Colaboração do Jorge Paulo, ou apenas, o “Bandeirante do Norte”, como era conhecido na época em que comandava programas de forró, no rádio e na televisão, nas décadas de 1960 e 1970, em São Paulo – SP.
Para comemorar a chegada do mês de Junho e das festas juninas, publicaremos esse mês, algumas coletâneas compostas, na sua maior parte, por quadrilhas e arrasta-pés.
Esse disco, no caso, é a oitava edição da série “Pau de sebo”, lançada no início da década de 1970, foi o oitavo ano de sucesso crescente e aumento nas vendas dessa série. De maneira única essa série reuniu vários expoentes da música nordestina e com eles gravou músicas inéditas, composições que não foram lançadas em outros discos.
Direção artística de Abdias, que reuniu nesse disco, personalidades como: Osvaldo Oliveira, Os 3 do Nordeste, Elino Julião, Abdias, Seu Pajeú, Jackson do Pandeiro e Messias Holanda.
Destaque para “Mensagem de amor” de Alventino Cavalcanti e Manoel Serafim, na interpretação d’Os 3 do Nordeste e para a única música que não é um arrasta-pé, “Adivinhação” de Jackson do Pandeiro e Edilio Fragoso, na voz de Jackson do Pandeiro.
Coletânea – Pau de Sebo vol.8
1974 – CBS
01. Outro batizado (Toninha / Ivanildo) Osvaldo Oliveira
02. Mensagem de amor (Alventino Cavalcanti / Manoel Serafim) Os 3 do Nordeste
03. Coração de ouro (João de Oliveira) Elino Julião
04. É isso aí Zé (Antônio Ceará / Zé Pacheco) Abdias
05. Cravo de urubú (João Gonçalves / Evand) Seu Pajeú
06. Adivinhação (Jackson do Pandeiro / Edilio Fragoso) Jackson do Pandeiro
07. Vou beijar você (João Gonçalves / Tupan) Messias Holanda
08. Santo Antônio, São Pedro e São João (Jackson do Pandeiro / Avelar Júnior) Jackson do Pandeiro
09. São João nas Alagoas (Anatalicio) Seu Pajeú
10. Meu caso é um xodó (Mourão / Reivan) Messias Holanda
11. Arrasta-pé em Gameleira (Antônio Ceará / Elias Soares) Abdias
12. Vamos pular (Parafuso / Antônio Ceará) Os 3 do Nordeste
13. Relampiou (D. Martins / Clarinha Rodrigues) Elino Julião
14. Banho de cheiro (Toninha / Ivanildo) Osvaldo Oliveira
“Paraíba, meu amor” é um documentário de 80 minutos, produzido pelo diretor suíço Bernand Robert-Charrue para o público europeu. O filme alterna entrevistas e trechos musicais, e foi gravado nas festas do interior paraibano. Filmado quase todo na Paraíba, um dos pontos altos do filme é o encontro, de Dominguinhos e do acordeonista francês Richard Galliano. Participam também do filme o Aleijadinho de Pombal, o Trio Tamanduá, Pinto do Acordeon e Os 3 do Nordeste.
Recebemos o texto abaixo do Jonas Duarte, professor doutor do Departamento de História da UFPB, em João Pessoa – PB, texto escrito no ano passado. Não é apenas uma análise crítica do filme, é uma verdadeira aula de história do forró. Para os leigos uma boa oportunidade de se interar no assunto, já para os “aficcionados por forró”, seleto grupo em que nós nos incluimos, uma leitura flúida e prazerosa.
Paraíba, meu amor. Para inglês ver.
Semana passada foi lançado, com bastante divulgação e pompa, o filme/documentário, de produção suíça, “Paraíba, meu amor”. O filme procura abordar o forró. A força musical do forró nordestino. Eu, como amante e metido a colecionador dessa música maravilhosa, fui exultante ver o filme. A seguir faço minha análise crítica do documentário.
Considero a intenção do cineasta suíço muito boa. A idéia de trazer o músico francês, Richard Galliano, para o eixo central do filme foi genial e deu ao documentário, uma qualidade musical de altíssimo nível. Ouvir seu acordeon dialogar com Dominguinhos, Pinto do Acordeom e Aleijadinho de Pombal, para quem aprecia o belo som do instrumento e a doce musicalidade do forró é impossível não se emocionar. Ficou lindo.
Mas o documentário peca em vários aspectos. O primeiro, a definição simplificada e até mesmo historicamente equivocada da origem do forró. Essa história que Forró vem da expressão inglesa For All (para todos), já está ultrapassada, e não resiste ao mínimo de pesquisa histórica sobre a nossa música. Muito antes dos ingleses chegarem para construir as estradas de ferro que levaram partes de nossas riquezas, e a centenas de quilômetros dessas linhas férreas e de qualquer gringo, já se tocava e se dançava um ritmo musical muito próximo do que chamamos hoje de forró.
Nas feiras livres, nos casamentos, nas festas religiosas, nos bailes populares do interior da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, distando quilômetros de onde estava um inglês com seus trens, se experimentavam os sons dos “pifeiros” com suas flautas de “tabicas” de madeira tirando um som repetitivo, binário. O ritmo dessas “bandas de pífanos” lembra perfeitamente as festas dos nossos indígenas; a percussão, o batuque africano. Sem nenhuma ligação ou influência européia.
No início, denominavam-se a esses encontros com esse tipo de música, de Baile, ou Samba. As pessoas iam pro Samba dançar. O primeiro instrumento “estrangeiro” na música foi o “Harmônico”. Assim, as pessoas batizaram os foles que apareceram trazidos da Europa, sem teclado e sem baixos. Muito parecido com o “Bandoneón” argentino. Nesse momento os acompanhamentos naqueles bailes eram feitos por violas e/ou violões dos seresteiros e repentistas e, principalmente a Rabeca, o violino nordestino. Na realidade, os bailes aconteciam, muitas vezes, juntamente com desafios de violeiros repentistas e apresentações de rabequeiros. Essas festas eram os espaços de comemorações das populações pobres. Um fazendeiro, por hipótese nenhuma, permitia que suas filhas freqüentassem um “baile” desses. A música dançava-se ‘agarradinho’, num “bate coxa”, “rela bucho”, “esfregado”, que era sensualidade pura. Os corpos juntinhos dos casais e os decorrentes namoros e ciumeiras resultavam em muitas desavenças, provocando um verdadeiro forrobodó. Essa expressão alcunhada com certo preconceito pelos das classes dominantes servia para ‘alertar’ as damas donzelas do perigo daquelas festas, realizadas em taperas pobres, geralmente de taipas, com um reboco de barro cru, amaciado pelos pés rachados de quem vivia na dura labuta dos sertões nordestinos, cuidando do gado e das terras dos fazendeiros.
Na música em si, tocada nesses bailes, o instrumento principal era o “Bumbo”, feito de couro de bode e estirado sobre um equipamento de madeira, preparado especialmente para receber o couro do ruminante. É importante destacar que o couro é de bode por dois motivos básicos. Primeiro, a criação da população sertaneja pobre era, além de galinha e porco, o bode. O bode era criado, na maioria das vezes, clandestino, nas terras dos fazendeiros. Clandestino porque o bode come de tudo e não respeita as cercas, nem as demarcações cartoriais, muitas resultados de grilagem. Segundo, o couro do bode é mais fino, porém bastante resistente, permitindo tirar um som mais forte e diversificado. O instrumento básico para “tirar o som” era um pau grosso e seco, podendo ser Jucá ou Pereiro, com uma extremidade enrolada em panos, para o som mais agudo. Do outro lado do Bumbo, usava-se uma varinha de marmeleiro meio verde, ainda flexível, para o som mais grave. Isso era o essencial para o baile. Claro que se tivesse uma banda de pífano, uma rabeca, uma viola ou um violão, o baile ficaria mais animado. O “Harmônico” aparece pelo interior nordestino, em meados do século XIX, mas não conseguiu se popularizar. Quem se popularizou foi o “fole de oito baixos”.
Esse reproduzia o som frenético dos pifeiros, substituía a rabeca e conseguia acompanhar o ritmo da dança do “rela bucho”, arrastando os pés no chão batido dos terreiros sertanejos. Com o fole de oito baixos surge o forró como o conhecemos hoje. O que há de impressionante é que esse ritmo surge com grande diversidade em todo interior nordestino. Nos brejos, sopés e altos das serras. Nas “panhas” de algodão, entre os tangerinos de gado, no pastoreio dos caprinos, nos mutirões dos tropeiros, nos aboios saudosos das pegas de boi; depois das novenas, nas “quermesses”.
Em toda parte a massa popular dança, canta e brinca nos diversos ritmos que compõem o hoje chamado forró. O Baião, o Samba Nordestino, o Arrasta-pé ou Marcha, o Forró, o Xote, o Calango Mineiro, a Toada, o Lamento Sertanejo, etc., são todos ritmos sob o guarda chuva do chamado Forró. É importante salientar que, o Forró surge apenas como música instrumental, sem letras. Era comum colocar-se a música numa daquelas histórias ou crônicas dos folhetos de cordéis. A Asa Branca foi um desses casos. As letras da música de forró são, inicialmente, na realidade, crônicas do sertão nordestino, da vida rural do semi-árido.
Depois, tornam-se também, narrativas de uma vida semi-urbana e semi-rural. O Forró chegou às cidades do interior sertanejo, nas maiores e menores, preferencialmente nas periferias, ou melhor, nos cabarés, nas “casas de socorros” da matutada. No início do século XX e até pouco tempo perdurava, nas maiores cidades do interior nordestino, como Campina Grande, Caruaru, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Mossoró, etc., nas feiras livres, mesmo durante o dia, os “cabarés de feiras”, estes ficavam apinhados de “matutos” em busca de “relas buchos”, de “esfregado”, de “bate-coxas”. Ao som do Zabumba misturavam-se os gritos dos feirantes e dos dançarinos. O preconceito contra os forrós era enorme. Era coisa de pobres, matutos e prostitutas.
Essa riqueza melódica só ganhou notoriedade nacional com Luiz Gonzaga, na década de 1940, mesmo assim, com toda carga de preconceitos conhecidos, característicos dessa sociedade classista e racista brasileira. Um negro mulato, pobre, “nortista” muda a história do forró e da música brasileira. Primeiro o Rio de Janeiro pára pra ouvir aquele ritmo. Na época do impulso da indústria fonográfica foi rápido sair do Rio e conquistar o Brasil.
Quando Gonzaga, em 1941, desistiu de tentar, com sua sanfona Todeschini, imitar os sons dos acordeons europeus, tocando valsas, polcas, ou os sucessos internacionais da época, como os boleros cubanos, as músicas americanas; e procurou imitar com uma sanfona de 80 baixos, um legítimo forró das bandas da Chapada do Araripe (divisa do Ceará, Pernambuco e Piauí), tocado por um fole de 8 baixos, explodiu. As primeiras músicas que Gonzaga conseguiu gravar: “Vira e mexe” e “Pé de Serra”, de 1941, é negócio de louco. É o Sertão em forma de som. Qualquer um que conhece o nosso Sertão e ouvir aquilo sente a alma nordestina brotando naqueles acordes. Dali em diante o Forró chegou a todos os recantos. Gonzaga foi transformado, com justiça, no ícone, na referência, disso tudo.
O Brasil passa a se interessar pelo Brasil de dentro, de suas entranhas, de seus sertões, do seu Nordeste. Nesse aspecto a música de forró é a expressão mais fiel do modernismo brasileiro, de buscar sua essência, de procurar entendê-lo em sua alma, de exibir nossas contradições. O forró gonzagueano é isso. É a contradição viva de nossa vida. É a crônica melódica de nosso cotidiano. Numa sociedade de classes como a nossa, lógico, a música como todo movimento cultural, é apropriada por interesses da classe dominante, Gonzaga e o forró foram.
Só muito tarde o ritmo ganhou os salões da elite econômica nacional, pois esta torcia o nariz para a cultura popular brasileira e buscava ser européia em seu consumo, embora se mantivesse servil e escravocrata em seu comportamento social. O forró conquistou também a elite intelectual. No final dos anos 40 depois da Asa Branca, gravada em 1947, e início dos 50, Luiz Gonzaga tornou-se a maior estrela da música popular brasileira, bateu todos os recordes de venda de disco e o “Baião” passou a ser ritmo de “doutor”, como dizia Gonzaga em suas apresentações. “Até Tom Jobim gravou Baião”.
O Forró também virou mercadoria e um negócio dos bons. O sucesso era tanto que Pedro Sertanejo criou uma gravadora, a “Cantagalo”, exclusiva para forrozeiros nordestinos que, na onda de Gonzaga conquistaram o Rio e o Brasil. Outras gravadoras entraram no mercado e o Forró explodia como sucesso no país todo, mas continuava o mesmo nas salas de reboco e nos terreiros das fazendas nordestinas. Gonzaga define o trio sanfona, zabumba e triângulo, como a base da síncope do forró, embora que nas latadas, nas salas de reboco dos sertões sempre estão juntos ao Trio, o pandeiro e o violão. E nas gravações, o próprio Gonzaga incrementava com violões e depois com a bateria. A essência, o dominante desde Gonzaga, era a sanfona.
No pipocar do sucesso nacional do Forró, grandes artistas puderam ser conhecidos. Verdadeiros gênios, mestres da sanfona, no fole de oito baixos. Poetas magistrais do sertão nordestino afloraram. O Forró ganhou palco, ganhou cidades. Campina Grande e Caruaru, desde os anos de 1960 disputam quem é a capital do forró. Agora entrou na briga Aracaju, mas hoje, em função de turismo, apenas de negócios de caráter econômico. A música em si sofreu tremenda agressão nessa lógica puramente mercadológica e vulgar que domina a mídia e as emissoras de rádio nos dias de hoje.
Porém, a música de forró com seu ritmo, utilizando-se de equipamentos modernos, de novos instrumentos para enriquecer o ritmo e toda sua beleza melódica continua viva e forte entre as massas populares e as pessoas que estão livres dessa massificação da vulgaridade conduzida apenas por interesses econômicos. O Forró de verdade, jamais morrerá. Enquanto existir Sertão, Nordeste e pessoas lúcidas, de bom gosto, a música de forró continuará sendo renovada e enriquecida.
O filme “Paraíba, meu amor” é, portanto, na minha modéstia opinião, nesse aspecto: superficial, raso. Continua faltando um documentário a altura do forró. Não posso imaginar uma abordagem do forró na atualidade sem uma recorrida geral pelos principais nomes dessa música. Do passado e do presente.
Como fazer um documentário sobre o Forró sem ouvir Geraldo Correia e Zé Calixto, que estão vivíssimos e foram junto com Jackson do Pandeiro, os maiores nomes do forró paraibano. Segundo Dominguinhos, Geraldo Correia é o maior tocador de fole que ele conheceu em todos os tempos. Pois é, o documentário sequer os cita, quanto mais entrevistá-los, apresentá-los, etc. E Abdias, Marinês, Messias Holanda, Zé Catraca, Elino Julião, João Gonçalves, o grande Zito Borborema, Anastácia, Genival Lacerda e uma gama de astros do Forró que atuaram ou atuam, viveram ou vivem na Paraíba e sequer foram mencionados?! E os grandes dos 8 baixos, para citar alguns: Gerson Filho, Severino Januário, Pedro Sertanejo? E o Trio Nordestino? Depois de Gonzaga, quem mais vendeu disco de Forró no Brasil. E os grandes compositores como Zedantas, Humberto Teixeira, Zé Marcolino, Rosil Cavalcanti, João Silva e o grande e genial Antônio Barros? Uma penca de autores de altíssimo nível que simplesmente não existem no documentário.
Infelizmente, a lista de ausência é inúmeras vezes maior do que a dos presentes. No entanto, alguns que representam muito nessa história não poderiam estar ausentes. Como falar de Forró sem ouvir as posições de Biliu de Campina, o nosso antropólogo do Forró. Fonte de qualquer pesquisa séria nessa área. Como falar de forró na atualidade e não ouvir Flávio José? E Santana? Como falar de “Paraíba, meu amor”, abordar o tema Forró e sequer mencionar Sivuca? Não! É incompreensível.
O roteiro do documentário parece ter sido de Chico César, de quem gosto muito e aprecio bastante sua música, porém, demonstrou entender pouco de forró. Aliás, Chico César diz um monte de coisas erradas no filme. A começar pela origem do forró. Demonstra ter lido pouco sobre Gonzaga. A música “Paraíba”, de Gonzaga e Humberto Teixeira, feita por encomenda para a campanha de Argemiro de Figueiredo e Pereira Lira em 1950, não tem como centro a mulher paraibana, como cita Chico César no documentário, mas o estado da Paraíba.
Quem leu, viu e ouviu Gonzaga sabe disso. O que “encafifava”, termo gonzagueano, os poetas naquela época era essa coisa da Paraíba ser nome de um estado, em decorrência de um rio, mas todos chamá-la no feminino, ao contrário dos demais estados brasileiros que carregam nomes de rios, que tem a terminação no feminino, mas são estados masculinos, como Paraná, Pará, Amazonas, etc. Além disso, queriam homenagear a participação da Paraíba no Movimento de 30. Ora, a Paraíba, pequenina, mudara a história do Brasil, com sua participação decisiva na “Revolução”. Zé Pereira, o Coronel de Princesa, havia sido derrotado, mas seu sobrinho, Pereira Lira estava agora pleiteando uma vaga no Senado Federal, daí o “eita pau Pereira que em Princesa já roncou, eita Paraíba teu bodoque não quebrou”. Nos shows de Gonzaga na Paraíba ele contava a história da música, proseava, falava do lançamento da música em Campina Grande, na Praça da Bandeira, do tiroteio, das mortes e da campanha de Argemiro.
Brincava com a Paraíba. No livro de Dominique Dreyfus, “A Vida do Viajante”, a autora descreve a historia e mostra o duplo sentido da música, com o estado e com a coragem da mulher paraibana. Chico César não entendeu assim.
Considero que o filme forçou a barra para mostrar o Trio Tamanduá na fazenda Tamanduá do suíço Pierre, em Santa Terezinha, vizinho a Patos. Talvez por questão de patrocínio ou proximidade étnica (???!!!!)
Os aspectos a destacar do filme são as participações maravilhosas de Pinto do Acordeon, Aleijadinho de Pombal, Dominguinhos e o magnífico som de Richard Galliano, além da bela fotografia. A participação de “Os três do Nordeste” é ridícula para a obra gigantesca desse excelente grupo musical. O aspecto da dança de forró também deixa a desejar. Enfim, a idéia foi muito boa mas, como disse no início, está muito aquém de nossa música. O “Viva São João” de Andrucha/Conspiração e Gilberto Gil é superior.
Desculpem a chatice, mas nesses tempos pueris é preciso.
Jonas Duarte, apaixonado por forró. O de verdade, não essa porcaria que comercializam vilmente contra nossos jovens.
CD – Os 3 do Nordeste – Cantam sua história 35 anos
Colaboração do Borrego, músico que participa do Trio Os Alegres do Nordeste, encontrei com ele outro dia e ele me emprestou esse CD que lhe foi presenteado pelo próprio Parafuso.
É um disco comemorativo dos 35 anos de existência do trio, do qual Parafuso é o único componente oriundo da formação original. O repertório é quase todo de autoria ou co-autoria do Parafuso. O disco é composto por um show gravado ao vivo e tratado em estúdio, com um resultado muito bom e dançante.
Nessa gravação, o Trio é composto por Deda, Parafuso e Pingo. Nele tem as participações especiais de Aécio Nóbrega e Marrom, vocalistas que participaram do Trio anteriormente e tem também a participação da vocalista Edra Veras, filha do zabumbeiro Parafuso.
Os 3 do Nordeste – Cantam sua história 35 anos
2008
01 Nosso amor morreu (Parafuso – Zé Pacheco)
02 Ver quem bate ai (Parafuso – Zé Pacheco)
03 Eu era feliz (Parafuso – Antonio Ceará)
04 Amor sem fim (Parafuso)
05 Meu grande amor (Parafuso – Antonio Ceará)
06 Baianinha (Parafuso)
07 Fazenda nova (Parafuso)
08
Bom só só (Roberto Moraes – João Dantas)
Segura segura (Marcelo Lancellott)
09 É bom fazer assim (Parafuso – Zé Pacheco)
10 Inveja de você (Parafuso – Zé Pacheco)
11 Saudade e dor (Parafuso – João Bosco)
12 Xote nota mil (José Moyses – Parafuso)
13 Animando o forró (Adjalmar Maia – Parafuso)
14 Eu e ela, ela e eu (Parafuso – Lisete)
15 Forró do B A bá (José Moyses – Parafuso)
16 Rainha das flores (Parafuso – Lisete)
17 Pra gente cantar forró (Pinto do acordeon – Parafuso)
18 Seu nome é rosa (Parafuso – Lisete)
19 Forró de respeito (Parafuso – Elias Soares)
20 Aquilo bom (Parafuso – Zinho)
21 Melô do zabumba (Parafuso – Zé Pacheco)
22 Xodó (Parafuso – Zinho)
23 Osso duro de roer (Zinho – Parafuso – Aluizio Silva)
24 Xamego da morena (Parafuso)
25 Vamos brincar de roda (Zinho – Parafuso)
26 A grande roda (Zinho – Parafuso)
27 Pra ela (Marcelo Barraca)
28 Cantam sua história (Roberto Moraes – Gilvan Neves – Anastácio de Oliveira)
Colaboração do Pipoca, do trio Os sociais do forró. Outro dia fui até a casa do Pipoca e peguei alguns LPs emprestados para digitalizar e publicar aqui, para todos. Peguei alguns discos muito interessantes, entre eles, esse de 1982, que nos ajuda a compreender a magnitude que atingiram os 3 do nordeste no início da década de 1980.
Segundo o Marco Antonio, de Patos – PB: “esse LP dos 3 do Nordeste é de 1983. Ele tem a música “Volta Lindú” de Pinto do Acordeon, feita em 1981, quando Lindú estava doente. Ele foi gravado no fim de 1982, por isso a data.”
Um álbum muito bom, o primeiro dos 3 do nordeste que não foi produzido pelo Abdias. A produção e direção de estúdio ficou sob responsabilidade de Bastinho Calixto, assistência de produção e triângulo de Hermelinda, além de arranjos e acordeons de Maestro Chiquinho e Zé Américo.
Gravado em 16 canais, com participação de Zé Calixto tocando reco reco em algumas faixas, coro feito pelos 3 junto com Hermelinda, destaque para “Botando quente” de Bezerrão e Erivan Alves, Erivan é também conhecido como Zinho.
Destaque também para o xote “Desafio” de Agripino Aroeira e Rosilda Santos; e para a música que se tornou um clássico, “Toque de fole” de Bastinho Calixto e Ana Paula, pra quem não sabe, Ana Paula é a Hermelinda.
Os 3 do Nordeste – Botando quente
1982 – Veleiro
01 Botando quente (Bezerrão – Erivan Alves)
02 Desafio (Agripino Aroeira – Rosilda Santos)
03 Toque de fole (Bastinho Calixto – Ana Paula)
04 Forró dos arrochados (Erivan Alves – José Pacheco)
05 É cedo ainda (Nininha – Aluizio J. Silva)
06 Vamos forroriar (Manoel Vidal)
07 Mal de amor (Agripino Aroeira – Rosilda Santos)
08 Volta Lindú (Ferreira Pinto – Parafuso)
09 Namoro inchirido (Erivan Alves)
10 Cacho de amor (Agripino Aroeira – José Pacheco)
11 Forró tempero (Ferreira Pinto)
12 Tá ai o forró (Erivan Alves – Carlos Albuquerque)
Colaboração do PC do acordeon, mais um disco muito interessante dos 3 do Nordeste na época em que o Mestre Zinho cantava ao lado de Parafuso e Zé Pacheco.
Arranjos de Severo, destaque para a faixa título “Osso duro de roer” de Zinho, Aloísio Silva e Parafuso, para “Forró classe A” de Agripino Aroeira, Zinho e Zé Pacheco e para “Chamego no escuro” de Zé Pacheco e Parafuso.
Os 3 do nordeste – Osso duro de roer
1986 – Top tape
01. Osso duro de roer (Zinho / Aloísio Silva / Parafuso)
02. Melô do zabumba (Zinho / Parafuso)
03. Boca louca (Zinho / Agripino Aroeira)
04. Dúvida (Agripino Aroeira)
05. Forró classe A (Agripino Aroeira / Zinho / Zé Pacheco)
06. Chora sereno (Agripino Aroeira / Zinho)
07. Lima de cheiro (Agripino Aroeira)
08. Chamego no escuro (Zé Pacheco / Parafuso)
09. Vadiar no teu segredo (Cecéu)
10. Bicho homem (Zinho / Zé Pacheco)
11. Princesa do Ipujuca (Agripino Aroeira / Zinho)
12. Amor gozado (Antônio Barros)
13. O segredo do forró (Juvenal Lopes / Nininha)
Colaboração do PC do acordeon, esse é o segundo LP dos 3 do nordeste com o Mestre Zinho no comando dos vocais do Trio.
Direção de produção e estúdio de Abdias, Marquinhos como assistente de produção artística, arranjos e regência de Maestro Chiquinho do acordeon, todas as músicas são muito boas, destaque para “Volta pra casa nêga” e “Amor com café” ambas de Cecéu e para “Amanhã é dia” de autoria de Zinho e Nininha.
Os 3 do nordeste – O melhor forró do mundo
1981 – Uirapuru
01. Volta pra casa nega (Cecéu)
02. Amor com café (Cecéu)
03. O melhor forró do mundo (Adélio da Silva / Adolpho de Carvalho)
04. Quem quiser que se segure (D. Matias / Manoel Vidal)
05. De sapato novo (Zinho / Manoel Vidal / Zé Pacheco)
06. São João no casador (Parafuso / Aloísio)
07. Amanhã é dia (Zinho / Nininha)
08. O falador (Cecéu)
09. O metropolitano (Cecéu)
10. Amor escondido (Juarez Santiago / Zinho)
11. Nossa quadrilha (Zinho / Nininha)
12. São João pra frente (Zé da Onça / Zé Pacheco)
Colaboração do PC do acordeon, socializando com todos um disco que, na nossa opinião, é o melhor dos discos dos 3 do nordeste com Zinho à frente dos vocais. Casualmente é também o primeiro disco do Trio após a saída de Zé Cacau.
Direções artística, de produção e de estúdio de Abdias, Marquinhos como assistente de produção, arranjos e regência de Maestro Chiquinho do acordeon, destaque para as composições de Cecéu, quase metade das músicas, e para “Garota Bossa nova” de Jacinto Limeira e Zé Pacheco.
Os 3 do nordeste – Da boca pra fora
1980 – Uirapuru
01. Da boca pra fora (Cecéu)
02. Cama fofinha (Cecéu)
03. Brincadeira tem hora (Zinho / Manoel Vidal)
04. Procurando paz (Cecéu)
05. Garota bossa nova (Jacinto Limeira / Zé Pacheco)
06. São João em Santa Luzia (Zinho / Zé Pacheco)
07. Forró pingado (Cecéu)
08. Morena louca (Cecéu)
09. Tá assim de gavião (E. Duarte / Manoel Vidal)
10. No cantinho da parede (Adolpho de Carvalho / Adélio da Silva)
11. Matuto incrementado (Zinho / Parafuso)
12. Coração parando (Zinho / Manoel Vidal)
Essa é mais uma colaboração do PC do acordeon. Mais um LP da mágica formação que Os 3 do nordeste tiveram entre 1973 e 1979, com Zé Cacau comandando os vocais do trio. Arranjos muito balançados e uma mixagem perfeita, na minha opinião, um exemplo a ser seguido quando se fala no autêntico forró, para se dançar juntinho.
Direção artística de Jairo Pires, direção de produção e direção de estúdio de Abdias, arranjos e regência de Messias Holanda e José da Silva (Dino). Tres músicas desse disco ficaram nacionalmente conhecidas, são elas “Depois da novena” de Assisão e Zé Pacheco, “Alambique de barro” e “Menina do parque”, ambas do Assisão.
Outras músicas não foram tão difundidas em função até de o disco já ter emplacado alguns sucessos. De qualquer forma são músicas maravilhosas, como a maioria das músicas gravadas sob essa formação e sob produção de Abdias, peça fundamental para e existência dessa saudosa formação. Destaque para “Aqui eu vou ficar” de Jaime Augusto e Messias Holanda e para a faixa título “Pode cochilar” de José Gomes e Joás.
Os 3 do Nordeste – Pode cochilar
1977 – CBS
#01. Depois da novena (Assisão – Zé Pacheco)
#02. Confiança (Tarcisio Capistrano)
#03. Pode cochilar (José Gomes – Joás)
#04. Araripina (Zé Cacau)
#05. Sei que você chora (D. Mathias – Zé Pacheco)
#06. Alambique de barro (Assisão)
#07. Exaltando a Bahia (Aurecélio Guedes – Zé Pacheco)
#08. No asseiro do roçado (Florival Ferreira)
#09. Menina do parque (Assisão)
#10. Cheia de chiquê (Parafuso – Joás)
#11. Aqui eu vou ficar (Jaime Augusto – Messias Holanda)
#12. Não chora vaqueiro (D. Mathias – Zé Cacau)
Mais uma colaboração do Marcos Antônio, de Patos – PB. Amigo pessoal do Aécio Nóbrega, que hoje é radialista, além de grande fomentador cultural e aficcionado pelo forró pé-de-serra. Atualmente ele tem um programa de forró pé de serra na Radio Panati FM de Patos – PB. As capas foram enviadas posteriormente pelo Lourenço Molla.
Produzido pelos próprios 3 do nordeste, junto com a banda “Potência máxima”, que também participa dos arranjos, feitos juntamente com Zé Pacheco. Seleção de repertório de Aécio Nóbrega, com composições de Cecéu, João Silva e Pinto do acordeon, entre outros.
Aécio juntou-se a Zé Pacheco e Parafuso após a saída do Mestre Zinho. Destaque para “Até te encontrar” de Pinto do acordeon, um arrasta-pé bem pra frente, a curiosidade dessa música, fica por conta dela ter sido re-gravada pelo Mestre Zinho no seu último CD, em ritmo de xote e com uma letra levemente diferente e sob o nome de “Relampago e trovão”.
Os 3 do nordeste – No clima do forró
1990 – Polydisc
01 Pout Pourri
Tatá (João Silva – J.B. Aquino)
Recado a São João (Cecéu)
Fazenda nova (Parafuso – Antonio Ceará)
Vou botar outra em seu lugar (Pinto do acordeon)
02 No clima do forró (Roberto Moraes – Marcelo Lancellott)
03 Sonhos alados (Agripino Aroeira)
04 O troco (Pinto do acordeon – Aécio Nóbrega)
05 Piriri piriri (Roberto Moraes – Ramon Ulisses)
06 Mexe mexe (Pinto do acordeon)
07 Até te encontrar (Pinto do acordeon)
08 Tudo pra te dar (Roberto Moraes – Marcelo Lancellott)
09 Segura segura (Roberto Moraes – Marcelo Lancellott)
10 Baião de luto (Pinto do acordeon)
O áudio é uma colaboração do Marcos Antônio, da Paraíba, grande aficcionado pela música nordestina, grande fã de Pinto do acordeon e dos 3 do nordeste. Esse disco, eu nunca havia visto aqui no sudeste. As capas foram enviadas posteriormente pelo Lourenço Molla.
Formação Aécio Nóbrega, Zé Pacheco e Parafuso, produção Assisão, ótimas composições de Céceu e Pinto do acordeon, entre outros, os arranjos são bem pra frente, feitos pelo Zé Pacheco e a Banda Planeta Terra.
Marcos Antonio comentou: “Esse disco foi o maior sucesso do ano de 1989, no nordeste. Aécio substituiu Zinho de 1987 até início de 1990. Atualmente ele tem um programa de forró pé de serra na Radio Panati FM de Patos-PB.”
Destaque para “Água na boca” de Zé Pacheco e aécio, para “Rabo de palha”, que está dentro do Pout Porri de arrastapés, uma linda composição de Cecéu, e para “Doçura de amor” de Ataíde Neto e Ataimara.
Os 3 do Nordeste – Melhor do que o teu
1989 – Polydisc
01 Melhor do que o teu (Cecéu)
02 Menina maravilha (Agripino Aroeira – Tony Gel)
03 Água na boca (Zé Pacheco – Aécio)
04 Forró do minhocão (Pinto do acordeon – Parafuso)
05 Amar você (Josélio – Polliany Nóbrega)
06
Bom só só (Roberto Moraes – João Dantas)
Cabeça que não pensa (Cecéu)
Rabo de palha (Cecéu)
Forró em São Miguel (Cecéu)
07 Forró com amor (Cecéu)
08 Você debochou (Édson Oliveira – Bruno Nóbrega)
09 Raio do luar (Agripino Aroeira – Tony Gel)
10 Doçura de amor (Ataíde Neto – Ataimara)