albuquerque (baixo) e Jackson do Pandeiro e seus irmãos Tinda e Cícero (percussão), Dominguinhos gravou, em 1976, um dos grandes discos de sua brilhante carreira. Misturando jazz aos ritmos tradicionais da música nordestina, o acordeonista pernambucano imprimiu a sensibilidade marcante do seu instrumento em cada faixa do álbum, deixando-o mais com cara de MPB do que de forró. “Tem que tocar pra fora, com alegria, com prazer, senão, mando todo mundo embora. O Wagner Tiso e o Toninho Horta, acostumados a tocar com o Milton Nascimento, de vez em quando começavam a entortar, a fazer aquele som fechado, de lata velha. Mas aí, eu explicava que meu som é diferente, e como eles são flexíveis, compreendiam”, declarou um exigente Dominguinhos². A incorporação do jazz e outros elementos em sua música também gerou a incompreensão de alguns críticos, como o jornalista José Ramos Tinhorão, que, à época, teceu pesados comentários sobre o disco³. A edição em CD do disco permanece inédita no Brasil, tendo sido lançada somente no Japão, em 2015. No repertório, quase todas as faixas são de autoria do próprio Dominguinhos e de Anastácia, com exceção para “Gracioso”, do flautista Altamiro Carrilho.

samba nouvelle Samba Nouvelle Vague – Sivuca (1961/1962) – Embora este não seja um disco de forró, não poderia faltar na relação, principalmente pela importância do autor para a música nordestina. Foi durante o período em que residiu na França, que Severino Dias de Oliveira, o Sivuca, paraibano de Itabaiana, gravou os álbuns “Sivuca e os ritmos brasileiros de Silvio Silveira” (1961) e “Samba Nouvelle Vague” (1962), interpretando choros e diversas canções da bossa nova, como “Samba de uma nota só” (Newton Mendonça/Tom Jobim). Nas gravações, que também contaram com outros músicos, Sivuca foi o responsável, além do acordeon, pelos pianos, vocais, arranjos e guitarras (somente no disco de 1962). Em 2005, a Universal Music da França reuniu os dois álbuns em um único CD, com o mesmo título do LP de 1962. Foi disponibilizado na Europa e ainda é possível encontrá-lo com certa facilidade em lojas estrangeiras na internet.

richard Richard Galliano au Brésil – Vários (2014) – Apesar do título, o CD nada mais é que a trilha sonora do documentário “Paraíba, meu amor”, do diretor suíço Bernard Robert-Charrue, que se apaixonou pelo forró ao conhecer o ritmo e produziu este filme sobre o gênero, direcionado ao público europeu e lançado em 2008. Nas gravações, o acordeonista francês Richard Galliano passeia, toca pela Paraíba e observa o som de nomes como Dominguinhos, Chico César, Pinto do Acordeon, Aleijadinho de Pombal e Os 3 do Nordeste. O repertório do disco, disponibilizado somente na Europa em 2014, em formato de CD duplo, é composto pelos áudios extraídos exatamente dos números musicais do filme.

acustico 1acústico 2 Forró Acústico – Accordéon du Nordeste du Brésil, volumes 1 e 2 – Vários (2007/2008) – Em 2006, o produtor belga Damien Chemin, então residente em Sergipe, idealizou um projeto de pesquisa de artistas do forró, principalmente naquele estado e em Alagoas, que resultou na coletânea “Forró Acústico – Accordéon du Nordeste du Brésil”, lançada em dois volumes pelo selo francês Cinq Planètes. As gravações, que foram realizadas nas próprias casas e bairros dos músicos, fora dos padrões convencionais de estúdio, traziam nomes pouco conhecidos em outras regiões como Olivan do Acordeon, Cachoeira, Bodocó e Batista do Acordeon, ao lado de músicos de maior destaque como os irmãos Mestrinho e Erivaldinho, filhos do também forrozeiro Erivaldo de Carira. Os discos circularam pela Europa e Japão, tiveram boas vendas e ganharam destaque na imprensa internacional, como a revista francesa Mondomix⁴.

cobra Forró do Baú – Cobra Verde (2009) – Admirado com o talento do sanfoneiro sergipano Soenildo Santos Mendonça, ou simplesmente Cobra Verde (também participante da coletânea “Forró Acústico – Accordéon du Nordeste du Brésil”), o diretor do selo Cinq Planètes, Philippe Krümm, famoso na Europa pelo seu conhecimento sobre o acordeon, pediu que Damien Chemin produzisse um disco solo de Cobra Verde para seu selo. O CD foi gravado em Aracaju, em 2009, mas foi lançado na França e distribuído na Europa, EUA e Japão pela L’autre Distribution. Com embalagem caprichada, trazendo livreto com várias fotos em 28 páginas, o álbum apresenta cinco execuções instrumentais e diversos convidados nos vocais nas outras faixas, como o cantor, repentista e instrumentista Genovitor, a falecida cantora Clemilda e o baiano Adelmário Coelho, que interpreta “Carreiro Novo”, de Jacinto Silva. “Chamamos diversos artistas e amigos para participar do CD. Todos gostaram da idéia de participar do primeiro trabalho solo de Cobra Verde, que é muito respeitado em Sergipe”, afirma Chemin. Bem recebido pela crítica europeia, o disco impulsionou o músico em uma pequena turnê pela França e Bélgica, além de participação em um festival de música popular na Argentina.

festa A festa – Luiz Gonzaga (1981) – Lançado em abril de 1981 e recebido pela crítica com certa discrição, o 39º LP do Rei do Baião trouxe regravações clássicas como “Paraíba” (Humberto Teixeira/Luiz Gonzaga) – canção criada inicialmente como um jingle para a campanha política de José Américo de Almeida, na Paraíba – e “Cacimba Nova” (José Marcolino), ao lado de outras músicas que, embora não tenham se tornado emblemáticas, deram brilho à continuidade do consistente e autêntico repertório de Luiz Gonzaga. O álbum registra também diversos convidados especiais: Emilinha Borba, Gonzaguinha, Nelson Valença, Dominguinhos, Zé Marcolino e Milton Nascimento. Sobre este último, que participa da faixa “Luar do Sertão” (Catulo da Paixão Cearense), Gonzaga relatou: “O contato com Milton Nascimento foi simples. Nós nem ensaiamos, todo mundo sabe cantar essa música. Só tive cuidado em afinar com ele, porque ele tem uma extensão de voz muito grande(…). Ele é uma figura interessante, fala pouco, muito pouco”⁵. Embora o disco tenha sido disponibilizado neste ano em plataformas digitais, a edição em CD permanece inédita no Brasil, tendo sido lançada no Japão, em 1995, pela BMG Ariola. Raríssima, a mídia em compact-disc é oferecida atualmente pela bagatela de quase mil reais no site do Mercado Livre.

Referências:
1. Braconnot, L. P. Coluna Discos, Tribuna da Imprensa, 25 de outubro de 1965.
2. Souza, Tárik de. Coluna Acontece, Jornal do Brasil, 1º de agosto de 1976.
3. Tinhorão, J.R. “O sanfoneiro que subiu para cair”, Jornal do Brasil, 16 de agosto de 1976.
4. http://blogs.mondomix.com/accordeon.php/2010/09/25/forro-la-musique-des-cacheros-du-nordest.
5. Dreyfus, Dominique. Vida do viajante: a saga de Luiz Gonzaga. Editora 34, 1996, 1ª edição.

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