Centenários de 2015

*Informações enviadas pelo pesquisador e escritor Rômulo Nóbrega, de Campina Grande – PB.

“Talvez já saibas, este ano de 2015 é o centenário de nascimento de um bocado de gente.

Vejamos:

– Humberto Teixeira, em 05 de Janeiro
– Ruy Rey, cantor, (Domingos Zeminian), em 04 de janeiro;
– Abel Ferreira, em 15 de fevereiro;
– Haroldo Barbosa, em 21 de Março;
– Gilberto Alves e Aurora Miranda, 15 de abril;
– Luiz Bittencourt, 06 de maio;
– Garoto, 28 de junho;
– Jair Amorim, 18 de julho;
– Fernando Lobo, 26 de julho. Este é pai de Edu Lobo;
– Roberto Roberti, 09 de agosto;
– Orlando Silva, 03 de Outubro
– Grande Otelo, em 18 de outubro;
– Raul de Barros, em 25 de novembro;

(os dados acima foram retirados do livro ‘A Canção No Tempo’, vol I 1901-1957, 3a edição, de autoria de Jairo Severiano e Zuza Homem de Melo.

Ainda tem o cantador Lourival Batista e o sanfoneiro de 8 baixos Gerson Filho, ex esposo de Clemilda, falecida recentemente, e Rosil Cavalcanti, em 20 de dezembro.”

Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira – Nova História Da MPB 11

Capa

Colaboração do William de Paiva Vital, de Recife – PE

Encarte 4Encarte 2
Selo Lado 1Selo Lado 2
Encarte 6Encarte 12

Uma linda coletânea que relembra os principais sucessos emplacados pela dupla Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Contra-Capa

Além do Rei do Baião, a coletânea recebeu as participações de Quatro Ases e Um Coringa, Gilberto Gil e Gal Costa

Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira – Nova História Da MPB 11
1977 – Abril Cultural

01. Baião (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Quatro Ases e Um Coringa
02. Vira e Mexe (Luiz Gonzaga) Luiz Gonzaga
03. Qui Nem Jiló (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Luiz Gonzaga e Regional De Benedito Lacerda
04. Dezessete Légua E Meia (Humberto Teixeira – Carlos Barroso) Gilberto Gil
05. Vozes Da Seca (Luiz Gonzaga – Zé Dantas) Luiz Gonzaga
06. Paraíba (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Luiz Gonzaga
07. Asa Branca (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Luiz Gonzaga
08. Assum Preto (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Gal Costa

Para baixar esse disco, clique aqui.

Se estiver com dificuldade para baixar e descompactar os arquivos, tire suas dúvidas em nosso manual “passo a passo”, clique aqui.

O Homem Que Engarrafava Nuvens – Filme Completo

*Link enviado pelo Ricardo Fragoso.

“Documentário; Direção: Lírio Ferreira; Ano de Lançamento: 2008; País de Origem: Brasil; Idioma do Áudio: Português.
Documentário musical sobre a vida e a obra do compositor, advogado, deputado federal e criador das leis de direito autoral, Humberto Teixeira.

Teixeira foi um dos compositores mais prolíficos na música popular brasileira e precursor da criação de um dos estilos mais importantes, o baião. Ele foi responsável por clássicos como Adeus Maria Fulô e Asa Branca, a segunda canção mais popular no Brasil.

Sua subida ao estrelato nos anos 50 foi meteórica, mas foi eclipsada pelo seu parceiro, Luiz Gonzaga, o ícone que imortalizou suas canções e tornou-as mais conhecidas na cultura brasileira. Com a chegada da bossa nova, o baião e Humberto Teixeira afundaram-se na obscuridade.

Nas décadas seguintes, sua música só era ocasionalmente registrada, por exemplo, em resposta à ditadura militar de 1964. O documentário acompanha a filha de Humberto Teixeira, Denise Dummont, em uma viagem para aprender mais sobre seu pai.

Elenco;
Alceu Valença
Anselmo Duarte
Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto
Bebel Gilberto
Belchior
Caetano Veloso
Chico Buarque
Cordel do Fogo Encantado
Dalva de Oliveira
Daniel Filho
David Byrne
Denise Dummont
Dona Edith
Elba Ramalho
Gal Costa
Gilberto Gil
Lenine
Lirinha
Maria Bethânia
Os Mutantes
Otto
Patativa do Assaré
Pedro Bandeira
Raimundo Fagner
Raul Seixas
Sivuca
Wagner Tiso
Zeca Pagodinho”

Filme – O homem que engarrafava nuvens

“O HOMEM QUE ENGARRAFAVA NUVENS” (2008) é sobre o advogado, político, instrumentista, poeta e compositor HUMBERTO TEIXEIRA.
VISITE O LINK: http://ohomemqueengarrafavanuvens.blogspot.com/

Quando as pessoas pensam em música brasileira, pensam em samba e bossa nova. Entre esses dois ritmos há uma década esquecida. Um período em que um ritmo nordestino foi levado ao sul, tomou o país como um furacão, e logo se espalhou pelo mundo.

É o mais excitante e autêntico de todos os sons brasileiros. BAIÃO.
Dirigido por Lírio Ferreira, o premiado diretor de “Árido Movie”, “Cartola” e “Baile Perfumado”, esse documentário — musical conta a história de Humberto Teixeira, o “Doutor do Baião”, o compositor por trás de clássicos como Asa Branca, uma das canções mais populares do Brasil.

O filme é não só uma celebração de genialidade poética e musical de Teixeira, mas também uma jornada de descoberta, do sertão, do baião, da cultura e da história do Brasil.

O Baião é Ótimo !!!
A surpreendente história de Humberto Teixeira “O Doutor do Baião” está encantando o público e a crítica. Uma série de matérias especiais sobre o filme O Homem que Engarrafava Nuvens foram publicadas na imprensa antes e depois da estréia no dia 15 de janeiro. Importantes críticos de cinema e jornalistas têm sido unânimes ao ressaltar a qualidade do documentário que está cotado como ótimo e recomendado para a maioria dos jornais.

Livro – O cancioneiro Humberto Teixeira

Coordenado por Denise em parceria com Ana Lontra Jobim e Ricardo Cravo Albin, em 2006 foi lançado o livro “O Cancioneiro Humberto Teixeira”, com dois volumes, um a biografia do artista e outro, uma seleção com letras e partituras de seus grandes sucessos.

* Editora: Jobim Music
* Ano: 2006

“O Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em conjunto com a Good Ju-Ju e a Jobim Music, traz à cena o Cancioneiro: Humberto Teixeira. Esta é uma publicação indispensável para quem admira ou quer conhecer e usufruir de sua poesia em toda a sua magnitude, seja para o simples fazer, seja para sua formação musical.

Com esta iniciativa o BNB corrige um débito com a cultura nordestina e complementa a homenagem a esse ilustre cearense, pois a agencia do BNB em Iguatu já recebeu o seu nome e o seu busto. O BNB compreende a cultura como um dos elos fortalecedores da construção do desenvolvimento regional, sua meta maior.

Portanto, sinto-me honrado em apresentar este livro que resgata a trajetória e a produção poética-musical do compositor Humberto Teixeira. Uma obra que, sem sombra de dúvidas, reúne o que há de mais belo na expressão musical da cultura nordestina. A magnitude da obra deste poeta perpetua-se, assim, nesta publicação como um marco histórico de um Banco identificado com a cultura do desenvolvimento e o desenvolvimento da cultura” (Roberto Smith)

O homem que engarrafava nuvens

Algumas imagens do filme O homem que engarrafava nuvens.

*Link enviado pelo PC do acordeon.

O homem que engarrafava nuvens

Filme

Texto de Walter Sebastião sobre o filme “O homem que engarrafava nuvens”, que conta a história de Humberto Teixeira, parceiro de Luiz Gonzaga, o compositor cearense pôs a música nordestina no coração dos brasileiros.

*Link enviado pelo PC do Acordeon.

Pode-se dizer que o Brasil tem três hinos: o oficial (Joaquim Osório Duque Estrada-Francisco Manuel da Silva), Carinhoso (Pixinguinha-João de Barro) e Asa Branca (Luiz Gonzaga-Humberto Teixeira). Não há brasileiro que não conheça essas composições e, ao ouvi-las, não se sinta tocado. O reverenciado filme O homem que engarrafava nuvens é estrelado pelo autor do clássico do baião Humberto Teixeira (1910-1974). Dirigido por Lírio Ferreira, o longa-metragem chega aos cinemas no dia 15.

Humberto assinou, entre outras, Assum Preto, Como se dança o baião e Paraíba mulher macho – sucessos na voz de Luiz Gonzaga. Cearense e apaixonado pela cultura nordestina, queria estudar piano, mas o pai vetou: era instrumento “de moças”. Ele acabou se dedicando à flauta e, mais tarde, formou-se em direito. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 16 anos e, ao lado do parceiro, pôs a música do Nordeste para tocar no Sul.

No filme, Humberto Teixeira e o baião são reverenciados pelas maiores personalidades da MPB. Chico Buarque arrasa, cantando Xanduzinha. Foi por meio do cearense, explica Gilberto Gil, que o gênero se tornou “uma das duas dinastias da música nacional” (a outra é o samba). Caetano Veloso avisa: por baixo do tropicalismo, que fundiu pop rock e canção brasileira, está o baião. Ele conta que, em Terra, quando fala na Paraíba, está conversando com Humberto Teixeira. Raul Seixas se autodefine como filho do baião com Elvis Presley. Lirinha, do grupo Cordel do Fogo Encantado, relembra história hilariante, ouvida do Maluco Beleza: Bob Marley inventou o reggae depois de ouvir um velho LP de baião.

O homem que engarrafava nuvens ganhou vários prêmios em festivais brasileiros. “Informação, a gente tem em excesso, mas formação é pouca”, afirma Lírio Ferreira. Informar remete a dados, do tipo como onde nasceu alguém, seus discos, etc. Formação, por sua vez, implica descobertas, novos horizontes que provocam o pensamento. “Coloco Humberto Teixeira e o baião em contexto amplo”, afirma o cineasta. O contexto do filme, com fotografia de Walter Carvalho, é a 2ª Guerra Mundial, a industrialização brasileira e a migração dos nordestinos, mas também o surgimento do tropicalismo e os ecos nacionais e internacionais desse movimento.

A fita traz aula inaugural de MPB – densa, longa, surpreendente e repleta de depoimentos e imagens preciosos. Com direito a David Byrne, ex-Talking Heads, cantando Asa Branca em inglês – autêntica candidata a hino na luta contra o aquecimento global. “As letras de Humberto Teixeira são completamente cinematográficas. Poesia pictórica, criando quadros da infância dele”, explica Lírio Ferreira, lembrando que o autor era adolescente quando deixou a sua terra, mas escreveu, de memória, extensa e minuciosa crônica da vida e do sentimento popular.

Se Cartola, a primeira incursão de Lírio no documentário musical, é “preto e branco”, lunar, O homem que engarrafava nuvens “é laranja, quente, solar e explode em cores”, observa o diretor. A música, ressalta, é elemento importante em todos os seus filmes, “não como pano de fundo, mas batendo de frente com a imagem”. Subscrevendo a afirmação do colega Rogério Sganzerla, diz que “a música é a melodia do pensamento”. Faria mais um filme sobre o assunto? “Talvez sobre o pop brasileiro dos anos 1980, sobre Raul Seixas, Erasmo Carlos, Clube da Esquina, Tim Maia e Chico Science”, responde.

Lírio Ferreira é do Recife. Levam a assinatura dele os elogiados longas Baile perfumado, em parceria com Paulo Caldas, e Árido movie. A forte presença musical em seus trabalhos, suspeita, deve-se a Pernambuco. “Somos o terceiro estado com mais índios no país, os negros vieram trabalhar nos engenhos de açúcar, tivemos a cultura portuguesa do século 17 e intelectualidade burguesa importante. Hoje, existe um bando de aloprados e desvairados misturando tudo isso”, brinca.

Filha única de Humberto Teixeira, Denise Dummont é produtora do longa. Admirada, cita o cuidado dedicado por Ana Jobim à obra do marido, Tom Jobim, enquanto ela mal conhecia a obra do pai. O bloqueio, suspeita, deve-se ao fato de Humberto ser homem reservado, severo, “um machão”, que, segundo Denise, não deixava a filha namorar nem seguir a carreira artística. Diz que nunca conheceu realmente o pai, apesar de ter sido criada por ele. Cena forte do longa é a conversa de Denise com a mãe, Margarida Jatobá, que deixou o marido exatamente por causa do temperamento dele.

“Saí buscando meu pai e descobri o Brasil”, revela Denise Dummont, contando que o filme mudou sua visão sobre o país. “Adolescente criada em Ipanema, ouvindo Chico Buarque e Rolling Stones, achava baião cafona e não tinha ideia da riqueza cultural do Nordeste”, explica. Nem sequer conhecia a região onde Humberto Teixeira nasceu. “Descobri a beleza, a força e a dignidade do nordestino e do baião. Sobretudo, o quanto a minha visão era limitada.”

Denise é só elogios para personagens de O homem que engarrafava nuvens. Como os Irmãos Aniceto, músicos. Ou Mestre Expedito, filho do homem que fazia as roupas de Lampião, cujas alpargatas foram usadas em desfile parisiense do estilista Alexandre Herchcovitch. Ela chama a atenção para o Coco de Dona Edite, grupo musical e de dança formado por camponesas.

“Na minha opinião, todos – crianças, adultos e idosos – deveriam ver este filme, porque faz bem à autoestima. Durante as filmagens, ficava me perguntando por que o baião e as canções de Humberto Teixeira e de Luiz Gonzaga sobreviveram, são cantadas em escolas de crianças. A resposta é: porque são coisas verdadeiras”, afirma. O que teria ela descoberto sobre o pai? “Era um homem de sensibilidade absurda, autor de letras e músicas excepcionais. O Nordeste estava impregnado nele. Resgatei o respeito e a admiração pelas criações de meu pai, que, perua de Ipanema, eu não conhecia e entendia”, brinca. Denise recomenda: quem quiser saber mais sobre Humberto Teixeira deve ouvir o disco Doutor em baião (Biscoito Fino) e consultar o livro Cancioneiro de Humberto Teixeira.

CD – Humberto Teixeira – O Doutor do Baião

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Colaboração do Nilson Araújo, da Sala Nordestina de Música

“Talvez esse CD fuja da característica típica do blog, entretanto em se tratando do grande Humberto Teixeira e em sendo um reconhecimento por tantas estrelas da MPB atual é um registro fantástico, a meu ver. Tenho certeza que muitos não conhecem esse CD, pouco divulgado.”

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Ficha técnica:
Gravado ao vivo no Teatro Rival – Agosto de 2002
Direção e roteiro: Túlio Feliciano
Direção de produção: Tania Fayal
Direção musical: Wagner Tiso
Produção executiva: Vinícius França
Projeto idealizado por Denise Dummont e Ana Lontra Jobim
Capa: Gringo Cardia
Designer grafico: Fábio Arruda
Gravado e mixado por Gabriel Pinheiro
Assistência de Fernando Prado
Gravações adicionais por Rodrigo de Castro Lopes e Antoine Midani
Assistência adicional por Lucas Barcelos Ariel e Ursula Baldanza
Masterizado por Luiz Tornaghi na Visom Digital
Assistente de produção: Vicentinho Filho
Produção executiva: Vinícius França

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Músicos:
Jorge Helder: baixo elétrico
Lula Galvão: violão e guitarra
André “bochecha”: bateria
Robertinho Silva: percussão
Mingo Araújo: percussão
Zé Américo: acordeon solo
Marcio Malard: violoncelo
Cristiano Alves: clarinete e clarone
Marcos Nimihister: teclados e acordeon
Beto cazes: percussão [faixa 1]
Jaime Alem: violão [faixa 1]
Caetano Veloso: violão [faixa 2]
Wagner Tiso: arranjos, direção musical, piano e acordeon

Humberto Teixeira – O Doutor do Baião
2002

01 – Asa branca (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Maria Bethânia
02 – Baião de dois (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Caetano Veloso
03 – Adeus Maria Fulô (Humberto Teixeira – Sivuca) Gal Costa e Sivuca
04 – Kalu (Humberto Teixeira) Chico Buarque
05 – Baião (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga) Carmélia Alves
06 – Mangaratiba (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga) Cordel do Fogo Encantado
07 – Sinfonia do café (Humberto Teixeira) Rita Ribeiro
08 – No meu pé de serra (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Gilberto Gil
09 – Juazeiro (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Gilberto Gil
10 – Respeita Januário (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Lenine
11 – Qui nem jiló (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Lenine
12 – Deus me perdoe (Lauro Maia – Humberto Teixeira) Zeca Pagodinho
13 – Dono dos teu olhos (Humberto Teixeira) Fagner
14 – Xanduzinha (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Fagner
15 – Légua tirana (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Fagner e Elba Ramalho
16 – Paraíba (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Elba Ramalho
17 – Assum preto (Humberto Teixeira) Elba Ramalho
18 – Asa branca (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira) Sivuca, Rita Ribeiro, Carmelia Alves, Elba Ramalho, Lenine, Fagner e Gilberto Gil

Para baixar esse disco, clique aqui.

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Zé Dantas e Humberto Teixeira

*Foto extraída do livro/biografia do Gonzagão.

Zé Dantas e Humberto Teixeira.

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Zé Dantas – 17/02/1921 – 11/03/1962

José de Souza Dantas Filho — ou simplesmente Zé Dantas — foi um compositor, poeta e folclorista fundamental para a fixação do baião como gênero de sucesso. Isso se deu graças às suas parcerias com Luiz Gonzaga a partir de 1950, quando este se separou do parceiro inicial, Humberto Teixeira. Mas em 1938 Zé já compunha suas primeiras músicas e escrevia crônicas sobre folclore para uma revista pernambucana.

Foi em 1949 que conheceu Gonzagão e a partir do ano seguinte iniciaram uma profícua série de sucessos imortais assinados a quatro mãos, como “Vem Morena”, “A Dança da Moda”, “Riacho do Navio”, “Vozes da Seca”, “A Volta da Asa Branca”, “Imbalança”, “ABC do Sertão”, “Algodão”, “Cintura Fina” e “Forró de Mané Vito”. O grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa também obteve grande sucesso com “Derramaro o Gai”, depois também imortalizada pelo Rei do Baião. Em 1951, compuseram mais um clássico, o baião “Sabiá”, e no ano seguinte foram às paradas com a marcha junina “São João na Roça” e com a triste “Acauã” (esta assinada apenas por Zé).

Atuou ainda ao lado de Paulo Roberto no programa No Mundo do Baião, na Rádio Nacional (RJ) em 1953, ano em que estouraram o “Xote das Meninas” e “Farinhada” (esta também apenas de Zé), na voz de Ivon Curi. Outro ícone do baião, Jackson do Pandeiro, também fez sucesso com uma canção de Zé Dantas, “Forró em Caruaru”. Quando foi diretor folclórico da Rádio Mayrink Veiga, do Rio, o compositor chegou a regravar suas canções mais emblemáticas em disco.

Mesmo depois de sua morte, todas as músicas da dupla continuaram a ser relidas pelos maiores nomes da MPB – até os dias de hoje – como Gal Costa, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Alceu Valença, Fagner, Marisa Monte e muitos grupos de Oxente Music e até da geração da música eletrônica.

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Humberto Teixeira – 05/1/1915 – 03/10/1979

Cearense de Iguatu, começou a estudar música cedo, aprendendo flauta e mais tarde bandolim. Ainda adolescente, começou a editar composições (a primeira foi “Miss Hermengarda”, aos 13 anos, composta em homenagem a uma concorrente de um dos primeiros concursos de beleza realizados no Ceará),e no início dos anos 30 radicou-se no Rio de Janeiro, com o objetivo de estudar medicina. Na então capital federal, continuou compondo regularmente e tendo suas músicas editadas. Em 1934 foi um dos vencedores de um concurso de marchas de carnaval, ao lado de Ary Barroso, Ari Kerner e outros compositores de tarimba.

Acabou desistindo da medicina e optando pelo direito, profissão em que se formou em 1943, exercendo a advocacia e a música simultaneamente. Em 1945 conheceu o parceiro que o celebrizaria, o Rei do Baião Luiz Gonzaga. Feita a dupla, trataram de divulgar maciçamente os ritmos nordestinos, em especial o baião, suprindo uma lacuna mercadológica então existente. Por esse motivo Humberto Teixeira ficou conhecido como o “doutor do baião”. Sua primeira composição com Gonzaga gravada foi justamente “Baião”, pelo grupo Quatro Ases e Um Coringa.

A partir de então uma série de grandes sucessos sucedeu-se: “Qui Nem Jiló”, “Baião de Dois”, “Assum Preto”, “No Meu Pé de Serra” e, especialmente, “Asa Branca”. Apesar de ser conhecido como “letrista” de Luiz Gonzaga, Humberto também tem composições só suas, como o baião “Kalu”, grande sucesso na voz de Dalva de Oliveira. Outros parceiros foram Sivuca (com quem compôs “Adeus, Maria Fulô”, que teve leitura psicodélica feita pelos Mutantes em 1968), seu cunhado Lauro Maia (“Deus Me Perdoe”, “Só uma Louca Não Vê”, “Poema Imortal”) e Lírio Panicalli (“Sinfonia do Café”).

Em 1950 foi eleito deputado federal em seu estado natal, e entre seus projetos políticos destaca-se o que incentivava turnês de divulgação da música brasileira no exterior. Também figurou na diretoria da União Brasileira de Compositores (UBC) e lutou politicamente pelos direitos autorais. (Fonte)

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